Blog de João Victor Tavares Sampaio
Se um dia me perguntarem
Se a vida tem um segredo
Responderei sem medo
Assim que eles se calarem:
O segredo é viver cada segundo
Como se fosse o primeiro
E tratar cada terceiro
Como se fosse o mundo
Eu quero envelhecer
Eu quero envelhecer
Devagar
Logicamente
Envelhecer continuamente
Envelhecer muito
Sem vergonha do intuito
Quem sabe envelhecer
Sabe morrer
E quem sabe morrer
Sabe viver
Estou aproveitando solenemente
O lirismo desemboca
Num poema passageiro
Pois na rima mais boboca
Que se encontra verdadeiro
O lirismo não pipoca
Para o velho zombeteiro
O lirismo não é coca
Nem brisa de maconheiro
Eu te amo
E que se danem os cabuçus
Os camburões
Eu te amo
E que se danem os mensalões
Os medalhões
Eu te amo
E sempre te amarei
E o resto que se foda
Eu quero que tudo se exploda
Eu quero que tudo se lasque
Eu quero que tudo se tasque
Como um Agosto vira Setembro
Era uma vez um casal.
Eles se apaixonaram.
Namoraram.
Fizeram juras de amor.
Eles viajaram, passearam, viram filmes e peças de teatro, beijaram-se com o calor do próprio sol dos mais belos primaveras e verões.
Casaram-se.
Tiveram uma linda família.
Foram fiéis um ao outro.
Será que isso é tão ruim?
Os versos de Versalhes não são mais os mesmos;
A França está em guerra com o Japão;
A América caiu;
Os tokkotai pipocam seus aviões
Para as câmeras hollywoodianas
E acenam para as saias das polacas;
Os versos brancos enegrecem
E os estupradores embelecem;
As fotos denunciam as favelas
Favorecidas
No seu fortíssimo comércio de drogas;
O nexo das metonímias
Evoca ao exagero das metalinguagens
O roxo colorífico em brandas refogagens
Pra que mais um Camões
Mais cem Decamerões?
Pra que um João Cabral
Se já descobrimos Portugal?
Pra que mais um herdeiro
Mais um contador de dinheiro?
Pra que uma guilhotina
Regra e forca assassina?
Já temos muitas Normas e normais
Ser humano
É ser bom
Tendo o mal
Dentro de si
A indignidade
Do hipócrita fariseu
Carpe Diem do falso eu
Pelo qual me decidi
Fogo irmão da água final
Semideus de um Pártenon
Alto brado em baixo tom
Ser canino, ser bichano
Vangloria-se o fraco preço
Discordante da missão
Em causar leve tropeço
Em quem já veio do chão
No primeiro vil suspiro
Derradeiro de menino
Socorreu-me o pai divino
Em deixar de ser vampiro
Eu sou lésbico
Mas quem não é?
Eis aqui a minha mente
Quero um amor
Humanizado
Pluralizado
Acolhedor
Nada de amor mecanizado
Obrigatório
Persecutório
Deformador
Santo e imerso no pecado
Puro e ainda apaixonado
Amor possível
Quase que compreensível
Eu quero um amor em imperfeição
Em vida e luz
Amor que nunca nos reduz
Por contradição
O meu novo blog reúne todo o material que postei no Poemas de Amor.
http://onuncadaterra.blogspot.com.br
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Eu vivo em uma sociedade;
Serei eu sócio
Dessa sociedade?
Qual a responsabilidade
Para quem me dá a mão
Ou me cobra posição?
Ser escravo do trabalho
Ou do ócio:
Qual a minha opção
Na rotina em que batalho?
Eis o passo da minha retórica
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