Blog de João Victor Tavares Sampaio
O amor que eu te desejo.
Não te mostrei a cara. Não há motivo mais óbvio, e nublado. Não te mostrei a cara, a face da morte, pois se entreguei meu coração, a minha alma, que mais que quer meu, se não me quer, ou assim parece.
Eu nem te perguntei seu nome.
Eu nem te perguntei que era, e já te amei.
Eu não amei quando te vi, e sim quando eu te senti.
E se o amor seu, que é o que eu te dei, for o amor que te acolheu.
Assim escreveria;
O amor.
Sentimento, ilusório para os mais esclarecidos da sombra da fatalidade.
O amor.
Algo que não se mede pela beleza, já que meu amor e o seu porquê é grande por você não ser, não ter e sim estar, viva no meu no meu bem querer, não por te ver, e sim por te sentir presenciar.
O amor não tem réguas, não tem rédeas.
Então pra que descrição ou discrição, nesse amor que eu te desejo.
Vibrar
Sem esconder
Pedir
Sem mendigar
Temer
Sem recuar
Envolver
Sem sufocar
Atuar
Sem fingir
Tingir
Sem maquiar
Disputar
Sem destruir
Divergir
Sem discordar
Sem pertencer
Dedicar
Sem oprimir
Afirmar
Loucura, loucura e loucura,
Só sendo louco
Pra isso ser tão normal...
O surpreendente da altura
O grito rouco
O vivo do inatural...
O susto do medo pulsante
A reza do povo ofegante
O início do vício animal
A vida louca do louco, intriga
O ranço da dúvida e da briga
No verso da ferocidade:
O amor e o mundo na diversidade
Não vou te comer
Pode se despreocupar
Não vou me envolver
Nem quero tentar;
Não vou me atrever
Não vou me atrelar
Não vou te atropelar
Te interpelar
Meu recalque cadastrado
Previsível de castrado
Fonte de amargurar
Não quero te comer
Não quero te roubar
Não quero te comer
Quero te devorar
Sinto jovem, entre meus dedos
Sinto perder os meus medos
Observando seu casulo rompido
Borboleta lilás, chama
Fogo da mulher que declama
Charme em um olhar incontido
Mulher, flor de um fruto nascido
Desejar desconhecido
Tranca aberta do homem que a ama
Doce o mel que derrama do ventre
A mulher tem o gosto do viver
Que abelha do toque te adentre
No meu jeito liberto de ter
Eu te amo por incapacidade
Eu te amo por inabilidade
E incompetência;
Eu te amo por conveniência
E instabilidade;
Eu te amo por inexperiência
E imaturidade;
Eu te amo por carência
E por casualidade
Eu te amo por beleza
E por safadeza;
Eu te amo com franqueza
E com sinceridade;
Eu te amo com fraqueza
Com insalubridade;
Eu te amo com a certeza
Da veracidade
Eu te amo por falência
Com facilidade
Eu te amo na aspereza
Da incredulidade
Eu te amo por força de vontade
A doce sereia
Que é serpente de areia
Chama ao fulo marinheiro
Para um surto diabético
E o seu dorso atlético
Serpenteia seus cabelos lisos
E a solidez dos vagos pisos
Estremece ao seu ondular mais matreiro
Doce calda
É a longa cauda da sereia
Que é a longa cauda de uma mulher
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