Não há fim ao Novo Tempo
Pois o Novo Tempo
Não acaba nunca
O que nos resta diante do caos e da incerteza
Senão um Deus de existência contestável
Um desejo de um nunca irrealizável
O amor humano e sua expressão barata
A prosa em versos
A metalingüística sem estilo definido
Escrever não é dom
É hábito
E quem diz ser sincero
É hipócrita só de alegar tal circunstância
E se no final de tudo encontramos a morte
Então a vida é só um detalhe
Acho
E logo é imprudente ser pessimista
Pois a surpresa pode ser boa
Se admitirmos nossa imperfeição
É que nem no futebol:
O confronto é inevitável
Mas temos que formar a equipe
E não subestimar o adversário
E não alimentar a violência
Pois a convenção das regras
Nos trás conforto
Fui freudiano nessa colocação
Aprendi que devo dizer não
Em boas doses ainda que moderadas
Para alcançar o objetivo primário da criação
E os três pontos na partida
Eis aí o que os crentes tanto procuram
Eis o que a droga e a ambição não podem pagar