Blog de Henrique Fernandes
.
.
.
Lá longe no mar que está longe
Há um charco de lágrimas que afunda
O barco do sorrir na solidão
Mesmo lá canta um suspiro de fé
Diante do espanto do sol nascente
Ausente de mel nas madrugadas
Que outrora foram vibrantes
Ao levantar da cortina
No clarear de mais um dia
Num chamamento da natureza
Convite á vida tocado por magia
Que me afaga o peito de esperança
Já fui criança agora adulto
Vestido de inocência num vulto
De má sorte que me persegue os passos
Neste compasso de esperar um melhor amanhã
Contente contenta-me estar vivo
Entre um lençol de amigos com quem convivo
.
.
.
Poderei viver até á combustão dos tempos
Que já mais sentirei o toque de alguém
Como senti teu toque verdadeiro e fiel
Escrito na memória da força dos ventos
A corrosão do tempo desgasta a rocha mais dura
E do seu pó transforma montanhas
Mas não cansa a erupção do meu desejo
Esculpido pela tua arte sensual
Que retratas nos teus gestos distintos
Tão preciosa quanto o Sol para a vida
Quanto a água para viver por ela fora
Só tu me aqueces a pele sem pudores
E recheias de luz o reflexo do meu interior
Imensa como o mar tens a volúpia
Intensa das marés no teu colo que me ampara
Teu abraço é uma praia paradisíaca e extensa
Por um areal de esperança onde descansam
Minhas mãos suadas de lutar por ti
Tua voz domina os tornados do meu deserto
Nesta solidão sem amostra de oásis
E incertezas que ecoam no meu profundo
Que exponho no olhar que direcciono
Ás coisas boas da vida que ainda quero ter
Ao lado de ti a par dos sonhos de ambos
.
.
.
O vento quase que tudo levou
E me pergunto porque não eu
Serei restos que para trás deixou
O castigo que a sorte me deu
Choro lágrimas de medo
Lavadas pelo sol doente
Quero morrer no meu cedo
Que sem amor não sou gente
E porque vejo o mundo acabar
Enquanto ergo as minhas ruínas
Num grito que me faz matar
Pelos cortes das minhas sinas
O destino tem sido cão raivoso
Rosnando ao pisar dos meus passos
Nas rugas de um tempo manhoso
Com peso de dor nos meus braços
.
.
.
Felicidade é uma luz que vagueia
Iluminando o escuro da mente
É fogo que sempre se incendeia
Numa luta pelo que se sente
Felicidade é um acordar estonteante
É voar alto e ser livre de dor
E absorver um prazer deslumbrante
Na beleza de criar o amor
Não existe felicidade absoluta
Há sempre um grito no silêncio por ouvir
No esquecer por momentos a dor da luta
Pelos caminhos sinuosos do existir
Não sou prisioneiro dos meus pensamentos
Que alimentam a minha vontade
Iludida por bons e maus momentos
E viver contente a sofrer com a verdade
.
.
.
Exibo-te nas minhas mãos um estojo
De confiança que alegram o dia-a-dia
Os sinais do tempo são potentes e intensos
Quando a alma está decorada de motivos
Elevados de satisfação e bem-estar próprio
Surgindo sorrisos verdadeiramente reis
Dando a conhecer o que de melhor há em nós
O tesouro de auto estima sem esconderijos
Nobremente elevada com elegância de amar
Um charme em sintonia com os sentimentos
Inspirando a vida com os poderes da alegria
Um ex-líbris que consagra juventude eterna
Com o brilho no coração de uma mulher
Transformada numa verdadeira Deusa
Uma musa com postura sensual e elegante
Uma jóia soberba que retrato com amor
E faz das minhas letras pepitas de ouro
Que sem mistério deslumbro no meu poema
Envolvido entre a verdade do que sinto
E as fantasias com loucura sã de poeta
Confessando a minha consciência apaixonada
Num sumário vivo que escrevo na pele
De uma qualquer folha em branco requintada
Pelo relevo dos sentimentos que assino
Realçando a expressão desta paixão adulta
Que combina com o amor que recebo
Deixando de ser um simples homem
Para ser homem dessa mulher
.
.
.
És a alvorada dos meus sentimentos
Que acato sem lamentos
Feliz, denuncio seres a raiz
Dos meus fortes ramos
Destes braços sem remos que te abraçam
Ter-te no pensamento purifica a intenção
De te querer imenso
Teu existir em mim é um clarão
Que me faz sorrir no escuro
Que a saudade assombra
Amar-te é a verdade a quebrar o silêncio
Dos sentidos que rumam unidos a ti
Gratifico o destino de ser teu
Ao levantar o véu para descobrir o amor
O passar das horas
Trazem-te ao meu colo
Que preparo caprichosamente
Para te receber sem hesitar de me entregar
.
.
.
O teu amor mudou toda a minha vida
Toda a intimidade que eu escondia nos sentimentos
Fica exposta como estrelas em céu limpo
Rimado em versos de paixão entre as constelações
Os trajes de amor que exibo por ti são muitas vezes
Mal entendidos que a própria distância traduz
E a saudade dá espaço a novas certezas incertas
Refugiando o desespero em procura de tranquilidade
Acordo mal disposto por ocupar o lugar errado
Onde o longe é realçado num reboliço de carências
Que combato num abraço apertado á almofada
Sabendo que de ti chega uma espécie de força
Obrigando-me a erguer os dias acima de qualquer mal
Espevitando livre o meu espírito num compilação
Sorridente que aglomera boas sensações
Rubricadas em bons sonhos que partilhamos
Sim, porque tu me dás bons sonhos todas as noites
Sonhos oferecidos pelo conforto da nossa combinação
Ainda por saber se perfeita ou não
Saciamos lado a lado um começo atribulado
Que apesar de tudo temos cravadas nossas garras
Num vento soprado por nós com força de amar
Somos tempestade ainda na bonança
Á espera de despertar vendavais de felicidade
Num quotidiano de toques afirmando o nascer da vida
Do nosso dois em um ainda a zero materialmente
Mas já de milhões bem-dizermos na alma
.
.
.
Por ter o privilégio da capacidade de raciocínio
E não esquecendo que também sou animal
Sigo as estradas sempre até ao fim ou quase
Porque penso que depois do fim da estrada
O fim continua pela profundidade da verdade
A verdade só pode ser uma única versão
E ela está por toda a parte, ela está em nós
Mas ás vezes sem que nos demos conta
Loucos procuramo-nos de tão longe
E a verdade, a nossa verdade rodeia-nos
Nem sempre é a verdade que mais gostamos
Mas essa verdade é nossa, somos nós
E se a ambição que domina é de querer evoluir
O primeiro passo é superar a nós próprios
O segundo é estar atento á opinião dos outros
Pois alguns pareceres são professores mentais
Sorrimos pelos elogios e alguns são falsos
Mas também aceitar com um sorriso as criticas
Que nos apontam o erro ou o menos errado
Na lógica da rotina da vida de cada um de si
O orgulho é quase sempre o nosso impedimento
E deixamos de ter consideração pela dignidade
Da nossa essência enquanto pessoas decentes
Se reduzirmos desejos ás nossas necessidades
É respeitar o corpo e observar o mundo
E duplicar o prazer na superfície da alma
A opção pela simplicidade é chegar ao infinito
De uma alegria a que os sábios chamam loucura
E então aí sim, somos capazes de nos aproximar
Da nossa verdade pelo caminho da evidência
.
.
.
Acendem-se as candeias no pátio da vida
Onde te rasgo um sorriso que me faz ferver
O sangue nas veias que transbordam de emoções
Honrando o momento com sorrisos de ar fresco
Em remoinhos de vento quente que me beija a pele
Percorrendo-me ardente e intenso o peito marcado
Pelo desejo de mergulhar em ti e ver-te arder
Em loucura nas brasas do meu toque explosivo
Que sem uso de magia ou truques se entranha em ti
Prolongando provocar ao longo do teu olhar
Um brilho que me dá asas com cores de alegria
Para voar pelo céu infinito segurando tuas mãos
Sob o trilho galáctico de uma paixão inédita
Derretendo o gelo que sem voz desaparece
Em lágrimas jorradas por felicidade
Que aquecem a verdade então fria
E chegas até mim com um longo olhar
Ao longo dos instantes que me desejas
Enquanto mulher que sabes tão bem ser
Ó tu feminina
.
.
.
Vou á profundidade do meu ser
Buscar sem rodeios emoções
Para positivo do meu querer
Protagonizado de sensações
Tenho fartura de mil vidas
Nos sonhos deliciadas
Distantes e independentes
Primorosas e emocionadas
Denomino a vida de camaleão
Na camuflagem de fácil
Que interpreto por reacção
Mentalmente versátil
É inevitável não exprimir
O selvagem que há em mim
Num natural sentir
O desafio de desgastar o fim
Páginas