Blog de Henrique Fernandes
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És fogueira que dá azo ao soar da minha pele
Arejas-me de emoções tórridas e intensas
Ao receber no rosto o vento do teu vestido
Quando rodopias viva numa dança sensual
Que me seduz o olhar e me faz desmaiar
Numa fantasia provocante que me atrai
A dançar contigo pelas orbitas do universo
Abrindo fendas de uma fornalha ardente
Que ruge sob os nossos corpos embrulhados
Em labaredas de pecado com luz de explosão
Deixando nossos corpos a deslizar eufóricos
Numa avalanche violenta de prazer louco
Uma loucura esvaziada numa troca de toques
Incandescentes pelos lençóis que roçamos
Deixando um rasto perfumado de sexo
Que faz perdurar esta vontade constante
De querer estarmos dissolvidos em nós
Depois de um toque e um olhar sugestivo
Mais um olhar de sim mutuo e mais um toque
E a nossa dança continua flutuando ardente
Pelos poros da nossa pele corada de entrega
E o nosso respirar ofegante hipnotiza a noite
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No coração do mar
Há um ninho de loucura
Lágrimas que pairam no ar
Em brisas de ternura
As marés engolem o vento
E os suspiros consomem o sol
A tempestade leva o pensamento
E a esperança é isco sem anzol
A alma do mar dorme no profundo
Onde a chuva já não se sente
Mergulhando em fuga ao mundo
Mal partilhado por tanta gente
O nevoeiro é contador de histórias
E o silêncio dono e senhor da razão
Pousando extensas memórias
Que nadam no mar do coração
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Cultivamos sabedoria no campo do sofrimento
E regamos com lágrimas de dor
As sementes que rebentarão inteligência
No trabalho árduo de trabalhar a vida
Anestesiados pela esperança
Na colheita de felicidade
Semeamos carícias, colhemos ternura
E encontramos no dar
O nosso receber
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Sinto no trovão a inveja dos deuses
Na entrega da minha carne ao amor
E cada uma das luxúrias que tu ouses
Exibir a tua forma de amar sem pudor
Dominas o íntimo rude das tempestades
Quando me molhas de suor na cama
Colando a vice-versa das nossas metades
E degelas os pólos com tua chama
Impedes que adormeçam os vulcões
Com ondas gigantes de prazer
Trazes o sol aos meus serões
Na tua erupção de sementes a arder
És esplanada donde vejo o fim do dia
Colhendo no teu colo a alegria da vida
És vista nua e crua da fantasia
Maravilhosa aventura destemida
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É delicado o sol
No horizonte que me pertence
É como uma passerelle
De desejos ao meu alcance
Chega-me á face
Um beijo afável pelo vento
E o sorriso de uma onda
Que partilha meu momento
Em meu redor gaivotas
Cantam despedida ao dia
Num suspiro dou boas vindas
Á noite e sua magia
Num belo manto
De estrelas pintado cintilante
Rogo á lua exuberante
De alguém ser amante
As ondas incansáveis
Não param de chegar á areia
Que piso sem cuidado
Um amor que me devaneia
Desfraldo os braços carentes
Á imensidão do mar
Esgoto o horizonte
Com minha vontade de amar
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Se a liberdade tiver definição, deixa de ser liberdade. Ou seja, se a liberdade tem limites, ninguém é livre.
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Suspirei fascínio ao tocar teus olhos
Com o meu olhar expectante e atento
Descobrindo-te como nunca te imaginei
E fui catapultado para a tua beleza interior
Exposto nos maravilhosos traços do teu rosto
Que se exibe singelo numa maravilha viva
Que desenvolveu em mim a relevância
Por onde se passeia o teu fantástico olhar
Ao tocar-te a face com um beijo simples
Senti nos meus lábios seres verdadeira
Jamais esquecerei o teu primeiro olá
Confirmando a flor que brota do teu ser
Cobrindo-me de deliciosas sensações
Que acolho no peito com paixão pura
Senti ao de leve um toque na minha mão
Do teu dedo num sem querer breve
Mas que naquele momento eu senti
O suficiente para te sentir no pensamento
Fundindo a respeito os sentimentos
Misturando amizade e paixão no meu sorrir
Que ao ver teu sorriso aumentou o meu desejo
De conhecer-te um pouco mais
E reconhecer a quão bela és em mim
Nos sonhos que me fazem acordar tímido
Em desabafos soltos de alegria
Sobre o nosso encontro naquela noite
E reparei nos teus passos a meu lado
Respirei a minha vaidade
Na companhia da tua elegância
Quero repetir o nosso encontro
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Abro alas no paraíso dos dias perfeitos
Para te receber no calor do meu peito
Entra na minha luz sem preconceitos
Para este amor nascido no teu jeito
Estendo com brio pelo quanto és bela
Um tapete de belas rosas vermelhas
Para chegares romântica á luz da vela
Que acendo no teu doce mel de abelhas
Quero pegar na tua mão e levar-te
Ao colo do meu sorriso apaixonado
Brilha no meu olhar o meu amar-te
E honrar-te pelo perfume sagrado
Do templo das fontes transparentes
De onde nasce a pureza da vida
E a noite é clareada pelos amantes
Num amo-te dito por voz querida
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Aconchego-me e aqueço a alma
Na temperatura agradável do teu corpo
Ao entrares na minha cama com convites
Que sugerem a minha entrega ao fim do mundo
Porque tudo lá fora deixa de existir
Na minha cama aquecida pela nossa volúpia
E os lençóis deixam de ser lençóis para serem nuvens
De paixão onde sonhamos ajustados
Ao prazer que se transforma num corpo de amor
De dois corpos largados pelas suas almas
Que de estrela em estrela ao som de um violino
Dançam pela galáxia numa bússola romântica
E nossos corpos ali fundidos em matéria física
Homenageiam os sentidos de quem ama
Olhando a sensualidade com o charme de ambos
Que nos enche os olhos com fogo de artificio
De fantasias expostas no tecto do meu quarto
Ouvindo a delicadeza do som ao beijarmo-nos
Que no bom nosso silêncio soa como sinos
Batendo as horas que confirmam a nossa união
Sentindo o tacto ao pormenor do nosso toque
Honrando cada curva dos nossos corpos adormecidos
Na primavera hilariante dos sentimentos fieis
Que partilhamos nesta entrega sem pudores
Saboreando o néctar da vida nas nossas salivas
Contempladas em nossas línguas desejosas
De mais e mais querer saborear gulosamente
Mortalmente pecando a gula do nosso amor
E satisfeitos respiramos o sopro dos suspiros
Soltos na minha cama onde és bem-vinda meu amor
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Sou homem ao mar num cartaz de ilusão
Personalizando a realidade por sentimentos
Que exponho no rosto os traços do coração
E grito alto para acordar os meus momentos
Ilustres de um depoimento detido nas estrelas
Que trago ao solo pela corda da confiança
E são tantas as fantasias e todas vou vive-las
Caindo em almofadas cheias de esperança
Sem nada que fazer vou pondo letras rivais
Aos meus medos que me afrontam o caminho
E da tristeza expulsar e desabafar os últimos ais
Aproveitando a liberdade de estar sozinho
Com luz de coragem que ilumina a direito
O sentido do meu propósito por encontrar
Aprender a qualidade da virtude sem defeito
Para conseguir me amar e ser capaz de amar
Ao escrever partilho comigo o olhar da vida
Pondo fim aos hesitares que me esbarram
Brutalmente de frente pela vida já perdida
Contra paredes de dores que não choram
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