Blog de Henrique Fernandes
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Há uma extensa paixão que há muito não habita
Na suprema realidade da minha indomável solidão
Sobrevivendo á seca despontada nos meus vãos
Vigorizados e demasiadamente repetitivos
Desolados em gotas que acumulam nuvens de dor
A solidão deixa de ser triste quando é liberdade
Numa verdadeira terra de ninguém de alguém
Sobre um planalto varrido por ventos de fogo
Onde as sementes esperarão o regresso das chuvas
Adormecidas na erva daninha do esquecimento
Na franja de uma esperança que absorve o amanhã
Desnudando arbustos que dançam sem eco
Deixando apenas uma crosta salgada de lágrimas
Semeando no rosto uma colheita de nada
Num jardim sobre uma lua que não existe
Esvaziando-me de entrega a esperas que não esperam
Afio as garras do rancor sobre o dorso
De um rochedo de ausências nas minhas vontades
Que reclamam poéticas num alarme que soa revolta
A saudade devora o tempo de medo mas saboreia
A esperança encontrada num amor tatuado
No Sol que bronzeia de prazer cada ontem
Do meu chegar hoje a este cálice de emoções
O amanhã é sombra iluminada de luz
De carências que a alma exige do corpo
Que trago ao colo de uma paixão contida
Num subsolo de duvidas confirmado
O ideal toca-me o olhar com a perfeição
Num puzzle que a solidão não completa
Gritando o murmúrio de uma alma gémea
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Mulher, ao sorrires exibes o teu lado mais feminino. Porque bela, já mulher és!
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Sofrer corrói a alma
Com falta de um gesto de ternura
De se dar num toque e sentir seu ser por completo
A noite conquista o domínio
Dessa vontade de estar bem próximo
Cada vez cria mais vontade de olhar
Nos olhos e entrar no infinito
O vento sopra súplicas pela janela sussurrando agonia
Este vento transporta notícias da angústia do ego
De um querer saber mais um pouco da sua alma gémea
Que loucura duas almas tão idênticas
Tão afeiçoadas na sua postura de querer um outro
Nunca antes alvejado de forma desenfreada
De loucura sem tamanho e sem entender que alguém
Não se conheça numa troca de palavras
E possa trazer tamanha paixão
E até mesmo um amor corpóreo.
Serão concretos os olhos nos olhos?
Será possível?
Concretizar algo de tão esperado desde sempre?
Há fantasias que brotam sonhos bem cedo
Mas que por vezes a desilusão converte em pesadelos
Trazendo reflexos de um amor possível como sentença
Não tenho certeza mas reconheço que já vi este reflexo
Não me parece estranho mas o pânico intenta intimidar-me
A sustentar uma vida num prometido de riquezas na alma
A maior prosperidade
Que podemos alcançar é amar sem medo de sofrer.
Isto será possível?
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O céu de uma noite linda é uma revelação
Um sumário de estrelas num enxoval de emoções
Hóspedes nos pensamentos alusivos aos sentimentos
Que sinto por ti e se passeiam em mim com charme
Chegados de uma amizade configurada na madrugada
Onde o silêncio fora interrompido por uma voz íntima
De aceitação prévia do ser dos nossos seres
E o frio da rua confirmou quão sermos importantes
Nesta recém boa relação teada pelo destino
Que sem propósito nos propõe aproximação pura
Com a qual me identifico um ser verdadeiro e genial
Ao nível da qualidade humana que teu sorrir exige
Em ti transformo amor em carinho de lealdade
E a paixão numa confiança cordial sem ciúme
É um descontrolo da alma este desejo de te beijar
O desejo de te tocar é uma beleza que nasce natural
Tão idónea que mentia ao esconder-te o meu interesse
Como homem que sou e um simples macho animal
Pelo teu exterior de mulher nesse interior amigo
Dás um toque de magia ás acções que te direcciono
Organizando um espaço de respeito no meu coração
Um trono onde te vejo sentada confiando em mim
Um poeta dando lustre ás minhas intensas palavras
Com letras tenras que me confessam teu admirador
Fiel encorajador de sonhos e alegrias mútuas
E podes encontrar nos meus escritos a doçura do teu olhar
Que um dia olhei e confirmei uma verdade entre nós
Que sermos nós próprios compensa!
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Quando a noite cai vejo a razão que me ilumina
O calor de uma febre que me percorre a pele
Num doce desejo de beijar a tua boca de menina
E saborear o rosado dos teus lábios de sabor a mel
Deixo as minhas mãos vadias no vapor do teu calor
Um deslize prolongado de arrepios que te chamam
Através de um olhar arregalado que te pede amor
Olha bem para os meus olhos que não te enganam
Toda a voz que sai do meu corpo é para ti que fala
Sei que o ouves com um pouco da tua leve timidez
Vou colher a mais bela de todas as flores e leva-la
A decorar o beijo que te darei pela primeira vez
Se a noite fosse eterna serias a minha infinita lua
Reflexo de sol que dás por excelência ao meu dia
Sem a inocência de caíres feliz em mim nua
Nesta labareda de fogo real não és só fantasia
És tão verdade no meu mundo tão verdadeiro
Onde me fazes te sentir loucamente tão minha
Quando me abraças de ser teu homem por inteiro
Sente-me, fica sempre, não estejas sozinha
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Um sorriso é um destino na galáxia
Onde descansa o corpo e se lava a alma
Um carinho é galardão que honra
O toque tão suave quão intenso
De quem na verdade ama
Um olhar que expõe o que não se vê
É um arraial de sentimentos
Que forjam o brasão da confiança
O estou aqui dito por uma voz meiga
É um nascer do Sol numa alvorada
Onde os pássaros orquestram
O hino á paz interior sem hipocrisia
Um abraço apertado sem respirar
É a frescura da primavera em flor
É a magia do renascer com brilho
Como pétalas que alimentam o amor
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Viajo numa espera
De ouvir teu suspirar
No meu estar de fera
Faminto de amar
Uma palavra tua
Dá apetite á emoção
Devoro a luz da lua
Saboreando teu coração
Ancoro no teu colo
Saudade do peito
Semeias no meu solo
Amor e respeito
Verdade mentida
Na distancia fria
Nasce na minha vida
O teu sol no meu dia
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Todos os dias são dias de certezas de ti
És a única que nada muda em mim
Para me amar sem limites na alma
Se o azul do céu arder e meu mundo acabar
Sei que tu me virás salvar das ruínas
Nunca sonhei encontrar alguém como tu
És o segredo da minha mudança
Que de tão triste chego hoje hilariante
Por estar perdido num labirinto de amor
E seja qual for a direcção que tome
A vida continua um jogo agradável
Que ambos jogamos sem fazer batota
Fazendo-nos sentir que é este o caminho
Mais curto e verdadeiro até á felicidade
Por existires já é estar a sonhar contigo
Pela realidade de seres minha no meu teu
Ver como ficas contente com o que te dou
É navegar num oceano sem ondas
E as tempestades mais devastadoras
Não passam de meras ânsias que sinto
No medo de te perder no nevoeiro
Causado por algum dos meus erros
Pois, porque no final de bem feitas as contas
Sou inocentemente humano e tu sabes
Que além de humano, sou teu homem
E como tal e perante tal privilégio
Evitarei as desculpas que não se pedem
E amar-te-ei pelas ruas da nossa vida
Quero dizer com atitudes que te amo
E ter tuas atitudes com tudo para amar
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Gritas como eu um amor
Grito íntimo de emoções
Soltando da alma calor
No espelho culto das razões
Teu grito vem nas marés
Tão perto do meu sentir
Alcancei em novas fés
Pujança que me faz surgir
Entoas o altar da paixão
Com teu eco infindável
Na serena aproximação
Perpetua sã incurável
Grito vento de ausência
Retempero as noites sem ti
Sem aroma de tua essência
Sem o prazer de seres aqui
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É preciso não esquecer que tudo sem excepção é realidade, tudo. Tudo o que existe é, e tudo o que não existe é imaginação e a imaginação existe, por isso também é. E tudo o que é, é. Então a realidade é tudo, mesmo que irreal!!!
(Henrique Fernandes)
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