Blog de Henrique Fernandes
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Paro o meu olhar pensativo e sério
Sobre uma árvore sozinha na paisagem
Despenteada pelos ventos de Outono
Assim como eu desfolho as minhas folhas
Numa escrivaninha que sabe os meus sonhos
Tal como aquela árvore estou em mudança
Ela pelo vento e eu pelo fogo da vontade
Reduzindo a cinzas os males de ontem
Sobrevivi a tristes acontecimentos
Libertado do sofrer por família e amigos
Preenchendo a minha paisagem de todas as cores
Desenhando traços sorridentes na minha tela
Pendurada ao nível das minhas mãos
Agradecidas pelo talento da minha vocação
Renascendo para a vida com minhas vivências
Acompanhado por uma qualquer fantasia de tantas
Mas acima de tudo como aquela árvore
As minhas raízes enterram-se profundas
Alimentando-se nas veias da confiança
Nessa terra que reclamará sem benevolência
A si a podridão da nossa carne mortal
Mas a razão bela da primavera sugará
Nossa alma inocentemente imortalizada
Na eternidade que o tempo expõe infinito
Comigo, aquela árvore ali despenteada
Deixaremos ambos de ser, seres solitários
Diante dela escrevo verbos de encorajar
Sobre o conforto da minha fiel escrivaninha
Escrevendo o meu faz de conta tão real
Como as folhas que regressarão aquela árvore
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És o centro do universo o Sol do próprio Sol
És a luz que ilumina as rainhas
E a agua que mata a sede dos Deuses
Questiono ser quem sou
Simples mortal dono do teu amor
No colo da tua sabedoria mestra de mulher
Deixo de ser simples e sou homem
Ensinas-me o orgulho humilde
Das fraquezas na força do teu olhar
Que sem divagar me fala á alma
És mulher que procurei pensando não existires
Agora que te encontrei a vida é uma jornada
De instantes maravilhosos
Respiro sentir teu existir e atiro minha alma
Ao lago da tua calma que me ampara e encurta
O longe que me separa da realidade
Antes corrupta sem gota de felicidade
Elevo nos braços as palavras que me dizes
Dando relevo aos traços do meu destino
Ocultado na sombra de uma montanha
De incerteza que a tristeza ganha
Onde componho ilusões e desaguou o sonho
Cultivado de emoções raras raso de dúvidas
Meu corpo decorado pelo teu corpo apaixonado
Fica bem em qualquer constelação
És mulher, és o fim do meu não
És o sim das coisas boas
Não serei nunca homem sem ti, mulher
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Como é bom ouvir o cantar do galo
Misturado com o teu respirar ao meu lado
Num acordar agarradinhos na fornalha dos lençóis
Calorosamente tingidos por mais uma noite de tantas
Em que assinamos a dois um adormecer apaixonados
Madrugada fora, abrigados numa partilha de calor
Enquanto o galo canta desperta a ternura em nós
Num presente que partilhamos num beijo terno
Nas nossas faces pálidas e quentes madrugadoras
Que depois de um suave bom dia em voz rouca
Soltamos nossos corpos em gemidos de preguiça
Interrompida por um abraço que estala os ossos
Finalmente espertamos numa brincadeira de cócegas
Carregando positivamente mais um dia de felicidade
Nessas primeiras gargalhadas quase silenciosas
Quão barulhentas de energias inventadas por nós
Recordações que nos sustentará até ao fim do dia
Depois de nós acorda o dia timidamente da aurora
Com o som repetido de todas as manhãs da natureza
Convidando-nos para o banquete da vida simples
De repente a corneta do padeiro na rua que ainda dorme
Lembra o pequeno-almoço em mais uma troca de carícias
E espalhando sorrisos pelo nosso ninho de amantes
Terminamos o jejum e combinamos os planos do dia
Que depois de umas apalpadelas delicadas e agradáveis
Por entre beijos e beijinhos satisfeitos em pressa
Despedimo-nos para mais um ganha-pão com orgulho
Dos sacrifícios que os nossos sonhos exigem
Até logo amor!
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Hum, vibram faíscas no meu íntimo ardente
Uma dança de labaredas que estimulam o garanhão
Perante o teu despir sensual e entrega a quente
Do pecado da tua carne vulcânica ao meu tesão
Um toque de língua sem modéstia derrete meu peito
Sobre teu corpo excitado que desliza no meu arrepio
Embriagado de prazer pelo teu suspirar perfeito
Num gemido que soltas da tua boca com hálito de cio
Soltas o cabelo subindo e descendo sobre mim
Açoitando meu rosto com teus múltiplos orgasmos
E cravo minhas mãos no delírio do teu festim
Vaginal no nosso vai e vem sem cessarmos
A sensualidade que nossa volúpia esclarece
E sinto o calor de dentro de ti que expulsas louca
E penetro todo teu ser que em mim estremece
Nos gritos do teu sim de loucura em voz rouca
De almas dissolvidas num gozo de carícias
Partilhadas a fogo nesta maré de lua cheia
Uivando como um lobo faminto das tuas delícias
Que ateiam este tesão educado da nossa epopeia
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Sou o teu novo dia
O teu braço pelo universo
És o teor da alegria
Que completa o meu verso
O teu olhar é um mar de rosas
Que cede em mim fabuloso
Os teus sorrisos são prosas
Caprichando o maravilhoso
És o viveiro das minhas criações
O teu toque afaga-me a alma
És ilustre nas minhas emoções
Que pernoitam na tua calma
És janela que mantenho aberta
Sem cortinas sobre os segredos
És fruto que me desperta
E secas-me a raiz dos medos
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Sem lume nem lugar esfrio num grito
Libertador de ódios entranhados no ego
Gritado num túnel sem fundo de revolta
Por não provar a nudez dos meus desejos
De prazeres que me iludem e vivo no irreal
Procurando o precioso que revele quem sou
Num momento raro que me distinga no que sou
Para que me resgate de todos os meus enganos
E desenganos por ilusões que se vão evaporando
Pelos confins ácidos dos meus ecos mudos
Uma forma de nada adoece a minha forma de ser
Meus dias passam devagar por relógios apressados
E meus gritos de raiva rebentarão noite fora
Fugindo ao terror do pouco que invade o meu olhar
Descaio desnaturado em fantasias sem retorno
Forjando a minha grandeza limitada por erros
Consumada de miudezas acumuladas numa muralha
Que sacudo com a agitação de não ter nada
Confessando ás montanhas as intenções atordoas
No meu corpo sufocado num palco desiludido
Desaprovando mentiras que arremessam para longe
A verdade simples com que a vida se desenrola
Quero ganhar o meu tempo e salvar a minha vida
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Aformoseias maravilhas que elogiam a vida
Tua alma é uma nascente de perfeição
Formando abundância de sinceridade
Abismando qualquer duvida de inteligência
Que arremessas com sabedoria de gente
Na tua calma constante de prazer
Exibida na tonalidade tão enérgica
Quão serena da tua pele como que iluminando
Um templo erguido de paz honrando verdade
Verdade de mulher com qualidade humana
Deixo flutuar a curiosidade dos meus olhos
Sobre o requinte subtil dos teus lábios
Invejando o detentor e senhor do privilégio
A quem a protecção dos Deuses disciplinou
Provar o néctar excelso dos teus beijos
Meu olhar afável e esquecido da realidade
Percorre as fantasias expostas no teu rosto
Questionando firme a justeza do sentimento
Que dança na minha alma num vórtice
Devorando-me no chamamento do teu encanto
Endereçando-me ao fundo mágico do teu olhar
Onde perpetuam ecos que inspiram poesia
Teu olhar é repleto de planícies sumptuosas
Presenteando o equilíbrio supremo do belo
És o desvendar do enigma da existência
Teu semblante edifica a elegância do desejo
Hipnotizado medito o êxtase da tua imagem
Sem consonância de uma ou mais palavras
Que se ajustem a magnificência do teu ser
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Amar é um mundo á parte
Por toda a parte de qualquer mundo
Sem bandeira nem estandarte
É um brasão do profundo
Quem ama filtra o próprio ar
Das impurezas que decompõem o ser
No peso da leveza de amar
É um ser que se ocupa de viver
Sentir amor é sentir de tudo
Dar tudo não esperando nada
Amor não se expõe mudo
No intimo da pessoa amada
Amar é ser Sol e Lua
É ser metade da metade
Partilhando inocência crua
Existindo com verdade
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Tens nas minhas mãos um caminho de algodão
E no olhar a confiança onde podes adormecer
Sente os meus arrepios que te fazem estremecer
Iluminando o céu da noite com o meu resplandecer
O brilho do teu olhar é o dicionário da sedução
Que usas chamando-me a ti como homem
Transpondo-me de sensível a animal selvagem
Um monstro domesticado na beleza do teu toque
Fazendo-me correr pelos quatro cantos do mundo
De alma excitada pelos teus beijos feiticeiros
Homenageando a uniformidade do prazer
Que partilhamos e concebemos magneticamente
Numa química de paixão que nos deixa á deriva
Ao largo de um oceano de sensações pecadoras
Ao beber tua beleza numa fonte de água cristalina
Saciando a sede dos meus desejos que provocas
Laureando pela passadeira que te estendo de amor
A pureza do teu ser em fusão com tua sensualidade
Impulsionam forças de temperaturas elevadas
Clareando as noites de fantasias cintilantes
Que devoramos em luxúrias inventadas por nós
Em volúpias que nos levam borbulhantes
Á descoberta do pecado dos nossos corpos
Numa chegada ao paraíso de emoções virgens
Que nos alimentam a pele com um soro quente
Aquecido na sensação de entrar dentro de ti
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Há alguém que sonha contigo e suspira
Sentindo-se completo por existires
Que por ti sua solidão partira
Pelo teu olhar que sem mentires
E sorri destravadamente por te encontrar
Alguém perdido de amor e emoção
Que canta até tarde pelas ruas sem parar
Canções românticas de um só refrão
Pensando em conforto no teu ser
Imaginando-te como sua
E sente-se sexy por ti mulher
Dizendo olás á superfície da lua
Há alguém a quem preenches o vazio
Querendo o seu eu ocupado por ti
Alguém a quem teu sorrir tira o frio
E que apenas diz “ que bom que nasci”
Há alguém que escreve o teu nome
Na razão especial dos seus sentimentos
Alguém que de paixão não passa fome
E faz de ti a musa dos seus momentos
Que na tua ausência partilha contigo
O melhor da vida exposta no céu
Alguém que sem te ver é castigo
E sabes que esse alguém sou eu
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