Blog de Carmen Vervloet

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Série Sete Pecados Capitais: Ira

Trovão que ressoa, assusta
e ameaça delicados sentimentos...
Leva a contendas injustas
e provoca profundos ressentimentos.

Instiga conflitos irreversíveis,
devasta lírios da paz tão sensíveis!

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Série Sete Pecados Capitais: Gula

Olho maior que a barriga...
Comida que jamais sacia...
Obesidade a maior inimiga,
não sucumbe frente à rezas, nem bruxarias

Numa mesa tudo é pouco...
Devora com apetite louco,
sem vergonha ou diplomacia
do boi à melancia!

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Série Sete Pecados Capitais: Inveja

Mar por, frustração, revolto...
Ciclone que destrói o bem...
Mediocridade seu maior desgosto.
Não para... Vai sempre além...
Tsunami onde se misturam cobiça e desejo
que arruína, mata, devasta...
E se perde em seu adejo,
suicida-se na sua própria bravata!

Carmen Vervloet

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Série Sete Pecados Capitais: Avareza

Quem, os bens materiais, guarda no cofre
e o fecha a sete chaves em segredo,
e em cupidez cultiva mesquinharia no seu alfobre
esquece o amanhã sem nenhum medo...

Já velho... No seu palácio, solitário e doente
entre sedas, jóias e moedas de ouro
terá perdido seu maior tesouro,
um amigo que lhe ofereça um chá quente.

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Os Tons do Amor

O reino do amor é grande e sedutor...
Tão grande que encheu todo meu sonho.
O reino do amor da açucena tem a cor,
é buquê colorido que encanta olhos tristonhos..

O REI expande nele sua luz divina
e tece em seus teares toda a beleza,
um céu anil, uma lua prateada que tudo acetina,
um lago de paz que suaviza qualquer tristeza.

A mãe, a rainha, que no ventre agasalha o filho
e o protege com amor incondicional e eterno,
vela-o em seu berço, enfrenta empecilhos,
dedica-lhe seus sentimentos mais puros e ternos.

No reino do amor a fraternidade é imensa...
Tão grande que em canção a alegria se difunde intensa
na paz transcendental da tarde silenciosa
que desperta em seus súditos uma visão sempre radiosa.

No reino do amor não tem discórdias, nem contendas...
Casais andam de mãos dadas em cumplicidade,
romances envolvidos em perfumes e rendas
ciúme e egoísmo incinerados em outra cidade..

Nele o amor é como um prisma de cristal,
recebe um facho de luz monocromática,
irradia o amor tecido de forma artesanal
sob infinitos tons, muda no livro da vida, a temática.

No reino do amor o essencial é visível aos olhos!

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A Agonia da Natureza (Poema Infantil)

Lá atrás daquele monte
tinha um pé de jabuticaba,
água brotando da fonte,
criança pescando piaba.

Mas um homem indelicado
cortou a mata que existia...
A fonte soltou um brado
enquanto a água morria.

Lá atrás daquele morro
hoje já não tem mais vida
só terra pedindo socorro
e o triste adeus da partida.

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Mãe Terra

Chora o céu, se esconde o sol,
o arco íris desata as sete cores...
Na constelação de Perseu
brilha a estrela algol,
nos jardins empalidecem as flores

Mãe terra agredida pela poluição,
ferida com as garras da destruição...
Choram os homens de bom senso,
aglutina-se o ar impuro e denso!

As motosserras cantam em festa...
As florestas mutiladas por desalmados,
o cinza cobre o verde que resta,
só chove prata, cobre e ouro...

A terra grita por socorro
Acudo, peço ajuda, corro...
Mas a ganância é traiçoeira,
vai roendo pelas beiras!

É a agonia da morte...
Pássaros voam sem norte,
sem égide, sem aporte,
tristes com sua sorte...

Cidades, por lixo, invadidas...
Morrem os rios fontes da vida!
Barco fantasma esperando...
A esperança solitária embarcando.

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Arre Morte!

A morte em longas vestes negras,
nariz afilado,
garras afiadas, foice na mão
bate à nossa frágil porta
sem chave, sem tranca, sem escoras...
Diz que é chegada a hora...
E nem se importa
se ainda nos sentimos crianças...
Nem se nossa amiga esperança
empresta-nos forças para enfrentá-la.
Destina-nos um túmulo hostil
um lugar tão frio,
um espaço escuro e vazio
coberto por granito polido
que esconde o anil escorrido do céu!
Asfixia-nos com seu negro véu...
Gatos pretos rondam nossa sorte,
lobos prevêem nossa morte e
soltam uivos que arrepiam na escuridão!
Bate acelerado nosso coração!
Momento de medo e solidão!

Arre morte!...
Bata em outra porta,
não injete seu veneno
em minha aorta
não quero ir, não posso partir...
Cumpro ainda minha missão.
Tenho que fiar poesias...
Tecer versos de alegria,
semear sentimentos em profusão
sobre a terra deste nosso mundo
às vezes cordeiro outras vezes cão.

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Canto na Tarde Branda

Sobre o galho florido da acácia
entre flores tingidas de cor-de-rosa
meu canário solta a voz com eficácia
numa canção insistente, até teimosa.

Ao redor o povo enternecido
ouvindo o canto que do alto se evola
esquece mágoas e no canto absorvido
tange a alegria nas cordas da viola.

A música toma conta de toda gente,
o som penetra no imo da tarde branda
meu coração só fala do que mais sente
na cadência indolente da rede da varanda.

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Desabrochando

Desato a fita azul que prende
a caixa das minhas lembranças...
Numa vibração ligeira
voam os bons momentos
qual pássaros livres
entre nuvens de gorgorão e tafetá
e pousam sobre meu roseiral em flor...
Cada boa lembrança
exala um perfume inexplicável!
Desabrocho em alegria
e enfeito meu jardim...

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