Blog de Carmen Vervloet

Foto de Carmen Vervloet

Essência

Chove lá fora.
Uma chuva fina e constante
que faz cada ser vivo
buscar o aconchego do seu ninho.
A noite é gelada,
mas quente é o coração!
Estou em minha própria companhia
e gosto de estar assim...
No silêncio de mim...
Meu imaginário floresce
como um jardim colorido,
estimulado pela chuva
e multiplica-se como gotas de tempo!
Concebo a semente,
gero o fruto
e partejo a essência
do bem viver...

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Vencendo os Percalços (Imagem - Inspiração)

Em minhas mãos o meu destino...
Fico atenta ao próximo passo,
não posso cometer desatinos,
nem me prender no próximo laço.

A vida é uma caixa de surpresas,
o porto que sonho é longínquo e pálido...
Mas de esperança é farta minha represa
e sai de minh’alma um sopro cálido.

Caminho por sobre espinhos,
meus pés sangram, mas insisto.
Vou arrastando o meu ancinho,
jogando às margens qualquer imprevisto.

Em minhas mãos o jogo do barbante,
o próximo passo é sempre fundamental...
Mas minha fé é abundante,
não deixo apagar o meu castiçal.

O mistério do amanhã eu não desvendo,
mas o instante é todo e só meu...
Diante da dor eu não me rendo,
guardo em mim a força de Deus.

A vida não vem embrulhada só em alegrias,
mas mesmo assim é um presente...
O que não mata, alforria,
fortalece a alma, clareia a mente.

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Proposta

Seja assim:
Amável, carinhoso, fiel,
pedra que sustenta o amor
modificando o destino,
retificando suas curvas,
aplainando seus obstáculos.

Flor que perfuma a vida
suavizando o odor do suor
da caminhada.

Sol que ilumina a estrada escura
e aquece os dias frios
e os corações gelados.

Lua que instiga o romance,
envolve as almas solitárias
e motiva os desesperançados.

Seja o silêncio
que permite a reflexão
e faz a alma entrar em comunhão
com a sua própria essência...

Seja assim:
Amoroso, puro, devotado,
um ser humano que faz a diferença
e faz o mundo melhor!...

Foto de Carmen Vervloet

Homem

Ser mutante como a lua e suas fases!
Às vezes lua crescente, cheio de força,
galgando os obstáculos sem enrugar a fronte,
sem vergar o tronco...
Decidido, sábio, sereno, corajoso!
Outras vezes lua nova,
renovando idéias, semeando sonhos,
plantando ideais!...
Às vezes lua cheia
ofuscando outros homens,
iluminado, sedutor, majestoso!...
Mas quando lua minguante,
esconde-se nas sombras,
arredio, frágil e humano.
Mas sempre passível de renovação!

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Poesia no Canto, um Encanto!

Bordo meus versos
no aconchego do meu canto.
Que encanto!
Desenho, com palavras, coloridas telas...
Encho balões com meus sonhos
e os solto no iluminado espaço
no exato momento
em que passa uma corrente de vento.
Sobem aos céus, lá… bem junto às estrelas
e são abençoados por Deus!…
Depois retornam num rabo de cometa
pousando aqui e acolá…
Deixando um pouco de mim em cada lugar...
Lá... onde os silêncios rugem
em meio às dores que surgem.
Onde o tempo é quando… a dor passar!
E o amanhã é quando… a ferida secar!
Preciso plantar meus versos de amor e ternura,
fazer o reverso do sofrimento,
levar um pouco de loucura,
fazer voar, sem sair do chão,
por um ponto final no tormento,
alimentar… distribuir o pão…
Oferecer as mãos em conchas de amor…
Abraçar, com a esperança,
de que a dor suavizou,
a treva se acendeu em luz,
e a poesia trouxe a paz de Jesus!

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Nascimento

Tintas vibrantes
escorrem sobre a tela...
Na mão pincel se agita
no ritmo do co-ra-ção...
Do co-ra-ção...
Nascem reinvenções... Surpresas...
Sentimentos do artista...
Imagens grávidas de emoção!

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Quatro Estações

Se me ponho a pensar no meu passado,
em que sonhei, vivi dias felizes,
quando o coração pulsava acordado,
sem compromissos, saudades e cicatrizes...

Quando minha vida era apenas primavera,
minha alegria, volteios de uma valsa...
Meus pensamentos grudavam-se feito hera
nos troncos livres de uma leve balsa.

Meus olhos, quais sóis gêmeos de verão,
brilhavam tanto... que chegavam ofuscar...
E mil carinhos saiam das minhas mãos
No sonho cândido de com a felicidade morar...

Mas veio o outono e derrubou as flores
e minhas pétalas caíram descoradas,
o frio inverno congelou as suas cores
e os meus sonhos se derreteram na calçada.

E pensativa fico a olhar o vago
com o olhar perdido no infinito do sem fim
buscando pedaços da balsa que naufragou no lago
e as lágrimas que choro, ninguém vê cair de mim...

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Série Sete Pecados Capitais: Preguiça

Lago que descansa tranquilo...
E não se importa com nada a sua volta
O ócio o eterno companheiro e asilo
Um peixe que lhe chega á mão...
E o resto não importa.

O trabalho seu maior inimigo
Para ele sempre tem tranca na porta!

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Série Sete Pecados Capitais: Orgulho

Poço de vaidade sem fim...
Fruto que alimenta o ego prepotente.
Corrente que isola o eu no seu próprio camarim
e que envolve em empáfia o ambiente!

Pavão que infla o eu em arrogância sem fim...
E deixa o coração doente...

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Série Sete Pecados Capitais: Luxúria

Entre gemidos e cicios faz o seu ambiente.
Na sua impulsividade desenfreada
une-se a lascívia seu mais próximo parente
e sobre lençóis de cetim joga-se a descarada!

No seu comportamento sem moral e libertino
não respeita nem damas, nem virgens...
Na sua sofreguidão comete desatinos!

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