Blog de Carmen Lúcia

Foto de Carmen Lúcia

Madrugada...

Madrugada fria...
O ar me congela...
Nada me aquece...
Cobertas me guarnecem,
acaloram o meu corpo,
mas de minh’alma se esquecem...

Madrugada vazia...
Os minutos não passam,
as horas se resfriam
e preguiçosamente
empurram os ponteiros
de um relógio cansado,
querendo parar.

Minha solidão aumenta
nessa madrugada fria,
que não quer terminar...
Os cantos do quarto
parecem me olhar...
Desejam me abrigar,
mas, permanecem calados...
Seres inanimados...Coitados(?)

O guarda que apita, lá fora,
que ronda e afronta o passar das horas,
sente o frio na pele, que o impele
a rondar e a vigiar.E o frio na alma?
É o pior que há!
Talvez não o sinta...
Mas, ele está lá...
Me faz ponderar
que não estou só...

Também os anjos da guarda,
apesar da fria madrugada
fazem-me companhia...
Quem sabe me façam poesia!
E a manhã nasça ensolarada...
Clara, iluminando, iluminada...
Fruto da angelical fantasia
De uma madrugada fria e vazia.

Agora minh’alma não mais se arrefece...
Ao crer no amanhã, se aquece e adormece.

(Carmen Lúcia)

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Viajantes...

Somos ínfimos pontos de uma imensidão...
Nesse desencontro de universos,
onde transladam sonhos, barganham versos,
num transitar perplexo e de abandono.
Buscando seus espaços, almas perdidas,
desfazem-se dos laços, em despedidas,
anseiam referências, com persistência,
o marco zero da vida, o que inicia... (ou que termina?)

Somos partículas de um todo,
(ou de um engodo?)
Que atirou a todos em arremesso...
Marcados, predestinados, etiquetados...
Cada etiqueta, novo tamanho e novo preço...
E o tributo a ser pago, a revirar ao avesso.

Somos viajantes de um mesmo barco
a tripular pelo oceano, desejos parcos...
Barcos empoeirados, repletos de lama,
A navegar em águas límpidas...
...e indisponíveis aos nossos planos...

(Carmen Lúcia)

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Aprisionadas...

Olho o céu coalhado de pipas
dançando ao som do vento, mortas-vivas,
num vaivém de efeitos especiais,
desafiando os fortes vendavais...
E os grandes festivais.

Embaixo a gritaria...criançada e correria,
ajeitam carretilhas...Puxam, riem...Euforia!
Dão mais linha, muita linha...E qual delas ganharia?
Mais altura alcançaria?
A mais ousada, qual seria?

Mal sabem que, aos borbotões,
tentam se livrar dos grilhões
que as mantêm prensadas, enclausuradas, pesadas,
Assim como dos trens, os vagões...
os vergalhões.

Anseiam pelas rajadas de vento
que ninguém pode impedir...
Que, de repente, quebrem as correntes...
Libertem-nas, as façam subir...
Livres...leves...soltas...Ao léu!

E o desejo de liberdade prevalece.
O sonho de voar permanece.

(Carmen Lúcia)

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Morte e ressurreição de um poeta...

Sangra, agora, seu coração...
Mudo, destroçado, descompassado.
Quer bramir um verso,
despertar a emoção...
Mas cala-se ante o gemido que brota
confirmando a triste derrota.
Sangrando assim, não é capaz...
Sangrando assim, seu verso jaz.

Outrora voava com a fantasia,
som de violino em feitio de poesia,
seus versos percorriam céus e terras...
Era o amor indo ao encontro de almas vazias.

Pisotearam o poeta, tiraram-lhe a visão,
Rasgaram os seus versos, escarraram suas rimas...
Amores perversos, almas desumanas,
maldade imbuída na mente humana...

Hoje, um farrapo vagueia pelas esquinas,
um resto de inspiração o incita à nova vida...
E tateia as emoções pelos cantos, perdidas,
restaurando seus versos, resgatando suas rimas...
Esculpindo sua alma, um verdadeiro artista!

(Carmen Lúcia)

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Entusiasmo...

Ansiosamente procuro
Sorrindo ou mesmo chorando...
Tropeço e continuo andando,
Pés calejados, pisando marasmos...
Rastreando marcas de ...
Entusiasmo!
Persigo, persisto, insisto,
Posso cair, mas nunca desisto...
Se um dia senti ...é porque existe,
Se um dia sorri...nem sempre fui triste.

Entusiasmo...

Não há receita, teoria perfeita,
Apostila que ensine,
Prática que confirme,
Caminho que defina,
Dogma que determine.
É o que move a vida
Tornando-a colorida...
Que leva à empolgação,
Que deixa tudo bonito
Mesmo em tempos de expiação.

Entusiasmo...

Não é impossível, nem distante,
Basta ser perseverante,
Esvaziar dentro do peito
Aquilo que não há mais jeito...
Abrir portas e janelas,
Deixar entrar as coisas belas,
Lançar ao redor do mundo
Um olhar diferente, profundo...
Viver intensamente os momentos,
Inundar-se de sentimentos...
Abster-se de cavoucar feridas
E entusiasticamente...
Celebrar a Vida!

(Carmen Lúcia)

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A cor dar...

Tão insolente raiozinho de sol
a penetrar por minha janela...
A me sondar, me acordar...
Aquecer-me!E eu só quero esquecer!
Adormecer...A dor vencer...
Mal sabe que na noite anterior
procurei por calor...
E ela permaneceu escura, dura...
Noite densa, sem lua...
Esquinas vazias, frias, sombrias...
Breu nas ruas.
Estrelas apagadas, confinadas
a um brilho morto, num céu torvo...
Nem mesmo o sol da meia-noite
que surge feito açoite... ilusão de ótica,
delírio febril, visão utópica,
apareceu...Não se incandesceu...

Mas, insiste o raiozinho,
Aquece-me com carinho...
Sussurra-me de mansinho:
“O céu está tão lindo!”
Encarar a vida é preciso...
Acordar e a cor dar
ao novo dia...
Fazê-lo brilhar!
Resplandecer!
Renascer!

(Carmen Lúcia)

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Amantes

Te quero...És a overdose desse amor viciado,
que sacia o sangue e deixa mal acostumado.
Te quero...És o alimento de que mais preciso,
que me mata a fome e me revigora.
Te quero...Como amante, mais que antes! Como agora...
Te quero...És da fonte a água pura
que me mata a sede, me lava a alma e me mostra nua.
Te quero...Com a mesma ânsia louca
de quem anseia loucamente o paraíso...
Te quero...Por esse teu sorriso...
Te quero...E por te querer existo.
Bem conheces minha transparência,
provaste e aprovaste a minha essência...
E ainda me vês com ar de inocência...
Ar que me abrasa e me arrebata com eloqüência.
Te quero...Pra poder continuar sendo...
Te tendo...eis a razão de estar vivendo.
Amante...meu serás pra todo o sempre...
Amante...Serei tua eternamente!
Amantes...Inevitavelmente!

(Carmen Lúcia)

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Poeta é poeta porque cria.Tentei...rs.

"Poetando..."

A noite estrelava em minha janela aberta...
Chamava-me até ela para que eu visse o quanto estava bela.
Num impulso “Bilacquiano”, comecei a vê-las...
Como é lindo entendê-las!Amar é ouvir estrelas...
Meu sonhar levou-me até elas...
Sonho é essência da vida...
E, segundo Neruda, em versos,
passa incólume por ela
quem não ousa o incerto,
sucumbindo no que julga certo
e desiste de seus sonhos...

Aprendi com Shakespeare,
que os acontecimentos do dia
é que tecem a fantasia...
E que nos fazem sonhar...
E tornam a vida espetacular...
Que o tempo não cura ferida nem dor.
Somente o Amor!

De Clarice, um pensamento Lispectoriano:
Não devemos passar o tempo enganando,
mentindo pra si mesmo, quando não se ama mais...
“Ainda te quero como sempre quis”,
inverdade que com o coração não condiz...
Mas, de tudo, aprende-se lição.
Nada é em vão...

Sabemos do começo, nunca do fim...
A vida pode ser curta ou longa demais...
Cora Coralina, semi-analfabeta, ensina:
ninguém sabe de nada, de antemão...
Por isso, para que o viver tenha sentido,
pra que nada tenha sido inútil,
toquemos as pessoas com o coração...

E no tarde da vida, decorridos os anos,
quando a carência de afeto humano
bate tão forte... Desmedida e sem norte...
“Saudade de quem quero abraçar e não vejo”,
“Acabo de receber pelo correio, um beijo.”
Adélia Prado, em seu verso alado,
“Não quero faca nem queijo.Quero a fome.”
Todo o resto, agora, me consome.

(Carmen Lúcia)

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Vídeo-poema: Nós

Nós...

Nós,
Que já vivemos juntos tantas situações,
Compartilhamos juntos todas emoções,
Fomos cúmplices, segredamos utopias,
Vilões e heróis de nossa própria fantasia.

Nós,
Que fomos muito além dos sonhos,
Reinventando rotas, recriando planos,
Intensificando dias, meses e anos,
Vendo tristonhos, cair as folhas de outono.

Nós,
Que já vivenciamos tanta dor,
Nos abraçamos para dar-nos mais calor,
Nos consolamos, enfrentando temporais,
Trilhando juntos os mistérios abissais.

Nós,
E as aventuras por debaixo do lençol
A descobrirmos as nuances do arrebol...
Foi tanto amor, por ser demais se desabou
E separados, ninguém sabe o que restou...

...ou se restou...

(Carmen Lúcia)

Obrigada, Enise, por ter me proporcionado essa grande alegria, ao dar-me esse presente.

Beijos!

Carmen Lúcia

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Somente tu...

Fala-me com doçura...
necessito me embalar na tua paz,
dos momentos de brandura
que somente tua presença traz.
Ajuda-me a renascer...
Já morri tantas vezes
e foi difícil reviver...
Ensina-me a viver!
Quero voltar a crer...
Abraça-me com ternura,
aperta meu peito junto ao teu,
Sejamos um só coração,
Vivamos a mesma emoção...
Deixa-me chorar em teus ombros,
aliviar meus dias sem ti...
Afasta-me dos medos
que amordaçam meus passos
e calam meus sonhos aprisionados.
Vens libertá-los...
Vamos juntos sonhá-los...
Traze-me de volta a mim
antes que seja tarde
e nosso tempo se acabe...
Está em tuas mãos...Socorre-me!
Só tu podes!
Milagres do amor...

(Carmen Lúcia)

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