Blog de Carmen Lúcia

Foto de Carmen Lúcia

Tentando recomeçar...

Desfaço os laços que nos mantinham atados.

Agora sós... Cada um pro seu lado...

Restam os nós, que o tempo vai desatar...

Que a vida há de apagar...

E a imensa bagagem de experiência,

anos a fio, conflitante convivência...

Páginas de um livro que quero virar...

Enredo desgastado.Um novo virá?

Cada um por si, sem hipocrisia, sem medo...

Reconstruindo outra história, sem pompas, sem glória.

Apenas uma simples e verdadeira história...

Criamos uma redoma...Seguiremos imunes...

Da dor, do desamor...Sairemos impunes...

Dos vendavais ou fortes temporais.

Nosso alicerce é de pedra e seguro,

nossa janela isenta de mau agouro...

Nada poderá nos derrubar...

Fortalecidos hoje estamos...

Ouso dizer que nos salvamos.

(Carmen Lúcia)

Foto de Carmen Lúcia

Tributo à Mãe-Terra

Impiedosamente devastam o seu verde,
inconsequentemente abortam de seu ventre
o fruto a germinar sementes
para dar vida a essa gente
que inconscientemente a destrói
buscando avidamente a ganância que corrói,
esburacando o mundo , a se suicidar...
e levar a morte a todo lugar.

E a Mãe-Terra a tudo assiste...
Vê sugarem de seu peito a seiva da vida,
desmatarem florestas, fincarem feridas,
secarem seus rios, chorarem seus céus,
emudecerem as aves, extinguirem animais,
vandalismo inconcebível às riquezas naturais,
masoquismo irreprimível à fauna e às essências florais.

Mas ela não desiste...Persiste.
Num esforço supremo faz verter as suas lágrimas
que correm para os rios a procura de seus mares,
sopra fuligens do tempo purificando os ares,
carrega em suas asas as aves entristecidas,
acaricia seus filhos numa prece emudecida,
espreme de seu peito a seiva que alimenta,
que ainda existe e que fomenta
a luz da esperança que tende a se apagar,
mas que de repente se acende e se inflama...
Terra-Mãe que derrama seu sangue e o esparrama
em cada botão prestes a desabrochar.

_ Carmen Lúcia_

Foto de Carmen Lúcia

Viaduto (in memoriam)

Nível divisório (e ilusório) entre dois mundos,
Que não se encontram, mesmo perto, sempre juntos,
Realidades paralelas, não se cruzam, se recusam,
A apoteose e o apocalipse, a discrepância, a discordância.

Em cima o sol, a passarela, a vida bela,
Poder sonhar, a ostentação, a ambição.
Embaixo a escória, restos de vida, degradação,
O submundo, o escracho, a solidão.

No alto, a vida indo ao encontro do sucesso;
Debaixo, escorrendo ao retrocesso.
Passa o burguês, indiferente à desigualdade,
E indiferente, o indigente...o que perdeu a identidade.

Muitos despencam lá de cima, lá do luxo,
Feito suicidas, enclausurados pela dor...
Sombras que assombram, que retratam o desamor
São bichos-homens, vira-latas, degustam lixo.

E permanece lá em cima, a indiferença.
Todo o glamour, a arrogância, a burguesia,
E os maltrapilhos, recolhidos, embevecidos
Com os out doors, os pisca-piscas...Zombaria!

Até quando esse cenário revoltante?
Só se aproximam pra tirar fotografias,
Virar manchete nas colunas de jornais,
Tão cordiais com tais problemas sociais!
E as soluções? Ora, quanta hipocrisia!

Quando acolhido pelo abraço maternal
E acarinhado pela morte, o indigente,
Seu corpo jaz, caído ao chão, sobre um jornal,
Do pedestal (aí se cruzam), a sociedade
Vem dissecá-lo para o bem da Humanidade.

_Carmen Lúcia_

Foto de Carmen Lúcia

Vento Noroeste

Vens assim de repente
qual vento noroeste
que tudo desarruma e desveste,
mormaço quente, passional,
precedendo temporal...
Redemoinho de efeitos
arrombando janelas,
varando por elas
como um vendaval...

Vens feito ciclone
desrespeitando espaços
desfazendo laços
varrendo ilusões...
Um festival de arroubos,
de impetuosidade rompante
nesse teu ar petulante...

És o dono da situação,
desnudas os sentimentos,
roubas os melhores momentos,
deixas marcas da paixão...
E vais assim como vens,
devastando os lugares
nublando céus
agitando mares
causando desolação...

Fruto da adversidade,
senhor da insensibilidade,
devorador de emoções.

_Carmen Lúcia_

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Sinais de Trânsito

Pare...

Se o amor acabou
Se o céu apagou
Se a noite não mais termina
Se a nova semente nunca germina
Se a dor se faz presente
Se a alegria anda ausente
Se o mundo mudou de repente...

Atente...

À velocidade com que o tempo passa
À beleza das flores que seus olhos não veem
Aos sonhos não sonhados e desperdiçados
Ao hoje que é certo, à incerteza do amanhã
À fagulha da paixão que ainda crepita
Ao preço da descrença que possa vir a pagar
A tudo que existe e irá se transformar...

Siga...

Se o amor renasce a cada dia
Se a canção ecoa em sintonia
com a natureza que a vida vem lhe dar
Se o seu rosto se suaviza com a brisa
que sopra ao seu ouvido segredos do céu e do mar
Se é capaz de discernir o bem e o mal
Vai em frente...
Acredita...
É esse o sinal.

Carmen Lúcia

Foto de Carmen Lúcia

A vida e a arte

A verdadeira arte é nossa própria vida
esculpida e poetizada no dia a dia,
sentida e vivida no decorrer das horas
onde a sincera construção do artista
torna perfeita a execução da obra
esculpindo a sua própria alma
que vibra solta ao sopro do vento
sem armaduras, amarras ou disfarces,
sem notar a velocidade do tempo
nem se preocupar com suas marcas
que vêm aprimorar o seu talento...

E quando o vento sopra mais forte
ameaçando tamanha arte esculturada,
da própria vida recolhe as ruínas
a alma do artista estruturada,
reconstruindo a parte demolida,
dando mais vida à vida restaurada.

_Carmen Lúcia_

Foto de Carmen Lúcia

Vida não vivida

Hoje lembrei-me de você...
Sua lembrança me veio de súbito.
Nem sei porque
invadiu-me um certo júbilo,
o mesmo que sentia anos atrás
quando ainda era tempo de amar.

Há tempos me ausentei de mim
sufocada pela vida que me fora imposta
ou que eu mesma escolhi,
desperdiçando os melhores momentos,
aqueles que a gente mais gosta,
que passamos e que passaram por nós...
Que se enroscaram nos nós
e se perderam, após,
nessa vida louca que dá e cobra,
libera e acorrenta,
atiça e não sustenta.

Hoje lembrei-me de você
e consequentemente de mim também...
Fechei-me e não me abri a ninguém,
dei-me ao luxo dos devaneios,
passeei nas emoções...
Voltei ao passado
onde o deixei parado
sem nada entender....
Que fiz a escolha errada,
que eu queria muito mais
do que simplesmente ser amada,
que só o seu amor não seria capaz
de me satisfazer e me fazer feliz...

Hoje caminho apressadamente
sem nada buscar... Inutilmente.
Tento apagar de minha mente
e de meu coração vazio
a vida que com você seria,
que não vivi ... que eu perdi...

Carmen Lúcia

Foto de Carmen Lúcia

Doce ilusão

Amasso teu retrato de encontro ao peito
pra te sentir de novo, inda que seja assim...
Clamo por teu nome, te imagino aqui,
só por um instante trago-te a mim.

Beijo teu sorriso, colo-o em meus lábios,
lágrima e saliva deixam-no molhado...
Afago teus cabelos como fazia outrora,
aperto teu retrato pra que não vás embora.

Nesse momento intenso de grande ilusão
tento voltar o tempo, vibrar as sensações,
as muitas que vivi e não foram mostradas
porque as emoções não são retratadas.

Carmen Lúcia

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Eu te fiz...

Eu te fiz dia para clarear,
te fiz poesia pra te divagar,
te fiz ponte pra te ver descobrir
onde o Sol se esconde, onde vai dormir...

Te dei novo horizonte para teu sonhar,
te fiz caminho, arranquei espinhos pra teu transitar...
Acendi estrelas, prateei o luar sobre brumas do oceano,
pra teu navegar...

Só não percebi que ao te fazer assim, abri janelas...
e os cheiros das flores, e os demais olores, e o que te dei
fizeram do mundo, muito mais profundo, mais interessante...
Me viste diferente, um simples imprudente e não mais teu rei.

Pegaste todos meus presentes e tudo que por mim sentes e puseste num baú,
te disseste independente, te tornaste sempre ausente , me fizeste sofrer...
Fugiste para o horizonte, atravessaste a ponte, cheia de poesias,
te perdeste no oceano, ignoraste meu “Eu Te amo”, nada me quiseste fazer.

Carmen Lúcia/Wanderson Lana

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Marcas...

No corpo, a marca da roupa da moda
e os tênis de marca realçando os pés,
cabelos marcados de nós desatados
dos laços de fitas, em tons dégradé.
Nos lábios, as marcas vermelhas
do batom preferido
revelam um beijo que muito marcou.
Na pele a marca do sol de verão,
bronzeado de praia a marcar a estação.
No peito, coração a pulsar disparado...
marcando o compasso do primeiro amor.

No rosto, as marcas do tempo,
veloz redemoinho marcando o chão...
Cabelos marcados por lenço amarrado
guardando o grisalho e as marcas da dor.
No peito, pegadas marcadas
são rastros de amor que por ele passou...
Os olhos sem vida, sem cor, desbotados,
demarcam as cinzas de grande paixão.
Os passos se arrastam, pesados, cansados...
alastram as marcas que o tempo deixou.

Carmen Lúcia

Carmen Lúcia Carvalho de Souza
15/08/2007

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