Blog de Carmen Lúcia

Foto de Carmen Lúcia

Poeta

Te revestiste dos sonhos
que deixei de sonhar,
alçaste majestosos voos
que não pude voar,
cruzaste o horizonte
fazendo-me imaginar
que o inimaginável é possível,
passível de se alcançar.

Te embrenhaste nas brumas
de teu oceano,
deixaste-me vazia
a repensar nossos planos
juntar nossos sonhos
e bem alto voar
num único sonhar...

Subiste mais alto que eu
sem ouvir meu apelo,
meu olhar de desespero,
minha mão a te buscar
que no ar se perderam
quando de ti me perdi...

Ao ganhares altura,
condor a conquistar os céus
com galhardia e postura
pisaste o mais alto pódio,
olhaste-me de cima pra baixo
olhar de ironia e bravura.

Hoje sou simples gaivota
solitária a rodear o mar,
olho-te voando ao alto
no ápice de minha coreografia
tentando clamar por tua atenção
e nem sequer me vês
e nem sequer me notas...
Julgas ter atingido a perfeição
nesse teu mundo de ostentação...
Não foges à regra
nem és exceção...

_Carmen Lúcia_

Foto de Carmen Lúcia

Antes que seja tarde...

Antes que seja tarde
e o dia se feche no transcorrer das horas
cerrando as cortinas do hoje,
o tempo registre sua marca
e em seguida se vá em disparada,
preciso falar das emoções do agora,
da brisa leve a deslizar meu corpo
que ao seu toque se revigora
regando suavidade em meu espírito
que voa junto ao meu pensamento
por onde quero que deva voar,
por onde creio que deva passar
seguindo a magia da musicalidade,
deixando o testemunho da felicidade
em todo lugar, por onde alcançar,
galgando céu e mar...

Antes que seja tarde
e o dia se acabe, sem alarde,
deixando marcas do belo que se foi,
rastros de amor por lugares que passou,
pegadas de afetos,belas surpresas e revelações
por entre as miudezas que fazem a diferença
reativando a luz, mantendo acesa a crença,
quero expandir-me em emoções
mesmo que seja por um instante,
alguns segundos apenas...
A intensidade do sentimento
o tempo não registra...
Ele dura por todo o momento
em que a vida persista
fazê-lo eternidade...
E por mais que o tempo passe
nele não cabe tal felicidade.

_Carmen Lúcia_

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Bailarina (2)

Do glamour de sua arte atenho-me nas rimas
no talento que a conduz me perco em cada linha
toda graça que a seduz me deixa entorpecida
ao girar em piruetas me transporto a outro mundo.

Cada passo combinado caminha a minh’alma
entre gestos delicados peregrina minha calma
no torpor de sua dança me enlevo no compasso
rodopio em arabesques desenhados em meus sonhos.

Em coerência com sua imagem crio minha fantasia
na melodia que a aplaude soa minha reverência ...
Refletidos pelos cantos, encantos em coreografia
em sua página escrevo a mais pura poesia.

_Carmen Lúcia _

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Divina inspiração

E as bailarinas bailam,
dão vida à melodia
que invade o espaço
ritmando a euforia
dos corpos que se entregam
a uma louca magia...
alheios aos que os cercam
seguindo o que os inspiram...

A arte está nos pés
que rodopiam em pontas...
A arte está nas mãos
articulando os dedos
gesticulando emoções...
Está na silhueta
frágil, suave, perfeita.
Está por todo o corpo,
em cada expressão,
está dentro da alma...
Divina inspiração!

Carmen Lúcia

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Aquela rua...

Aquela rua...

Retorno àquela rua...
Não é a mesma, nem há mais lua...
Escondeu-se entre prédios e assédios
E tímida, já não se mostra nua.
Pisaram a poesia que havia nela
Roubaram-lhe o encanto, meu recanto...
Fecharam-lhe as portas e janelas...
Amordaçaram seu sorriso e o seu pranto.
E as pedrinhas reluzindo dia e noite,
Trocaram-nas por asfalto... um açoite,
Arrebatando-lhe os sonhos de criança
A rua onde guardei a minha infância.

_Carmen Lúcia_

Foto de Carmen Lúcia

Creio em ti...

Antecipa-me o céu...
Bem de leve, sem escarcéu,
clareia-me a escuridão,
mar de atrocidades, turbilhão,
onde a hipocrisia se cria
gerando só falsidades
e a poesia se esconde
em meio à desarmonia...
Anseio a paz que há em ti,
reviver o que já cri.

Abre-me portas, janelas,
incita meu voo livre,
ampara-me em tuas asas,
junto de mim convive...
Preciso do ar que exalas,
ouvir de teu coração
a melodia que espalha
ressuscitando emoção...

Devolve-me a paixão esquecida
me faz forte... guarida,
põe-me diante do novo,
de novo, diante da vida...
estanca a minha ferida
sopra de mim essa dor,
livra-me de qualquer rancor,
devolve a fé que perdi.
Só tu podes...Creio em ti...
És o Amor!

_Carmen Lúcia_

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Ainda há sabiás...

Ainda creio no homem
e nos sonhos que inda sonho
apesar dos desenganos
não obstante os transtornos...
Ver minha pátria querida
livre de tanto abandono
e enquanto faísca luzir
de uma luz tênue e pálida
minha esperança não vai se esvair
mesmo que um tanto esquálida
diante dos que em nome da lei
roubam a crença de um povo
fazendo-se amigos do rei...
Favoritismos escancarados,
nepotismo desenfreado.

Ainda creio no homem...
Como viver sem crer?
Não há Pasárgada que resista
melhor seria morrer
ao desistir da bandeira
que escolhi carregar
e contra tal bandalheira
lutar, lutar e lutar...
Fazer da terra querida
o berço realmente esplêndido
onde quero me deitar...
Sonhar com um novo tempo
que com certeza
um dia há de chegar.

Ainda creio no homem...
Como deixar de sonhar
ou imaginar Pasárgada
o meu novo e eterno lar?
Prefiro nunca ir lá
pra um dia ter que voltar
como na canção de Chico
e de Jobim...” Sabiá”...
"Vou voltar...sei que ainda vou voltar..."
E ouvir de uma sabiá, o canto
doce momento de encanto
à sombra de uma palmeira
vendo o dia anunciar
uma manhã altaneira
o amor a triunfar
e toda gente a sorrir
quando a tempestade passar.

Ainda creio no homem
A ilusão jamais me consome...

_Carmen Lúcia_

Foto de Carmen Lúcia

Desfile das Flores

Desfile das Flores

Num reino encantado de olores e cores
onde a fantasia sugere poesia,
desfilam faceiras, abertas aos amores,
as flores mais belas do “Rancho das Flores”.

Vem a margarida tão cheia de vida,
com saia de pétalas, girando, atrevida
e a orquídea esnobe, altiva e rica,
lembrando a nobreza da corte esquecida.

Agora...suspiros...rubores...pudores...
Maria-sem-vergonha, de ardores, fulgores,
tão discriminada, até ultrajada...
porque dá à toa...Que triste! Coitada!

Logo em seguida o lírio do campo
com sua pureza, vestido de branco,
recompõem-se as flores num clima de paz,
recobram os valores, a moral se refaz.

A um certo perfume...silêncio total...
É a dama-da-noite, beleza fatal...
Atrás dela o jasmim, que saiu do jardim
para a dama aplaudir...e sonhar...e sorrir...

E no ar, de repente, um calor eloquente
faz as flores tremerem, suores intermitentes,
exalam fragrâncias, ao vê-lo à distância...
É o amor-perfeito com um cravo no peito.

Brilhosa qual uma estrela, a papoula vermelha,
fazendo “caras e bocas” a quem quiser vê-la,
mas roubando os olhares, a tulipa amarela,
com sua postura, beleza singela.

Ponto alto da festa, momento de esplendor,
violetas dançaram a “Valsa do Imperador”,
só não se apresentaram as viçosas açucenas
perdidas pelos caminhos por conta das cantilenas.

Chegaram as onze-horas colorindo a passarela,
dando passagem a ela...à rosa...flor mais bela...
Curvaram-se todos respeitando a donzela,
rosa rainha com seus espinhos, os sentinelas.

De repente...um acidente...E fala a bromélia:
-Caiu de cima do galho a insinuante camélia.
Um chourão choramingando surgiu do jardim
com uma placa na mão anunciando...
Fim!

_Carmen Lúcia_

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Em busca da Primavera

Caminhei sobre pedras
e estradas de chão,
direcionando meus planos
à mais bela estação...

Em busca da primavera
vi cair folhas de outono,
levando alguns sonhos...
invernos congelando quimeras,
sem nunca desistir da espera.

Apostei nas que sobraram,
as que fielmente ficaram
apesar dos outonos tristonhos,
dos invernos fechados
prolongando a chegada,
recuando meus passos,
coibindo espaços
pra me fazer desistir...
... das vezes em que me sentei nas estradas
com as pernas cansadas
sem saber pra onde ir...
...das vezes em que me senti sozinha,
sem saber o que fazer
e quase retroceder...

Foram muitos recomeços,
desenganos, tropeços,
lágrimas, suores, dores,
decepções, desamores...

Os amores que julguei me amarem
aos poucos se foram sem eu nem entender...
Dos amigos que me abraçavam,
poucos restaram,
os que eu posso crer...

E hoje comigo deslumbram
a beleza, o perfume, a cor,
o desabrochar da primeira flor
ao terminar a longa espera
com a chegada da primavera.

(Carmen Lúcia)

Carmen Lúcia Carvalho de Souza
18/05/2009

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