Tempo de Natal...
Os sinos bradam alegremente...
Anunciam um suposto novo tempo,
tentam arquivar no esquecimento
os contratempos que marcaram a vida,
agentes de todo o mal...
Querem incutir o bem
num esforço supremo de alegrar alguém,
como se a dor instalada no peito
pela saudade que nada dá jeito
se esvaísse com as badaladas,
ressuscitando pessoas amadas
ceifadas do âmago de nosso contexto.
Estrelas se põem à mostra
acendendo um céu
que de marinho se borda.
O mesmo céu onde a lua aporta
inundando os lugares de prata angelical
de um mundo manchado de vermelho,
molhado de lágrimas, desolado e aviltado
em contraste com a suavidade da noite
inocente, a ofertar a paz celestial.
Tempo de Natal...
Árvores são enfeitadas com aparato,
luzes coloridas faíscam com recato,
exterioridades expõem beleza e luminosidade
que não alcançam os interiores escuros,
não abrangem o significado da data
nem apontam o caminho da simplicidade
onde o amor transita com humildade.
_Carmen Lúcia_
Comentários
Comandos p/ Carmen Lúcia
Simplesmente lindo...
Um grande poema para as pessoas refletirem de que forma estão comemorando o natal e perceberem que essa fábula que hoje consumiu o verdadeiro natal não passa de uma sombria e misteriosa ilusão.
Bruno Moraes de França
Obrigada, Comandos!
Suas palavras vêm exatamente ao encontro de tudo o que penso e sinto sobre o Natal. Seria hipócrita se escrevesse que tudo ficará bem e o mal(u) se dissipará ou que o Amor irá se expandir, sendo esse o verdadeiro sentido do natal.
Agradeço pela atenção e carinho de seu comentário.
Tenha um bom Natal!
Carmen Lúcia
Carmen Lúcia