Blog de Arnault L. D.

Foto de Arnault L. D.

Montanhas submersas

O amar cria em nossas vidas, marcas na paisagem; torna a planície dos dias vincada por vales e sinuosa por montes e montanhas...

Dependendo dos amores, são apenas como dunas... E o vento se encarrega de dispor. Porém, existem outros que são muito diferentes...

Tornam-se marcos de referencia, verdadeiras pirâmides, enormes montanhas de pedra.

Quanto aos outros pequenos, dias, cotidiano, são como a agua da chuva, a acumular-se. Toma a silhueta da paisagem, a tornando mais plana, cobrindo os montes menores, até mesmo, os diluindo.
E dependendo do volume destas aguas os montes submergem, podendo restar apenas um mar... Plano.

Até mesmo a montanha mais alta é tornada oculta, alagada, mergulhada, num horizonte quase sólido...

Porém, ela continua lá. De maneira difusa, numa localização imprecisa... Mas abaixo da inundação, oculta, ela continua.

Contudo, como toda inundação, esta também se nutre da constância da chuva, para que suas aguas não escoem.
Pequenos romances, amores casuais, noites ardentes, todos são gotas, que devem pingar constantemente.

Porque se forem minguando, se houver estiagem, as aguas deste “mar”, formado por estórias, ilusões e passatempos baixaram... E no limiar, você bem sabe o que ressurge:

Novamente, a montanha mais alta, retorna à luz , sólida, emerge.
A montanha do grande e verdadeiro amor.

Foto de Arnault L. D.

Contraponto

Preciso fabricar o lirismo,
porque o frio é tão grande
que me gela até o ossos...
Preciso não olhar o abismo,
para que em minha direção não ande
e me trague entre os destroços.

Não há o belo se não o faço,
o qual contrasto a escuridão.
Preciso crer no que exponho,
forrar de seda o duro aço
na convicta certeza da não ilusão.
Que a virtude é real e não sonho.

Entorno, os espinhos das maldades,
a acariciar, ferindo a pele fina.
Mas, não a quero engrossar em calos,
neles embotar o sentir no Ades.
Quero a vida, donde o sangue mina
e não a carapaça, redoma a entanca-los.

Preciso do idílico e da poética
para ao horror da vida por contraponto.
Nutrir-me deste elixir que do fel protege,
amargor de vida sem amor e ética.
Preciso fazer o que não existe pronto
transgredir em verso o que o frio rege.

Foto de Arnault L. D.

Estatua Branca

Na beira de um estrada, aonde a grama se perdeu entre ervas daninhas, existe uma estatua branca. Agora nem tanto... Porque a Lua e o Sol seguindo a cruzar o céu, muitas, e muitas vezes, datas, anos, décadas, a tingiram de tempo.

Ela retrata um lindo rosto... com o olhar cheio de amor. E uma história, triste, que ninguém mais sabe, ou quase.

Figura alguem que fora muito e muito amada, e por estocadas, cuidadosas, de cinzel, este amor foi eternizado, talhado ao mármore frio. Uma ternura tanta, que não deixa espaço à duvida, e fala em voz alta, ser obra de quem lhe dedicou este amor.

E esta entrega foi tão linda e sincera... Que até mesmo os ateus veriam nela algo de divino.
Mas, infelizmente, acontece que o divino e o humano, são coisas distintas.... E ela se foi.

Além do amor, existem outras riquezas, riquezas estas que o homem do cinzel não possuía.
Mas, que um outro, sim.
E ela escolheu, e se foi.

Para ele, restaram aqueles olhos na pedra fria... talhada e branca, para mesmo assim teimar em pedir:
_ “...Volta, volta amor... !”
Mas, apenas a loucura respondia....
E repetiu por tanto tempo, que o tempo passou..., que o tempo acabou.

Quanto a ela, longe dali, muito longe... descobriu que o preço das “coisas” é sempre em metal, mas, o valor... não. Certos valores são incalculáveis. São pagos por primícia, presentes de Deus, coisas de divindade...

E muito rica, constatou esta verdade, e que sempre, não é para sempre. E envelheceu.
Para ela o tempo passou, na certeza gélida das coisas incompletas... Seus olhos nunca mais foram como na branca estatua.... Aquele olhar, aquele amor; preterido, diminuído...

E o tempo passou, e o tempo acabou...

Lá na beira de uma estrada, onde a grama se perdeu. Existe uma estatua branca.
Dizem que as vezes, quando o luar compete com as gotas de chuva, quem passa por ali, se prestar bem atenção, pode ver quando a agua a banhar o pálido rosto, empresta-lhe um pouco de vida, na forma de lagrimas...

Por seus olhos a chuva chora...
Na espera de um antigo amor, a pedir: Volta, volta...

Foto de Arnault L. D.

Fascinação

Olhar seu corpo me fascina
a silhueta, generosa,
que a fez assim, felina,
tão linda, mulher, formosa.

Pernas sobem torneadas
em perfeita simetria,
sob a luz tão delicadas
a pele clara contrasta ao dia.

Tão difícil é descrever,
se faltam palavras belas.
As que sei nunca vão ter,
doçura falta em todas elas.

Distraída assim a vejo,
ao que sei dizer, a transcender.
Não importa-me o desejo,
apenas me deixo desprender.

Não há como descrever:
Seios, nádegas, sexo, em vão...
Pois, o que me traz a ver
é mais... Siderado, fascinação....

Como o bruto ao ver um anjo,
como um sapo a olhar o céu,
o que sei é desarranjo,
a fortuna aos olhos do esmoleu

O seu corpo me fascina
o seu cheiro, pele, ardor,
o que é mais do que se ensina,
não tento explicar, a ver, amor.

Foto de Arnault L. D.

Lado escuro da Lua

Quando ela pensa em amor,
se apega em olhar a Lua.
A vê brilhando iluminada.
O espetáculo em cena que atua.

Nenhum astro há de destoar,
Colaborando a ornar o infinito.
Tendo ao fundo um azul-ultramar,
tanto ponto de luz, tão bonito...

Quando ela pensa no amor,
Suspira, a olhar para o céu...
Colorindo em lápis de cor,
lambuzando-se o querer de mel...

E o luar flui exuberante.
Brilhante, no céu faz-se impor.
Um adorno de diamante
nos dedos da noite, a se expor...

E entre astros estou consumido.
Quando pensa em amor, eu não sou...
Estou lá, mas, como se escondido,
no lado oposto da Lua estou.

Em seus olhos cegos pelo brilho,
eu opaco torno-me invisível.
No lado escuro da Lua me exílio.
Ela pensa o amor e eu a amo, no impossível.

Foto de Arnault L. D.

Mais do mesmo

Lá vou eu maquiar palavras
para aquela mesma história
parecer outra, mas, não é.
No fundo é sempre a mesma,
a mesma raiz em minhas lavras,
a mesma poética inglória
de guiar em marcha ré,
no completar doutra resma.

O mesmo beijo, a mesma voz,
a saudade, que chamo de esperança,
os erros, que chamo de destino
e alguem, que chamo de poesia...
De amor, estrelas,de antes e após...
Do inominável que alcança,
ao singelo, qual de um menino
a dizer do brinquedo que queria.

E este é sempre o meu tema,
que disfarço em outra forma...
Mas, a verdade e que tanta poesia
é só extensão, resume-se a uma.
Pintura de casca, entorno a gema...
Que recubro de rima e se transforma.
Mas, todas convergem a uma só via:
A mesma musa em outra bruma.

Foto de Arnault L. D.

Prece do amor verdadeiro

Peço aos céus por ela,
nas noites, longas, ao deitar.
Que a luz que ainda esteja,
vá ao encontro, qual vela,
clareie seus pés onde andar.
Mas, que se abrande se boceja.

Que na esperança, Deus veja.
O que peço em oração.
Querer de um amor verdadeiro.
Mande um anjo que a proteja,
que a lágrima em transmutação
torne em agua que rega seu canteiro.

E as sementes, rosas, floresçam,
na plenitude de grão abençoado.
O amor de quem ela quis...
Nos filhos, lindos que cresçam...
Mesmo não sendo eu ao lado.
Porque a amo... a quero feliz.

E esta suplica me basta.
A alegria dela, minha vontade.
Peço a Deus por quem amo: Vela...
A restaure com o que me gasta.
Obrigado, pela dor da saudade
e por me ouvir... Amém. Sela.

Foto de Arnault L. D.

Multimédia ( p/ Carmem Cecília )

Você foi assim,
como o sopro do jardim,
como a brisa do pomar,
que no vento enfeita o ar.

Você vai assim,
como fogos de festim,
mil estrelas somar,
a inundar o nosso olhar.

Então não há fim.
Se a lembrança disser sim,
cada vez que alguem olhar,
como a luz volta a brilhar...

Junto ao verso enfim,
os olhos são estopim
que se acende ao mirara
explodindo em formas o versar.

E aos poeta que o nanquim
ganhou asas de um querubim,
alado de imagens, vão achar,
a falta de algo em seu lugar.

Foto de Arnault L. D.

Ainda ontem

Quando disse adeus omiti
a mim mesmo não avisei,
e assim não parti e fiquei,
você se foi e eu persisti.
Quando disse adeus eu menti,
a olhei indo embora e chorei,
a distancia seguiu, eu parei,
e é verdade não mais revi.
E mesmo ficando perdi,
como permanecer, eu não sei.
O céu deslocando e errei,
e até eu me desconheci.
O mundo girando por si,
mudando a tudo na lei,
de girar e girar donde amei,
distante de mim e de ti.
Mas do antes não me esqueci,
apenas em mim preservei.
Quando disse adeus, eu não dei,
quando deu-se a Deus, eu não vi.

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Anacrônic'o'ração

Se o seu amor se for,
como já foi...
Esqueço.

Volto as horas para trás.

Para antes da dor.
Troco o adeus pelo oi.
Começo.

Vivo o que agora jaz.

Se distância for milhas,
torno à mínima escala...
Meço.

Até caber o que apraz.

Se nos quiser tal ilhas,
nego a água ao congela-la.
Atravesso.

Continente o gelo nos faz.

Do tempo cesso o ponteiro
quebro a atualização.
Impeço.

Pinço o instante em tenaz...

Penúltimo é derradeiro.
Anacrôni'c'oração.
Enlouqueço...

A trarei de mim, para ter paz...

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