Preciso fabricar o lirismo,
porque o frio é tão grande
que me gela até o ossos...
Preciso não olhar o abismo,
para que em minha direção não ande
e me trague entre os destroços.
Não há o belo se não o faço,
o qual contrasto a escuridão.
Preciso crer no que exponho,
forrar de seda o duro aço
na convicta certeza da não ilusão.
Que a virtude é real e não sonho.
Entorno, os espinhos das maldades,
a acariciar, ferindo a pele fina.
Mas, não a quero engrossar em calos,
neles embotar o sentir no Ades.
Quero a vida, donde o sangue mina
e não a carapaça, redoma a entanca-los.
Preciso do idílico e da poética
para ao horror da vida por contraponto.
Nutrir-me deste elixir que do fel protege,
amargor de vida sem amor e ética.
Preciso fazer o que não existe pronto
transgredir em verso o que o frio rege.
Comentários
P/Arnault/Lua-Verde
Lindo como sempre, poeta das maravilhas...
Sim, a escrita, a poesia em particular, liberta-nos, aquece-nos a alma, faz-nos companhia nos dias menos felizes...
Ler-te é ouvir violinos em cada letrinha que compões...
Beijinho
Lua-verde
Arnault p/ Lua Verde
Obrigado, moça exagerada... rsrsrs
Você sempre com comentários cheios de sensibilidade...
O difícil é responde-los... fico sem palavras...
um beijo
Arnault
Arnault
O som do violino, da Lua-Verde, lhe trará de volta, desse exílio. Afinal, a sua poesia é de uma música sem igual. Meu apreço e voto.
Cumplicidade
Cumplicidade/ Arnault
Fiquei contente com sua visita...
Adorei em vc dizer que minha poesia é musical...
E gosto de "violinos"...
Venha me visitar mais vezes, será sempre bem vinda.
Abraço, muito obrigado
Arnault