No alto do poste, uma lampada;
mais acima, o céu nublado.
Que passaria ignorada,
se não fosse o inusitado...
Uma pequena mariposa,
que acabara de eclodir
busca da noite, a branca rosa,
que a nuvem teima encobrir.
E saiu voando a procura
da Luna... que avistou distante,
linda e prata, sobre a noite escura
e voou para ela num rompante.
Assim foi, subindo e subindo,
a lua, aos poucos a aumentar.
Era o sonho, saciado, se abrindo,
num premio à exaustão do voar.
E lá, chegou ela, e pousou,
na lua... Exaurida, se viu.
Numa noite que o acaso vingou.
E a mariposa na lua dormiu...
Para uma lampada, comum,
durante aquela noite única
ela tornada foi, para um,
na própria lua magica..
Para uma mariposa perdida,
uma noite, eterna, continua...
Pousada sobre o poste exaurida
ela alcançara a sua Lua.