Pergunto ao vento,
qual a canção que ele assovia...
Que não entendo, mas, em um momento,
vejo-me a dançar em sua melodia.
Mesmo sem saber me movimento.
Por entre as notas,
que brotam no cortar das coisas,
sem desviar, traçando rotas,
vendavais, ou brandas brisas.
Traz segredos de eras remotas...
Somente a alma,
sabe do canto, o que significa,
da letra que no éter se espalma,
que do chão a desprende, e não fica
junto a razão, levada a sua palma...
Mas, hoje ele canta, enfim,
somente para meus ouvidos...
Embora, saiba que ele cante assim
desde além das eras, anos idos,
aquém do agora e de mim.
Mas, cada vez é diferente,
muda um detalhe, nova vibração.
No sopro que transpassa a mente
faz novas notas para a audição,
ao instrumento que as toca e sente.
Musica do vento, soa ao coração.