É tudo apenas uma coisa:
Quebra-cabeça, enorme e incompleto.
Não sei dizer de forma concisa,
por mais que de palavras sou repleto.
Por mais que eu diga, mais podia.
Meu peito é maior que a consciência.
E até mesmo o que elevo à poesia,
é mero fragmento da essência.
Vejo todas juntas e mesmo ainda
sei que irá faltar, outras que serão.
Outra mais, que ainda não vinda,
somará de novo à mesma emoção.
As palavras e letras, são as petalas
a formar botão, depois braçada e olor...
Enquanto há tempo busco as falas
que se aproximem do meu, teu, amor...
A cada trova, somo um pouco mais,
destas flores tais, a formar buque.
Todas numa só... Tulipa e edelweiss,
rosa e jasmim, amor-perfeito... você.
Que verso a transpor-me aos delírios,
a me fazer terra para se plantar,
rego em lágrimas pra brotar os lírios,
para cada flor, vir desabrochar.
Ah... Se eu pudesse... Se pudesse... Além
do pólen das musas a inspirar.
Trocar jardins das folhas que se lêem,
morrer em ti... Semente a germinar.