ternura

Foto de Carmen Lúcia

Manhã de luz

Nasce a manhã com o silêncio da oração...
Tal deslumbramento lembra o puro e o sagrado
consolando o homem de tempos de expiação
recolhendo o que restou, o que se houvera profanado.

Chega de mansinho expandindo mansidão
quer mudar destinos, entoa nova canção,
novo ritmo que toque o coração desapegado,
novo cenário dissuadindo o que não foi concretizado.

Traz a luz mais intensa que pudera arrebatar
soprando qual vendaval o apagão da noite
onde seres se trombam sob o uivo do açoite.

E virando-se ao avesso a manhã se faz clarão
pairando sobre sombras que se afastam num piscar
e cada um se ilumina, volta a crer, volta a sonhar.

Carmen Lúcia

Foto de Carmen Vervloet

Enlevo

Lá longe... no horizonte,
surge o sol devagarzinho,
um raio me faz carinho,
seu toque me faz acordar!
São raios dourados... fios de cabelo!
Meus olhos encantam-se ao vê-los,
sua luz dá brilho ao meu olhar.
Corro para a janela,
olho o céu cor de cobalto,
ouço um pássaro cantando do alto
de um pé de manacá.
Minha alma transporta-se pra lá
levando meu sonho
desnudado da camisola grená.
Arrebatada por tanta magia
entrego-me à alegria
pintada em cada nuance de cor!
Feliz, agradeço ao Senhor!

Foto de Arnault L. D.

Canetas coloridas ( A cor do amor )

Crianças a brincar de colorir,
e uma delas rabisca, amor.
Me pergunto, qual a cor irá ser,
qual das matizes que irá se abrir?
Qual será do amor, a sua cor,
naquelas tantas para escolher...

Talvez, seja o rosa: cor de flor...
de cair do sol que se derrama...
Quiça azul, calmo e infinito,
de um céu de Cristo Redentor...
ou vermelho, de fruta e chama
qual será escolhida... Hesito.

Mas, cada escolhe cor diferente
e é amor em todas as cores...
Inteiro, ou cada letra e canto.
E eu que previa ver a frente
uma eleita entre todas as cores
descobri que o amor é branco.

Aprendi por aquelas crianças
que a cor certa é só um mito.
Qual, ou quantas forem escolhidas,
a matiz, ou os tons das nuanças.
O que importa, é que seja escrito,
sempre, com canetas coloridas...

Foto de Carmen Lúcia

A poesia que ainda não fiz...

A poesia que ainda não fiz
jaz adormecida dentro de mim
entre essências de rosas carmim...
É sonho que não alcancei,
é dia que não começou,
esboço traçado a giz,
vento que nunca soprou.

A poesia que ainda não fiz
é auto retrato de mim,
contexto que só contradiz
a vida vivida assim...
É pássaro que jamais voou,
amor que nunca tem fim.

A poesia que ainda não fiz
é paz do silêncio que fala
trazendo em tonalidade azul
a fé entre névoa densa e rara
que enaltece sem deixar rastro
emoldurando Picasso.

A poesia que ainda não fiz
guarda a ousadia da qual sou incapaz,
grito que rasga a carne
querendo se verbalizar...
fantasia que não se desfaz
deslizando entre versos,
guizos que trazem avisos
de tempos felizes que hão de chegar,
ancoradouro onde aportam navios
acenando sonhos
que ainda quero sonhar.

_Carmen Lúcia_

Foto de Rosamares da Maia

Vida em Tom Maior

Vida em Tom Maior

Segunda, 05/03/2012 - 16:45 - Rosamares da Maia

É uma janela simples e aberta,
Que pela manhã convida o sol a entrar.
Nela cada pequeno detalhe,
Cada ranhura do seu desgaste,
As suas dobradiças comuns,
Nada se perdeu ou jamais se perderá.
Ela contém e conta a tua história.
É a janela aberta do teu coração,
Emoção do pequeno passarinho,
Que enche o peito do ar fresco da manhã,
Respira a luminosidade do sol,
Aprontando as asas para voar.
Asas do homem que conservou o menino.
E na essência da alma, asas e mãos,
Entoam em traços a beleza da vida.
Vida em cores, vivendo em tom maior

Rosamares da Maia
24.agosto.2011.

Foto de Arnault L. D.

Efeméride

Como está o céu nesta madrugada,
onde cada estrela, astro, estão?
Em nossa Via-láctea, cada plêiade,
mandalas infinitas a se reinventar.

O infinito no tempo segue em jornada
orbitas de orbitas, infinda imensidão.
Cada tempo tem seu céu e idade,
estrelas são memorias do tempo a guardar

Como era o céu do antes, não sei nada...
Onde cada orbe, qual constelação.
Apenas pelas efemérides na grade,
posso saber do céu antigo sem mirar

Mas existe uma data que chegada
posso ver que todo o universo era florão
em seu aniversário posso ver o céu, verdade.
Quando aos seus olhos posso olhar...

Foto de Arnault L. D.

O sacrifício da flor

Sacrifiquei por você uma flor,
entre tantos buques que lhe dei.
Nas juras de amor que grafei
e soltei aos ventos, bem sei...

Aos seus braços, deitei ramalhete,.
que escolhi entre flores do campo
Mas, ao seu contato foi encanto,
como se brotaram para seu enfeite.

Cada pétala, e cada aroma...
Esperança do máximo mimo.
Cada palavra que no verso rimo
é só uma flor a mais que se soma.

Sacrifício entregue de amor,
braçada de rosas que segue...
Ao seu colo eu me fiz entregue,
junto ao sacrifício da flor.

Foto de Arnault L. D.

O girar do mundo

Cada vez é única.
Mesmo que hajam varias,
a soma é sempre singular.
Inevitavelmente não replica
e não são iguais os dias.
Detalhes inéditos em mudar...

O mesmo beijo não mais será;
aquela flor, o verso que se lê,
até o eterno céu é exclusivo.
O mesmo não mais se verá.
Se o visto não muda, muda o que vê...
Mas, nem por isso me privo.

Terei de novo, beijos únicos,
como se histórias que não findam,
continuam, mudando a permanecer.
Vivo o perene, mesmo desigual,
mas, na essência, eles ainda são...
O mesmo amor, é novo a cada amanhecer.

O inalterável geralmente é morto.
A vida, por si é movimento.
Tome de seu tesouro e dance.
Não o enterre, ou faça porto.
Seja a estrada, seja como o vento,
faça o girar do mundo o seu alcance.

Foto de Arnault L. D.

Lua Verde

Vejo ao fim da tarde
uma Lua inusitada,
inda há Sol, mas, ela veio...
Chegou sem fazer alarde,
qual visita inesperada,
encontro acaso, dentre o alheio.

Qual Lua será esta,
que a luz do dia se exibe,
inteira, plena e cheia?
A madrugada em si gesta,
a claridade em nada a inibe,
de mostrar-se à terra alheia.

Será então que já é luar,
mesmo o céu sendo turquesa?
Pode ser... Mas não igual...
A esta Lua dourada a brilhar
Somando seu ouro a luz acesa
formo a cor que a irei chamar.

Foto de Arnault L. D.

Voz silenciosa

Se as palavras desaparecessem
ao sentir não faram diferença.
Pois, no tentar expressar, fenecem,
aquém da verdade, totalmente imensa...

Somente a fé no silencio meu,
para alcançar teu lado indizível.
Que ele me veja a mim, e veja eu.
Tal quero ao seus olhos ser visível.

E o que transcende os fonemas
no cantar dos olhos, no vibrar da vida
que os pensamentos brotem em poemas
além do que falam, onde a alma lida

No limiar do que não fala:
O gesto, olhar, toque e sorriso.
Na certeza calma, que se cala,
por mais que diga... Mais preciso.

E se o mundo fizer quietude,.
somarei a esta, minha pausa
Que neste não ouvir se desnude
a silenciosa voz de uma musa .

Páginas

Subscrever ternura

anadolu yakası escort

bursa escort görükle escort bayan

bursa escort görükle escort

güvenilir bahis siteleri canlı bahis siteleri kaçak iddaa siteleri kaçak iddaa kaçak bahis siteleri perabet

görükle escort bursa eskort bayanlar bursa eskort bursa vip escort bursa elit escort escort vip escort alanya escort bayan antalya escort bayan bodrum escort

alanya transfer
alanya transfer
bursa kanalizasyon açma