sofrimento

Foto de geraldo trombin

7º Concurso Literário - É PAU, É PEDRA, É O FIM...

É PAU, É PEDRA, É O FIM...

Sempre que chegava em casa, ligava a TV por assinatura, onde já estava sintonizado o canal de áudio “Bossa Nova”. Hoje não foi diferente! Só que desta vez, invadia o ambiente, e seus ouvidos, a música “Minha Namorada” de Vinícius e Carlinhos Lyra: - “Se você quer ser minha namorada... Ah, que linda namorada...”
Ainda mais saudoso dos seus olhares, beijos e abraços, tudo o que Cabeça realmente mais queria no momento era exatamente o que Branquinha menos desejava: estar juntinho outra vez. Separaram-se por causa das frases malditas do último sábado e que, toda vez que isso acontecia, ele não conseguia digerir.
Surgiu, então, uma névoa na relação. Ela dizia-se cansada, confusa; ele parecia cachorro caído do caminhão de mudança: totalmente perdido. Por isso, a cada telefonema, a cada convocação dos amigos, ninguém mais o encontrava, nem mesmo ele. Era o telefone tocar que já iam atendendo e logo dizendo: - Ele não se encontra!
Depois do último tête-à-tête e algumas ligações malsucedidas com Branquinha, juntou todos os porta-retratos da sala que revelavam seus melhores flagrantes juntos, além da beleza e do sorriso dela, colocou-os raivosamente um contra o outro, escondendo-os onde a visão não alcançava: na gaveta do armário do último quarto do seu apartamento, um lugar ermo que mais parecia um depósito de entulhos.
Outras tentativas foram feitas sem sucesso, pois sua voz não era ouvida, seus pedidos não eram atendidos, muito menos sua dor arrefecida. – Vamos voltar, vamos ficar juntos, rastejava Cabeça, insistentemente. E Branquinha, apesar de ligar quase todo santo dia, só conseguia repetir aquela estarrecedora frase: - Estou confusa! E rapidamente desviava o assunto, partindo para amenidades.
Dia após dia era assim: ela, perdida, vivendo seus momentos de confusão; ele derramando-se em infusão: chá de camomila, hortelã ou erva-doce para acalmar o sofrimento; chá de boldo para as agruras e os nós no estômago... mas a única coisa que deu resultado mesmo foi o sofrido chá de cadeira que estava tomando dela.
A essa altura do campeonato, mesmo depois de milhões de declarações, ele queria mais era tomar chá de sumiço: suas palavras continuavam sem forças, sem encontrar eco no coração de Branquinha! E se o coração não ouve mais, babau!
Apoderando-se do verso oportuno de “Chega de Saudade” que tocava, ao telefone, Cabeça insistiu sua derradeira vez: - Amor, chega de saudade: não quero mais esse negócio de você longe de mim, disse aos prantos. Como não era profunda conhecedora da obra de Tom e Vinícius, suas palavras não a sensibilizaram e, do outro lado da linha, o silêncio era total: o telefone estava mudo, ela não atendia ao seu chamado, afinal, nada já tocava seu coração.
De repente, a aflição invadiu o peito dele: a linha caiu, rompendo definitivamente a ligação que existia entre os dois. E o que se ouvia naquele instante eram apenas os seus soluços misturando-se aos versos de Águas de Março: - É pau, é pedra, é o fim do caminho...

Foto de Eddy Firmino

FAZ TEMPO

Faz tempo
Mas é como o ontem que passou
Eu sem você
Apenas lembranças do que ficou

Ainda tenho as fotos
Que juntos tiramos
Apaixonados
Nos belos momentos que juntos passamos

Faz tempo
E a dor não diminui
Recordações de um passado remoto
Relembrando o tolo que eu fui

Ver você de mãos dadas
Com alguém que não sou eu
É como uma fina agulha no peito
Sangrando o coração que já foi teu

Faz tempo
Acho que estou enlouquecendo
Afogado em lembranças
Pouco a pouco vou morrendo

Foto de Marcos Henrique

Percebi que sou poeta!!!

Quando se entende um sentimento ele vagoa, pertuba ate que voce entende que nada acontece por acaso, e que nem todas as coisas acontecem como a pessoa deseja, e que nem todos os sonhos sao eternos e nem que todos os pensamentos percorre a vida toda e que nem todos os olhares reflete um so pensamento e que nem todos poetas vivem para ser amado.
Marcos Henrique.

Foto de Eddy Firmino

ISABELA OU RAFAELA?

Hoje meu coração começou a bater
Tudo é escuro,
Mas em breve
Deveras será belo
Como um lindo castelo.

O que sou
Tudo já programado
Meu eu planejado
Sairei para o mundo
Cheio de cores
De amores
Não terei rancores

Serei bela
Isabela
Rafaela
Não importa...

O tempo correndo
Eu crescendo
Com alegria
Irei compor poesias
Amarei as flores
E as cores
Meus amores

Hoje a dor
O desespero
Algo mudando
Uma navalha
... penetrando
Eu sem voz
Mas gritando...
Você me matando...

Agora o silêncio
Tudo se cala
Nada é mais belo
Não há castelo

Só o lamento
De quem não nasceu
Não há alegria
Calou-se a poesia...

Morreu Isabela
Ou será Rafaela?

Foto de Eddy Firmino

LÁGRIMAS DE DOR

Não peça perdão
Ainda dói a ferida
Dos golpes que você desferiu
Na minha alma contida

Não diga mais nada
Escute só uma vez
O peito ainda sangra
Por tudo que você fez

Já não tenho lágrimas
Pois elas secaram
Chorando por ti
Simplesmente acabaram

Só resta um adeus
E eu entre espinhos
Caminhando sós
Sigamos nossos caminhos

Foto de Gomes S

GUERRA

.
.
.
.
Hoje o sol nasceu vermelho,
Hoje os pássaros não cantaram,
Hoje o vento estava frio,
Todos aqui se calaram.

Hoje os olhos estavam aflitos,
Hoje o barulho era de dor,
Hoje meu povo se escondeu,
Tentando salvar, seja quem for.

Hoje o dia escureceu,
Hoje algo em mim doía,
Hoje não vi aquele sorriso,
Da criança que aqui corria.

Hoje a luta estava travada,
Trazendo pro povo uma “esperança”,
Hoje eu vi uma mãe em prantos,
Chorando a morte de sua criança.

Foto de Oliveira Santos

Tão A Sós

Por mais que eu possa negar
Ainda não sei esconder
Que as palavras me faltam
Quando penso em você

Que mesmo estando tão longe
Ainda lhe quero demais
Desde que nós nos deixamos
Nada mais me satisfaz

Posso ir de encontro ao muro
Posso gritar no escuro
Tento fazer de tudo
Que me livre deste jugo

Mas eu sinto uma fome
Quando digo seu nome
Será que vou perecer
Sem chegar a entender?

O que aconteceu entre nós
Para ficarmos tão a sós?
Quanto tempo terá que passar
Para eu poder me conformar?

Por mais que eu tente ocultar
Tudo em mim me contradiz
Quanto mais tento mostrar
Muito menos sou feliz

E nos dias tão cinzas e frios
Como eu posso lhe esquecer
Se não tenho mais seu calor
O aconchego de você?

Eu sento à mesa e escrevo
Sobre você - não devo!
Então brigo comigo
Como contra um inimigo

Mas eu sinto uma fome
Quando lembro seu nome
Será que vou perecer
Sem chegar a entender?

O que aconteceu entre nós
Para ficarmos tão a sós?
Quanto tempo terá que passar
Para eu poder me conformar?

15/03/01

Foto de Oliveira Santos

Bem Vinda

Apesar da invasão eu lhe recebo
Pois já não há mais nada que se faça
Você entrou e não há mais quem lhe retire
Fez da minha mente seu domínio, sua praça

Apesar de não pedir deixo ficar
E se alojar e tomar conta do meu posto
E me impregnar com sua essência jovial
Dilacerando este meu peito pobre e tosco

Apesar de tal beleza você é um monstro
Algum flagelo que fustiga intensamente
Como é possível tanta paz num olhar tão meigo
Causar tais danos assim tão rapidamente?

E toda vez que a sua imagem me retorna
Embora cause grandiosa dor ainda
Não há receio ou mágoa em lhe dizer
Meu bem, seja você muito bem vinda

13/11/10

Foto de Wilson Numa

O sofrimento que o amor causa

Para que serve o amor?
Por vezes só para sofrer
Quando o temos nos deixamos perder
Quando acaba temos o desejo de morrer

Será melhor amar uma coisa que nos emociona?
Ou um ser humano que nos decepciona?
Depende do que se pretende
Porque de quem você ama você entende

Com o amor o mundo é alegre
Mas sem amor é uma tristeza
E lutamos para esquecer todos os momentos
Que com ele tivera vivido

Como uma cria sem a progenitora
Assim me sinto depois de perder o meu amor
Tento levantar, mas é difícil
Como se estivesse no fundo do oceano
E não chegasse a superfície
Eis que perdi as forças mas nunca
A vontade de voltar a amar.

Foto de Oliveira Santos

Enquanto

Enquanto cai a noite o dia se despede
Na vermelhidão do céu, luz que precede
As horas mais compridas que se passam

Enquanto vejo o sol refugiar-se
Noto a primeira estrela cintilar-se
E as falsas intenções que se disfarçam

Enquanto aqui amordaço este meu pranto
Mais adiante posso ouvir um nobre canto
Dos bem fadados, todos agitados

Enquanto explode a mente em demasia
Da falta de um alento, de alegria
Mantenho meu lamento enclausurado

03/11/00

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