melancolia

Foto de Carmen Lúcia

Boa Noite, Tristeza!

Boa noite, Tristeza!
Tens a chave da casa...
Entra! Tu a conheces tão bem!
E sabes da saudade que me arrasa...
Cada canto, cada espaço, cada pedaço
tem tua marca...E a dele também!

És personagem de nossa história,
apesar de chegares no fim...
Senta-te comigo à mesa,
falaremos do amor que ainda ficou,
saborearemos o prato da dor que restou
regado à bebida de tua tristeza...
Tudo à rigor, sem esquecer a cereja,
tão amarga quanto à amargura que me marcou.
Dá-me tua mão! Dancemos aquela canção...
A mesma que nunca parou!
Se o sorriso surgir em meus lábios
e a alegria resplandecer o meu rosto,
não te vás! Ainda há o mesmo desgosto...
São instantes de lembranças adormecidas
que teimam em acordar!
Fica, por favor!
Sem ti não posso chorar!

_Carmen Lúcia_

Foto de Kelly973

Eu sou...

EU SOU...

Eu sou a pestiferada,
Eu sou a desgraçada,
Eu sou a dor.

Ninguém gosta de mim,
Ninguém pensa em mim,
Ninguém se preocupa de mim.

Eu sou o acidente,
Eu sou a catastrofe,
Eu sou o monstro que todos fugem.

Não quero ser mais,
Não quero amar mais,
Não quero que os outros me vêem.

Eu sou o demônio da casa,
Eu sou o demônio dela,
Eu sou o demônio deles.

Em nenhum lugar posso fugir,
Em nenhum lugar posso esconder-me,
Em nenhum lugar posso sobreviver.

Quero ir longe de tudo,
Quero deixar os outros em paz,
Quero esquecer que sou o acidente.

Kelly

Foto de Sonia Delsin

O QUE FOMOS

O QUE FOMOS

Existe um passado?
Tudo que vivi ao teu lado de alguma forma ficou guardado.
Noutros tempos tu foste o meu amado.
Se de tudo vivo lembrando?
Não. O esquecimento vai chegando.
Fatos vão se apagando.
O rio da vida vai caminhando.
Encontro outras vivências.
Meu pai dizia que tudo na vida tem ciência.
Tudo de novo eu viveria.
Existiu tristeza e alegria.
Foi preciso que nos conhecêssemos, nos amássemos e nos esquecêssemos.
A vida é isto.
Um longo caminho.
Uma hora é amor e carinhos.
Noutra nos vemos sozinhos.
Existe o passado?
Pode ser que os fluídos do que fomos nunca sejam apagados.
Mas é algo terminado.
Num cofre para sempre lacrado.

Foto de carlosmustang

UTOPIA

O homem precisa da hipocrisia
Pois sem ela, muita gente magoaria
O homem, precisa da burocracia
Pois sem ela, mais alto voar, se queimaria.

O homem, precisa da mentira
Pois a verdade total, na hora o mataria
O homem, precisa da falsidade
Pois pode o aniquilar, a real sinceridade.

O homem, precisa acreditar
que a lua, é ali tão perto!
Mesmo sendo um quintal tão frio e deserto.

O homem precisa almejar, mesmo nos sonhos
E ao acordar, seus olhos a marejar
E não estar: À ser sincero, verdadeiro, realista, livre....

Foto de carlosmustang

"""""COMOVO""""""

Tenho medo de me apaixonar
Por uma gracinha tão linda
e não corresponder completamente!
E ela me trocar por outro!

E eu viver à chorar, por quê minha vida
Não se sujeitou somente à mim;
e ter que viver sem essa grande paixão!
Tão nessessaria, como o ar que respiro.

Eu não quero ser pedaço de gente
Por isso vivo estranhamente,
tão só.

Em um acasalamento, cheio de razão
Esperando crescer de alguma forma
Sem o amor mais belo do mundo.

Foto de Laio_Fernando

Palavras que não são ditas

Quantas palavras rolaram no silêncio ?
E quantos gestos perderam-se ao acaso ?
Na rotina do nosso dia-a-dia
já não notamos mais a beleza do que é simples .

E o amor assim se esvai ,
como água por entre os dedos .
Até que sem que se perceba ,
acaba completamente .

E tudo o que resta são as lembranças ;
as doces lembranças dos piqueniques nas manhãs de primavera ,
ou dos passeios de mãos dadas
nas suaves tardes de outono .

A simples e singela lembrança das noites frias de outono
passadas sob o calor dos lençóis .
Toda , e cada recordação , se torna um lamento
por tudo que ainda poderia ter sido ...
e simplesmente já não existe .

E quem saberá agora das noites insones ,
passadas entre as páginas de livros ,
que falam de amores perfeitos
nos quais já não acredita ?

E quem poderá agora fazer voltar o tempo perdido
e consertar tudo o que houve de errado ?

Quem poderá ?
Simplesmente ninguém .

Pois um cristal quebrado
já não pode ser o mesmo .
E um simples segundo que se perde
já não se pode recuperar .

E palavras que não são ditas ...
não constroem um romance .

Autor:Laio Fernando

Foto de carlosmustang

"""CANTEIROS"""

Me instruíram a recolher algumas flores de manhã
Pois elas estariam no "auge" e daria tempo, em tolhe-las
Não levaram em consideração, se eu estaria preparado, à tamanha gratidão.
Em ser nesse mundo, agraciado com tanta paparicarão!

Me desimanaram a colher num lindo jardim
Mas quero apenas uma essência de vida!
Agradeço então, a todas minhas feridas!
Que me doem, e me deixavas (as vezes!) cego de dor.

Ainda que nada aprendo
Esperar, me lasca a alma!
Mas com meus olhos, me surpreendo!

Não poderia seguir o caminho de todos!
Pois meu sangue, passam por minhas veias!
E minha dor é menor, seguindo meu caminho.

Foto de Cecília Santos

RELÓGIO DO TEMPO

RELÓGIO DO TEMPO
.
.
.
O relógio do tempo, comanda as horas.
Ouço seu compasso, tic tac, tic tac.
Se estou vivendo um momento feliz.
Não quero que ele passe, congele!
Mas não adianta, ele não me ouve!
Quando a dor vem me visitar.
E minha tristeza é imensa.
Peço à ele, imploro que passe!
Mas ele me ignora!
E seu tic tac, continua feito uma
eternidade.
Nesse momento me iludo, e me perco.
Flutuo como plumas ao vento.
Será que transmuto?
Meu pensamento transcende,
expande, excede.
Vôo como o tempo, num enlevo.
Num eterno passatempo.
Me escondo entre as nuvens
passageiras .
Me agarro nas asas de um anjo.
Vôo com ele sem fronteiras.
Ouço ao longe o tilintar de um sino.
Será minha sina?
Ou coro de anjos celestiais?
Contra partida, contra-ponho
Me reponho, suponho.
Ou será que me imponho?
Não sei ao certo dizer.
Mas o tic tac do relógio.
Continua marcando o tempo.
Tempo este que cria asas, quando
o estamos vivendo.
Que é eterna saudade quando é passado.
E tão assutador quando está por vir.

Direitos reservados*
Cecília-SP/06/2008*

Foto de Gideon

O trem da Central

Vou-me embora nesse trem
Vou-me embora nessa sina
Vou prá casa na Vintém
Ver Menina, minha mina.
Cantando e assobiando
Um sambinha popular.
Vou dormindo, cochilando
Prá não ver tempo passar.
Vou sonhando com o mundo
Esperando prá mudar.
Vou fazer uma fezinha,
No cachorro apostar.

Lá vem vindo o camelô
Anunciando com ardor,
Agulha, linha, tem senhor!
Carretel e pregador.
Meu sapato já furou,
A Menina reclamou
Pediu um desentupidor
Pois a pia transbordou.

Psiu, Psiu! Ô camelô!
Vem na mão com abridor.
Tem dedal, tem sim Senhor.
Tem elástico e varal.
Que retira do avental
Vai girando o seu giral.
Quero um desentupidor, ô camelô,
Minha pia entornou.
Tenho só cinco mil réis,
Não me serve um abridor.
Tem biscoito, tem pastilha,
Mirabel e simpatia.
Agradeço a serventia
Do guri com anemia.

Vou-me embora nesse trem
No constante vai-e-vem
Cochilar um pouco mais
Sem pender para o rapaz.
Vou-me embora nesse trem
Que não chega na Vintém.
Amanhã de novo tem
Jornaleiro, pipoqueiro
Esmoleiro tem também.

Tem o primeiro vagão
Com pastor dando sermão.
Cozinheira cantadeira
Com a Bíblia na mão.
Tem irmão falando grosso
Ex-bandido agora moço.
Todos cantam uma canção
No meio da oração.

Vou chegando na Central
Cumprimento o Juvenal
Moleque trabalhador
Vendedor e lutador,
Anunciando o jornal.
Já dizia minha avó,
Quem não estuda até dá dó.
Vou prestar vestibular.
Este ano vou passar.
Medicina, nem pensar.
O patrão tem que ajudar.
Pode ser demagogia
Mas eu vou aproveitar.

Vou-me embora deste trem.
Oh, Menina, cá cheguei
Sem nenhum, nenhum vintém.
Camelô não ajudou
Só achei um abridor.
Mas trouxe algumas rosas,
Lá do Zé, o vendedor.
Toma Menina o meu favor,
É uma lembrança com amor.

Vou-me embora da Vintém
Desta vez não vou de trem
Vou de táxi amarelo
Prá Rocinha, bem além.
Vou pagar o armazém,
O padeiro, o verdureiro,
O sacolão e o floreiro.
Deu cachorro na cabeça,
O sermão me ajudou.
O bicheiro me pagou.
Prá Zona Sul agora vou.

Juvenal me balançou
Do sonho me resgatou
Levanta homem que chegou,
Vamos logo desse trem,
Já chegamos na Vintém!
Vou ver Menina, minha mina
Que seu beijo me fascina.
Cheiro de alho me alucina.
Amanhã é sexta-feira
Vou no forró da saideira
Com Menina lá na feira.

Vou-me embora desse trem
Só quando for para o além.

Foto de Sonia Delsin

TALVEZ NUNCA

TALVEZ NUNCA

Talvez nunca mais nos toquemos.
Talvez nunca mais tua mão se encoste na minha.
Se me sinto sozinha?
Não.
Aprendi a viver sem ti.
Aprendi.
Tem momentos em que me recordo do toque.
Tem horas que eu me lembro de nossos beijos.
Dos desejos.
E me pergunto.
Tudo isso eu vivi?
Será que eu não sonhei?
Será que apenas eu voei para mundos que imaginei?
Talvez seja melhor pensar que sim.
Porque talvez nunca mais tu vais estar perto de mim...

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