melancolia

Foto de Carmen Lúcia

Percalços da vida

Agora que já fomos tão longe...
Enfrentamos temporais, sufocamos nossos ais,
amparamo-nos, um ao outro, nas derrocadas,
choramos, dançamos, demos gargalhadas,
brigamos como todo casal normal,
amamo-nos e feito cúmplices, em segredo,
guardamos em silêncio nossos momentos...
Inesquecíveis momentos...
Os mesmos que agora jogas para o ar
esperando que o vento os venha dissipar.

Agora que já fomos tão longe
pedes, irredutivelmente, para eu voltar ...
Voltar pra onde? Esqueci o caminho...
Tua caminhada foi meu pergaminho,
andei teus passos sem olhar para trás,
cegamente obedeci aos teus comandos
pensando um dia encontrar a paz...
Mas teimas prosseguir sozinho,
de meus carinhos hoje te desfaz...

São as intempéries do destino,
dragão demolidor de sonhos,
que faz do tempo um momento breve
onde a volta não se cogita jamais
e o percurso se resume em ida
nesse curto espaço que se chama Vida.

_Carmen Lúcia_

Foto de Arnault L. D.

A caixa da caixa de música

Ainda sonho consigo;
é quando a razão se cala
e não mais sou dono de mim.
E ao seu encontro sigo,
mais uma vez encontra-la,
para mais uma vez sem fim...

Quando sonho e não penso
é em você que eu moro.
Onde o querer diz que amo
e me entrega, tal incenso,
a subir aonde ignoro,
onde o eu não açamo.

Apenas no devaneio,
quando esqueço, me esqueço;
e inda é a maior razão,
minha riqueza, um veio
de fortuna, aonde desço
a colher estrelas no chão.

Minha alma e sentimento
esperam quando adormeço,
para impunemente a amar.
Nestas horas sem intento,
só o amor fala o que esqueço,
rasga-me o peito e vai voar...

Sob uma lua antiga,
de luar, azul, a cobrir
fecho os olhos para sonhar
dentro doutro que o abriga:
Um beijo... desliga o existir,
e resta só de nós o ar...

Foto de Arnault L. D.

Métrica

Minha mente quer o foco
destas sílabas contadas,
do ritmar cada bloco,
pela rima intercalada.

Quer a luta, uma barreira
ao meu livre pensamento,
e contornar eira e beira
feito água, feito vento...

Quer a dor do improvável,
o optar pelo complexo
à banalidade estável,
o multiplicar do nexo.

Quer a forma mais bonita
por mais que ela lhe custe,
sem atalho que evita,
sem trapaça, sem embuste.

Meramente o sublime
lhe parece razoável...
porém, isto não exime
do falhar inevitável.

De enganar-se em transladar
o que no sentir havia,
por mais que busque em tornar
o que pensei em poesia...

É preço pago ao siso
por leva-lo aonde tudo
torno longe donde piso,
meu abrigo e escudo.

Foto de Arnault L. D.

Tema e variação

Eu bem podia falar de novo,
vestir palavras novas a tudo...
E até pareceria que movo,
mas, na verdade, eu não iludo.

Não sei ao certo o que tenho agora,
do que foi outrora, inteiro não é.
Porque sinto, algo já não mora,
talvez a esperança, essa irmã da fé...

Sei que era presença constante
pela vida em nossa relação,
onde ia via-se o adiante
como se este estivesse a mão.

Também tristeza, já fez caminho
e deixou estranha calmaria,
da paixão ficou um tal carinho
que agora me faz companhia.

Bem que podia falar de tudo,
mas, nem sei mais do que falaria,
se nem eu sei do que me faz mudo,
buscando entender me perderia.

Fogo a arder que não consome,
seu queimar a pele, acaricia...
Feito um jejum em que a fome
faz mais forte, e não deveria.

Eu bem podia falar de novo,
mas, na verdade, eu não iludo.
Até pareceria que movo,
vestir palavras novas a tudo.

Foto de Arnault L. D.

Um pouco além da estrela

Eu a procurei a um passo atrás,
num sempre assim, sempre quase,
entre as palavras e canção
que na surpresa vem, lhe trás,
num tema, um nome, uma frase
que reverbera ao coração.

Busquei nas horas tardias
nas quais só a mudez lidava,
a distância a medir nos astros,
saltando as estrelas, frias...
Pousei na Lua que passava
pelo carvão do céu sem rastros.

Em meio a noite eu fervo,
de uma febre que me arde
e deliro, eu, seu amante...
Beijo o seu beijo... O nervo
exposto do sentir já tarde,
a dor de lhe amar distante.

Banhado por gotas de suor,
sou molhado de sal no calor
e por meus olhos, marejados,
confundo o gosto deste amor
ao da lágrima, do mar, sabor
do beijo, e do choro, somados.

Mas, a procurei assim mesmo,
no mel esparso da fruta azeda,
na pouca visão da madrugada,
e no sol, que me cegava a esmo.
Na entrelinha e folha perdida,
na pauta em branco inacabada...

E se o deserto me convide
buscar em miragens, e no nada.
Trarei na areia, riscar seu vulto.
No delírio, oásis, uma vide...
vinho doce à uva fermentada,
clara faz sua sombra, no oculto.

Foto de Maria silvania dos santos

verifique se não é seu coração

verifique se não é seu coração

- Não se preocupe, irei aprender vivier sem Você, eu sei que por tempo irei sofrer mas nada vai alem do que pode ser, eu sei que irei vencer e você irá ver...
_Se algum dia eu em seus sonhos eu aparecer, lembre-se que são apenas a lembrança do passado que por fim foi apagado... E se alguma coisa em relação a mim ainda te incomodar, verifique se não é seu coração que estas a me chamar...
É que ele mesmo em segredo ainda pode estas a me esperar...

Autora; Maria silvania dos santos

Foto de diny

PRECE DA ALMA

PRECE DA ALMA
Ah senhor Jesus
Senhor do meu amor
E da minha esperança
Preciso de ti
Como a sombra da luz
Pra ter razão de existir
Preciso de ti
Como sentir sede
Sem nada que possa sacia-la
Preciso de ti com essa dor
Em minha alma
Que eu sei...
Só tu podes compreender
E acalanta-la
Porque essa dor é da sede de ti
É da sede de te amar
É da solidão de ti, Senhor.
Sem saber expressar
Que quanto mais eu te preciso
Mais sou incompreendida
Mais sou rejeitada
Sou odiada
Pelo meu próprio ser humano...

Diny Souto

Foto de Carmen Lúcia

Para, mundo!

Para, mundo!
Nem que seja por segundos.
Espaço ínfimo de tempo,
pra que eu recobre as forças
e ressuscite os momentos
em que morri em diversas partes
e amarguei a felicidade.

Para, mundo!
Uns segundos sem girar...
Preciso reaprender a amar,
dar o último beijo,
o primeiro abraço,
afagar quem não vejo,
pensar num recomeço,
falar de um amor, sem jeito,
ter tempo pra me retratar.

Mundo, ouve meu apelo.
Compadece-se desse meu apresso,
faz o meu andar sem pressa.
Quero olhar bem devagar,
descobrir sentimentos, pessoas,
profundidades,
reaver minha identidade,
os dias felizes,
voltar às minhas raízes.

Para, mundo!
Quero acertar meu passo
que na ânsia de chegar
deixou vazar a essência,
por imprudência...
Pisou trilhas erradas,
caminhou em descompasso,
girou mais rápido que você.
E ao topar com a chegada
se perguntou: Por quê?

Quem sabe se ao recomeçarem
as viravoltas que você dá
encontre-me no mesmo lugar
em que desci pra sonhar...

Caso lá não estiver
continue rodando,
enquanto puder.
É que encontrei o que perdi
e me perdi ao me encontrar.

_Carmen Lúcia_

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