melancolia

Foto de fisko

É Domingo!

Tive dentes para trincar o que é meu… E sentar-me-ia na cadeira de baloiço, escreveria no caderno de poemas que o meu avô deixou e mutilava-me mais ainda. O choro dos vizinhos agonia-me a lucidez, fere-me um pouco mais e faz-me perceber que, cada vez mais nos envolvemos em escolhas medíocres, falsas, fantasistas, incapazes de nos fazer render ao falhar.
Quase já não penso direito… Toda a ira dos meus anos foi esquecida por uma relação única e agradável, mas ridícula…
Tenho um desgosto amarrado à cinta, como uma daquelas bolsas de guardar tabaco e mortalhas aos menos lúcidos.
A vizinha de cima disse agora que não pode mais, enquanto um velho arrogante lhe diz frases em mau tom. Tal e qual versos… Eu não posso saciar o medo em versos ridículos. Até eu, que já de lucidez pouco me resta, até eu que pouco tenho de mim, até eu que não sei nada…
Estou a chegar ao patamar da estupidez, aquele onde se fica em casa a deprimir por um bocado, onde só se está bem fora de casa com alguém amigo e já nem isso chega, onde nem a dormir me esqueço do mal que pratico, do mal que é amar.

Eu não sei nada… E a vizinha chora, e a minha música toca alto, e atrás da cortina da janela vejo a estrada, e o tempo resume-se em tic-tac, já só passa num ápice e eu sem saber nada, sem o conseguir aproveitar por não saber nada.

Eu deveria fugir e resumir o que és numa folha e sempre que me sentisse estúpido, decifrava e voltava a ler mais uma e duas vezes, para me consumir de que não és boa pessoa, de que não és ninguém especial para mim nem para o meu futuro, de que já me fizeste mal suficiente para voltar a pensar em ti…

Vou só molhar os pés…

Foto de Carmen Lúcia

Silêncio!(prece para minha mãe)

Uma breve pausa...calem-se todas as vozes...
Murmúrios de riachos, gorjeios de pássaros,
Assobios de ventos, lamentos, alaridos,
Gritos incontidos, gemidos, rangidos...

Somente as batidas de meu coração
Que agora chora, desmedida emoção...
Teu rosto nitidamente se retrata
Na moldura dourada de minha ilusão,
Teus olhos, dois faróis a iluminar...
Da janela da alma clareiam, me fazem enxergar.

Tua voz...Ah, tua voz que brandamente
Percorria os espaços, enchendo-os de alegria,
Era voz de harmonia, voz de sabedoria.
Nunca se calou...Ouço-a suavemente
No início das manhãs, ao deitar-se o sol poente.

Mãos de anjo...ainda sinto teus carinhos
A afagar devagarinho minhas dores, desilusões,
Ainda devem estar macias, possuem a supremacia ...
Nem a morte é capaz de apagar.

Mãe, esse silêncio é mais que uma prece...
É um grito de dor, é saudade, é amor que só cresce
Do amor que a mim despojaste, sem dimensão,
Que me faz caminhar, que me dá proteção
E que abraço por todos os cantos por onde passo.

_Carmen Lúcia_

Foto de CarmenCecilia

HOMENAGEM DIA DAS MÃES

[blue][b]Deixo aqui meu tributo a todas as Maes!

Feliz DIA DAS MÃES

Beijos

Mãe:
Poesia e Edição: Carmen Cecilia

http://www.youtube.com/watch?v=cmKzkl820IM

Mãos de Mãe:
Poesia: Carmen Vervloet
Edição e Narrativa: Carmen Cecilia

http://www.youtube.com/watch?v=yJKU-QxQiDg&feature=player_embedded

Mãe:
Poesia: Sirlei Passolongo
Edição e Narrativa: Carmen Cecilia

http://www.youtube.com/watch?v=-Vl246LfpLM

AMOR MAIOR
POESIA: Basilina Pereira
Edição: Carmen Cecilia

http://www.youtube.com/watch?v=VsjK2w0IUfs

Foto de Carmen Lúcia

Das vezes em que fui só razão...

Das vezes em que fui só razão,
ponderada, resignada,
sem cometer deslizes,
em busca da lúcida palavra,
gastei todos os matizes
em versos desfalcados,
cores maquiadas,
enquanto calava a emoção...

Das vezes em que fui só razão,
pisei caminhos planejados,
sem flores nem espinhos,
sonhos delimitados...
Quis me convencer que o certo
sacramenta o concreto
inserido de verdades,
subestimei a realidade.

Das vezes em que fui só razão,
não deixei o coração
reger o meu compasso.
Ditei as minhas leis
na retidão de meus passos
dos anseios me privei
desprezando a emoção.

Quando o amor veio me bater
percebi a insensatez ...
Não tive como ceder,
falou a voz do coração
em alto e bom som,
calando o certo e o errado,
incentivando a intuição
a falar sempre mais alto
tendo em meta a emoção.

_Carmen Lúcia _

Foto de Maria Goreti

O RELÓGIO

Tempos felizes,
Tempos remotos,
Você e eu,
Paixão, furor uterino!

Tic-tac, tic-tac, tic-tac...

Passado ainda presente.
Lembranças, vivências…
Perdidas? Não. Latentes...
Sentidas na alma!

Tic-tac, tic-tac, tic-tac...

No corpo e na mente
Marcas que o tempo não esconde
Manhã, tarde, noite,
Repetidamente!

Tic-tac, tic-tac, tic-tac...

Passam-se os segundos,
Minutos, horas, dias.
Eu a esperar por você,
Você a esperar por mim!

E nesta espera infinita,
Enquanto tudo se move,
Imóvel, o relógio marca,
O tempo dos sonhos perdidos!

©Maria Goreti Rocha
Vila Velha/ES - 11/07/06

Foto de Carmen Lúcia

Mãe é eterna

Da parede de meu quarto
cuida-me o teu retrato,
pintura à óleo, indescritível,
imagem que me fala,
imperceptível, o que preciso ouvir,
sussurrando aos meus ouvidos
o canto de uma fada,
voz em mim gravada ao te ver partir...

Teu olhar a me seguir de onde tu estás,
aflito com o que faço, com o que eu possa errar...
Acaricio o teu rosto, beijo tua face,
peço que me abençoes e venhas me brilhar,
és luz que me alivia, me induz a acertar.

Guardo teu sorriso meigo
e sem qualquer disfarce
deixo cair as lágrimas da dor que me quebranta
em meio às lembranças que permeiam os cantos
da casa onde agora o silêncio mora
velando teus encantos em forma de saudade
que ao mesmo tempo arde
e me revigora...

Mãe é para sempre, é amor eterno,
ser que não se acaba mesmo quando ausente,
mesmo quando cedo sai sem ir de nossa história,
marcando com os seus gestos, a nossa memória,
presença radiosa a preencher vazios,
caminho que nos leva e traz de volta ao ninho.

Em cima da mesa a toalha bordada
por tuas mãos de artista, como era antes,
espalhando euforia dos dias de festa,
doravante, desses dias, é o que me resta.
Tua vigília sacrossanta nas noites de medo,
tua luz sempre acesa nas horas de escuro,
os carinhos que não esqueço, verdadeiro abrigo,
colo que abraço e beijo ao sonhar contigo.

_Carmen Lúcia_

Foto de Carmen Lúcia

Melhor assim

Deixei que o tempo passasse e me deixasse
ancorada em mim mesma, arrebatada
pela vida que não soubera viver,
pela coragem que jamais chegara a ter.

Deixei...simplesmente deixei...
Vi tudo passar e nada fiz
por mim , por nós, por tudo que mais quis.
Pelos sonhos irrealizados que almejei ...

Fui covarde, insensata, não ousei...
Deixei que a sorte batesse em outra porta
e os meus sonhos escapassem pelos vãos...
Sou um vazio, espaço frio, semi-morta.
Melhor assim...sem ter você, o que importa?

_Carmen Lúcia_

Foto de Carmen Lúcia

Maria

Oh, Mãe de Deus!
Abraça-me, conforta-me,
oferta-me o colo teu...
Enxuga minhas lágrimas,
sejas meu Cirineu...
Acaricia minha alma,
tua presença me acalma...
Vejo-te envolta de luz
quando cerro os olhos meus
e te imagino assim...
Perto de mim!
Sei que lês meu coração
e o que te rogo
não será em vão...
Envolve-me em teu manto,
inviolável, sacrossanto.
Entrego-te minha vida...
Cura-me as feridas,
oh, consagrada Maria...
És a minha poesia,
a minha alegria,
a minha Ave Maria!

Carmen Lúcia

Foto de CarmenCecilia

ENTRE O CERTO E O ERRADO

ENTRE O CERTO E O ERRADO

Quando olho pra trás atentamente
Tanta coisa me vem à mente...
Se o caminho que segui foi o correto
Se esse seria realmente meu trajeto

Enveredando por outro percurso...
Minha jornada teria tomado que curso?
Tomando outra decisão numa questão
Que seria de minha vida então?

Nem sempre o livre arbítrio
Foi a opção de minhas escolhas
A imposição do momento desfolha
E a inquietude precipita desígnios

Quiçá o resultado, a mesma matemática
Entre o certo e o errado que divide e multiplica
Mas onde persiste a dúvida que perdura...
O destino predestinado ou a eterna procura

Carmen Cecilia

Foto de Carmen Vervloet

RITMO DA VIDA

Na cidade cinza, um pálido corpo desfolha
No mistério, da morte, que se aproxima lento
A lágrima orvalhada o rosto molha
A tristeza se arrasta pelo frio calçamento...

Ao longe no horizonte o sol se recolhe
Para recompor a energia derramada no dia.
O vento gelado debruça-se sobre a prole
Que cerra com sete chaves a alegria...

Nas ruas as luzes se acendem normalmente
Logo que as primeiras sombras se estendem
Os pirilampos tímidos cintilam no escuro
Sobre eras que tingem de verde os muros

Os céus parecem telhados iluminados
Inspirando, ardentes, os namorados
Envolvidos no manto doce do começo
Nas veredas que desconhecem o endereço

Os sonhos caminham por jardins orvalhados
Os pássaros fazem ninhos no beiral do telhado
O vento frio move as folhas em seu bailado
Enquanto os botões se abrem sossegados...

O poeta colhe na natureza a poesia
Pincela versos tingidos em estesia
Nos céus de luas prateadas
Que caem como raios nas calçadas.

Da janela ouve-se o gemido de um realejo
Tangem, na capelinha distante, os sinos
Enquanto a alegria dá um bocejo
A vida, isenta, entoa com ritmo seu hino.

Carmen Vervloet

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