angústia

Foto de gizela silva

UM ROSTO

Sinto o vento no meu rosto,
um vento frio!
sinto arrepios estranhos na minha alma,
como se não fosse a primeira vez que esse vento me acariciava!
observo uma foto que voava com as folhas de Outono,
faziam remoinhos de revolta ate me alcançarem!
uma melodia estranha começa a entrar na minha mente!
uma mente que grita ao meu corpo para se ajoelhar!
eu não tenho poder sobre ele, não tenho poder para recusar!
ajoelho-me e as minhas mãos afastam essas folhas
que me impediam de descobrir a imagem de uma foto.
As minhas mãos sangram,
o meu coração também!
derramam sangue e escondem o rosto dessa foto!
um rosto familiar,
um rosto de pura dor;
de pura magoa!
um rosto que não sabia o que eu sentia
ou talvez um rosto que não percebia o meu amor!
dou voltas e voltas ao meu destino,
recupero forças e levanto a cabeça!
digo a minha mente
– esse rosto não è ninguém!
esse rosto não è nada!
o sangue, derramado pelo meu corpo, seca!
as minhas pernas continuam a percorrer o caminho
que escolheste para nós!
o meu rosto continua a sentir a brisa do vento de Outono!
continuo sozinha, sem essa foto na minha memoria!
continuo sozinha sem essa melodia na minha mente!
continuo sem mentiras,
continuo sem gotas de sangue,
continuo sem ti!

AUTORA: Gizela Silva

Foto de Odir Milanez da Cunha

DOIS CASOS DE OCASO

DOIS CASOS DE OCASO
Odir, de passagem

Mais dois casos de ocaso. O dia e eu.
A janela o cenário nos completa.
Do lado esquerdo, aos poucos nasce o breu,
à minha frente a rua se inquieta.

Do outro lado o ouro, o apogeu
da luz do sol, que às nuvens se aboleta.
Da mãe uma criança se perdeu,
do amor se perdeu este poeta!

Paira um pássaro preto. Pousa ao poste.
Prepara o pio e pára. Até parece
sondar ao vento o som da sua hoste.

Um passo, sem parar, desaparece.
Não parece o passar de quem eu goste
como gosto daquela que me esquece.

Dois casos de ocaso que anoitece
sem sombra de mulher em que me encoste!

JPessoa, 17.01.2011

Foto de Leonardo André

Aonde estás que não me ouves ?

Eu te procuro todos os dias da minha vida;
Eu te procuro em cada sonho, em todas as noites;
Eu te procuro quando preciso carinho;
Eu te procuro quando necessito de atenção;
Eu te procuro de manhã sobre a cama;
Eu te procuro na hora do café;
Eu te procuro na hora do banho
Eu te procuro quando me falta a fé;
Eu te procuro quando faz falta um beijo;
Eu te procuro quando quero abraçar;
Eu te procuro quando vem o desejo;
Eu te procuro quando quero amar;
Eu te procuro na minha tristeza;
Eu te procuro na minha emoção;
Eu te procuro na minha alegria;
Eu te procuro na minha aflição;
Eu te procuro porque em ti eu confio;
Eu te procuro porque me sinto feliz;
Eu te procuro porque és minha amada
Eu te procuro porque sempre te quis...

EU TE PROCURO, TÃO SOMENTE PORQUE TE AMO.

Foto de Leonardo André

Monólogo do Louco

Chega !!!
Vocês não têm o direito de me chamar de louco !
Por que sou louco ?
Só porque vivo sorrindo feliz ?
Só porque me emociono ao ver a rosa que nasceu em um jardim ?
Por que sou louco ?
Só porque converso com as plantinhas e os animais que crio em casa, ou porque fico feliz ao contemplar um sorriso de criança ?
Será que sou louco porque, às vezes, me revolto contra o poder das forças políticas de nosso país, que nunca se preocupam com a existência de uma “massa humana”, chamada “povo”, a não ser em época de eleições ?
Droga ! Eu não sou louco !
Loucos são vocês, que destróem centenas de florestas para construir cidades de pedras e arranha-céus de luxo. Vocês, que constróem fábricas que jogam elementos químicos nos rios e mares, envenenando a água que seus próprios filhos bebem e a comida que comem.
Loucos são vocês, que fabricam armas para destruir a vida de crianças, velhos, mulheres e de adolescentes, que morrem sem saber porquê, enquanto vocês arrecadam lucros enormes com o mercado bélico.
Loucos são vocês, que recrutam meninos, que sonham ser homens, lhes dão uma farda, os ensinam a ser violentos e a matar; depois os enviam para campos de batalha com a “patriótica missão” de matar outros meninos que, como eles, carregam armas e matam pessoas que nunca viram, sem mesmo questionar por que fazem isso.
Loucos são vocês, que deixam inocentes e miseráveis morrer de fome e frio nas favelas, enquanto comem do bom e do melhor, sentados em suas mesas luxuosas, portando seus talheres de prata.
Eu...? Eu não sou louco, gente !
Eu sou apenas um ser que chora, ri, se emociona, sente frio, fome, sede, calor e, às vezes, indignação. Indignação ao ver tanta coisa errada, tanta pobreza, tanta gente morrendo por ser mau atendido em hospitais públicos, ou por falta de segurança.
Eu não sou louco, não !
Loucos são vocês !
Eu... ? Ora... eu sou apenas mais um rosto na multidão !

Foto de Ariano

7º Concurso Literário - Senhor

Café frio, o grisalho solitário,
Silêncio no sofá, sequer tevê,
Levanta as sobrancelhas para ler
Um defunto jornal – de meses vários.

Cavou uma vida vazia de gente,
Amor, não reconhece; assim, não sente.
O olhar negro enrugado implora aos céus
E espera o inferno ou o próximo aluguel.

Foto de Ariano

7º Concurso Literário - Exagero I

Vai, homem com as marcas da pele fina
Doma esta urgência que sangra a rotina
Vive a tua vida com menos de tudo,
Um pouco mais cego, mais surdo, mais mudo.

Foto de MarcosH

Reação

Nada dará certo se eu chorar.
Nada dará certo se eu implorar.

O mundo não irá me esperar,
esperar me levantar...

Nada funcionará se eu não ligar.
Nada surgirá se eu não criar.
Nada acontecerá se eu não sonhar.

O mundo não irá me esperar,
esperar me despertar...

- Marcos H. R. da Rosa

Foto de MarcosH

Dualidade

Socorro!
Sou o meu inimigo...
O que eu desprezei por tanto tempo
eu me tornei.
Ou sempre fui e nunca notei...

Como poderia eu imaginar?
Sou igual a ele.
Faço o mesmo que ele.
Eu sou ele!

Uma dualidade de personalidade, que
na verdade é uma unidade... É o EU!

Nunca imaginei fazer o mal, ou o bem,
tudo era justificado pelos interesses,
a estratégia da vida, do jogo sociedade.

Como poderia imaginar que isso me consumiria?
Como imaginar que o mal é o bem? Ou o bem seria o mal?

Como poderia eu imaginar?
Sou igual a ele.
Faço o mesmo que ele.
Eu sou ele!

Uma dualidade de pensamentos, que
na verdade é uma unidade... A mente!

Socorro!
O inimigo sou eu.
O que sempre julguei,
eu me tornei.
Ou sempre fui e nunca notei...

Socorro!
Será que sou ouvido?
Ou estes pensamentos são o outro "eu"?

Triste decadência...Simples tristeza...
- Marcos H. R. da Rosa

Foto de Eddy Firmino

7º Concurso Literário -CHOVE

Está chovendo lá fora
Chuva forte, constante
A cama está fria, estou só
Queria você nesse instante

A chuva prossegue caindo
Tão lentamente e tão fina
Pingos de solidão no meu quarto
Que minha alma então desatina

A chuva trás pensamentos
E no auge da nostalgia
Lembranças do beijo na chuva
Encharcando nossa alegria

Mas a chuva cai e não para
Vai caindo... caindo
Retrocedendo as horas
Que vai então se esvaindo

E ao passo que a chuva cai
Mistura-se com minhas lágrimas
Que agora saem se parar
Expurgando então minhas lástimas

Agora já é madrugada
E a chuva não para... prossegue
Mas logo ela vai se esvairá
Pra que minh’alma sossegue

Foto de camilaalp

7º Concurso Literário - Horas Mortas

Onde estamos nós nesse turbilhão de vozes que nos abraçam
Estaremos algum dia a salvo da nossa ânsia e indisposição
Quando por vezes são nossas fraquezas que nos separam
Nessa dança eterna de teimosia, linguagem habitual e aflição

Se não é o sol que queima ou a chuva que dificulta nosso trajeto
É a minha imparcialidade e a tua desonestidade que se contradizem
Mesmo sabendo que a esperança é o único caminho correto
Minhas mãos desgarradas de tuas carícias ainda se afligem

Lastimam-se meus olhos não querendo desviar-se dos teus
Pois se encontram acorrentados a tua beleza e abstracionismo
E mesmo no instante gélido de nosso inevitável e doloroso adeus
Relembro as horas mortas que reacendem nosso sincronismo.

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