O sentir se torna óbvio quando o coração, ja desacautelado, transcênde a coerência do 'eu' e decide expressar o que se passa no introspectivo. Fatalmente tudo se torna possibilidades e assumimos riscos mediante um sentir que clama por existência, que deseja se tornar afetivo.
Assim entre várias formas,.. dentre elas escrita, falada, chorada, calada. Amamos, desejamos e esperamos que tais possibilidades se tornem realizações e que toda proporção sentida que nos invade possa ter espaço, razão e abrigo para se derramar.
O Amor que em princípio nos vem como Paixão e em verdade cresce para Amor, nos vem como um convite, possibilidades,.. Nossa escolha em aceita-lo ou não se torna receosa mediante nossas feridas passadas. E por momentos tentamos nos privar de tais dores como se evitando ao corpo, pudéssemos impedir ao Coração.
Conta-se uma história que um sapo, um dia no lago, se surpreendeu com o pedido de um escorpião, que encarecidamente o ajudasse a atravessar o lago para o outro lado. Logo o sapo o indagou: "Como poderei eu em ti confiar? Como saberei que não vais deixar teu veneno em meu coração?"
Assim é a paixão. Queremos pelo nosso desejo de existência confiar. Acreditar corre o risco apenas porque vivemos por este anseio, por estas possibilidades, porém quando nos tornamos vítimas deste veneno usamos o medo de cautela. Ora, apesar de ainda vivos ainda sabemos o quão amargo foi em nossos lábios tal veneno e por mais que desacreditamos da paixão ainda esperamos tão sonhado amor, porque enquanto há vida, há possibilidades.
Assim em nossos dizeres como em nossa existência, sempre a de existir um "Q" que obviamente aos olhos não se entenda o POR QUE, mas naquilo que taciturno se testificará se formará o ser, afinal tudo é
Possibilidade.