Com as mãos já calejadas,
pelos espinhos afiados.
Observo atento aos ferimentos,
cuidando dos machucados.
Olhando a Rosa que tanto amo,
sempre cuidada com amor e carinho.
Nunca pensei que poderia me machucar,
com algum dos seus espinhos.
Eu sempre a protegi do mau tempo, das pragas.
Estava ao seu lado, zelando, a todo momento.
A coloquei protegida em um belo vaso,
sem entender os seus próprios sentimentos.
A dependência começou a ser sentida,
quando em momentos, eu não estava lá.
A Rosa só, em seu vaso pequeno,
sonhava em sozinha, também poder voar.
Em um dia de ventania, e a favor do vento,
fez um grande esforço, para as raízes soltar.
Desabrochou e se foi em um momento.
Quando voltei, não estava mais lá.
Triste, deprimido e preocupado.
Comecei a minha busca. A procurar.
A encontrei tão bela como sempre foi.
Estava bem, sobreviveu sozinha.
Fui então, devolvê-la ao vaso.
Tirá-la de perto das ervas daninhas.
Quando para minha surpresa,
fui ferroado, machucado.
Pela Rosa que tanto amava,
e que sempre esteve ao meu lado.
Depois do impacto inicial. O entendimento.
Como pude ser tão relapso, e não entender ?
Toda a Rosa pede cautela no trato,
como pude a mão perder.
Ela estava bem e aonde queria.
Não precisava que eu fosse me intrometer.
Não significava que não me amava,
só queria a todos provar...
...que poderia sobreviver sozinha,
e que tinhas forças para poder lutar.
Ao entender o que realmente queria,
decidi compreendê-la e aceitar.
Prometendo que a amaria sempre,
mesmo estando só, em outro lugar.
Que se um dia, realmente precisasse,
poderia simplesmente me chamar.
Temos que ter a capacidade de resolver,
os problemas que a vida insiste em nos mostrar.
Para que todos tenhamos a capacidade,
de um dia também poder voar.
Espero com amor no coração, observando o vento.
Para que sopre forte em minha direção.
Esperando que a Rosa volte para ficar comigo,
por que essa foi a sua decisão.
Para que ambos fortalecidos, possamos aproveitar,
tudo o que o nosso belo amor, venha a nos dar.