No mundo do imaginário

Foto de Richieri
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É quando o impossível no mundo real, o real vira imaginário e num instante, num piscar de olhos, ele se finda, e o imaginário volta ao mundo real;

Suave e serena era sua feição, rosto de expressão calada, cabelos soltos marcavam sua sensatez;

Sua pele clara e quase translúcida, limpa e de cor natural, deixava expor seu interior sereno, calmo e vivo;

Novamente chamava a atenção seus cabelos, eram sutis e parecia planar sobre o espaço da leveza e da calma, no tom quase amarelo, chegando ao ombro seus tingidos e perfeitos caracóis, que de um único ponto parecia prendê-los no mais alto de si;

Envolta em lantejoulas, brilhantes eram fixadas ao fundo branco envolvendo a musa desde punho seu suave ombro;

No jeans tradicional, justo e de tamanho correto esboçavam o ápice do imaginário. Ah! Que foto instantânea!

O meio salto claro e todo fechado, escondia seu caminhar entre plumas e cinza de vulcão, que com sua leveza levantava o pó intrigante e lento, como a neblina esconde a paisagem em dias gelados;

O brilho do ouro reluzia no punho pequeno contrastando o anel prateado, sutil e perfeito;

As mãos finas transmitiam suavidade, destreza e dava o colorido ao gesto insano, incapaz e firme;

No sorriso desabrochava a felicidade, a despreocupação, o anseio pelo tempo, que ali não passava, era o mais perfeito infinito;

Carregava a tiracolo seus pertences no interior de cores firmes, lilás com preto, a bolsa muda e jogada ao canto mudava a personagem exótica e clara, num tom de rebeldia, da mulher a menina solta ao tempo, como quem não tem qualquer compromisso desprendendo a formalidade que sempre se é solicitada;

Há se seu nome eu soubesse! Não mudaria nada, mas ao menos saberia se parecia com Clara, Célia ou Lena, talvez o ideal seria Linda, réplica de si;

Idêntico ao observador ela deslizava uma pena azul, a registrar, em folhas claras e quase amarelas presas a capa escura ou quase preta, registrando uma igual para o observador e assim o sonho se inicia;

Mas a pena logo cessa seu caminhar, na folha quase amarela, parecia apenas registrar alguns números, e tão depressa o sonho findava;

A cena fixa, por um instante é acompanha pelo observador, mais um olhar vem e então os olhos se fecham para a volta, de onde veio, do mundo real.

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