Definha minha alma quando longe de ti, e sentindo-se mergulhada no mar da saudade, torna-se enclausurada nas próprias emoções; em estado febril, sente a inquietude que a interpela pelo silêncio de tua voz, e contaminada por suave veneno que sorveu de teu beijo e sem o conhecimento do antídoto necessário, segue numa eterna quarentena de amor, e apenas divaga na própria lembrança no anseio de sentir-te mais próximo, e cautelosamente, alimenta a saudade através da saudade que teima em sentir, sofre esta alma quando longe de ti, e quando cai a noite, desfruta das ilusões mais íntimas que carrega no peito sofrido, e eleva-se esta alma até os cofins dos céus, buscando encontrar-te dentre as estrelas mais brilhantes para entregar-te um poema de amor. Em vão, esta alma destrincha os limites do horizonte a tua procura, mas como encontrar-te! Se tua luz brilhante me ofusca os olhos da alma que privada da visão não consegue encontrar-te. Desolada, esta alma retorna de sua viagem insólita e solitária, para no leito vazio, alimentar a esperança da saudade que chora.