Visão

Foto de Rosamares da Maia

CONTRADITÓRIO

Contraditório

Meus olhos são esquinas turvas,
Onde baila marejada a minh'alma.
No teu olhar uma visão intransitiva.
Encontro transversal e inesperado.
Momento que não conforta ou acalma.
História deslocada de amor acidental
Exposto ao vento vivo ao desabrigo,
Vimos os sinais e sentimos os perigos.
Mas somos opostos que convergem,
Polos invertido em rota de colisão.
Não queremos as mesmas coisas,
Mas sucumbimos à mesma atração.
A água aquecida pelo desejo é fogo.
O gelo derrete ao prazer de um beijo.
Tudo em nós é sim e não, sem razão.
Princípio que se inverte – ódio e paixão.

Rosamares da Maia - junho/2016
Para quem tinha tudo para dar errado, mas...

Foto de Rosamares da Maia

CONTRADITÓRIO

Contraditório

Meus olhos são esquinas turvas,
Onde baila marejada a minh'alma.
No teu olhar uma visão intransitiva.
Encontro transversal e inesperado.
Momento que não conforta ou acalma.
História deslocada de amor acidental
Exposto ao vento vivo ao desabrigo,
Vimos os sinais e sentimos os perigos.
Mas somos opostos que convergem,
Polos invertido em rota de colisão.
Não queremos as mesmas coisas,
Mas sucumbimos à mesma atração.
A água aquecida pelo desejo é fogo.
O gelo derrete ao prazer de um beijo.
Tudo em nós é sim e não, sem razão.
Princípio que se inverte – ódio e paixão.

Rosamares da Maia - junho/2016
Para quem tinha tudo para dar errado, mas...

Foto de Rosamares da Maia

Sabedoria de Sobrevivência

Sabedoria de Sobrevivência.

A sabedoria era como ela, Rosa singela,
Dobrada, matreira, de cheiro português,
Aroma dos gostosos assados do Porto.
Saber de Rosa mulher e disfarce de flor.
Na Terra nova misturou outros aromas,
Descobriu o doce de abobora com coco.
Aprendizado moreno de cravo e canela.

A minha viagem mergulhou no tempo,
Nos sabores dos cheiros e temperos.
A minha visão tem gosto e ainda é clara!
Tem brasa ardendo no fogo de lenha.
Tacho e tampa de ferro, panela de barro.
Sabedoria de quem sabia inventar, somar,
Multiplicar o pouco que havia no dia a dia.

Na memória coze o ensopado no fogão,
Carne seca, tomate camboinha e mamão.
Sabor de folhas plantadas no terreiro,
Parreiras de chuchu e maracujá.
Saladas e saudade, almeirão e alface verdinha.
Sabedoria de remendo no ralado dos joelhos
Tosse curada com saião e chá de sabugueiro.

No verão, banho na tina de madeira,
Bucha natural colhida na cerca de bambu,
Sabão de coco e sabonete Cinta Azul.
Ave Marias solitárias no silêncio da tarde,
Oração, devoção, fé e simplicidade.
Sabedoria de subsistência – sobrevivência,
Família e fraternidade – casa de minha avó.

Rosamares da Maia – 10/ 2016.

Foto de Rosamares da Maia

CRÔNICAS DA SAUDADE – Nostalgia Total e Resistência Plena

Nostalgia Total e Resistência Plena

O meu coração esta preso ao passado e a minha saudade dói. Meu coração está atado aos tristes olhos azuis de Kurt e em meus ouvidos ecoam as suas melodias em meio a gritos de dor e desespero, melodias nada convencionais, cheias de agressões, injurias e pedidos de socorro. Poucos entenderam e quem entendeu não se deu ao trabalho, ou como dizem: “Não estavam nem aí”. Eram todas crianças impotentes, vivendo o desespero no mesmo diapasão. Então Kurt se cansou e pôs fim a tudo, se mandou para juntar-se ao clube dos 27.
Meus sentidos continuam presos à juventude, a beleza e aos olhos de tigre de Edie, muito mais que isto, os meus sentimentos estão presos as suas letras, a ansiedade das mensagens que pediam para que as pessoas mudassem, para que elas acreditassem que poderiam transformar o Mundo. Os meus olhos viram a sua juventude aspirada nos papelotes e a sua beleza afogada entre copos. Mas, aquela rebeldia era fundamental e acordou outros rebeldes - o tigre continuava pronto para pular do seu olhar. Todos foram tragados pela escuridão da noite enquanto covardes, como eu, preferiam encher o baú de nostalgia.
Gritei com Hetfield “Nothing Else Mather”, isto mesmo! Afinal eu também era rebelde. Covarde, mas rebelde e “nada mais importava a não ser uma nova visão”, aquela que nos libertaria, mas, o baú estava aberto e como um alçapão recolhia os nossos sonhos, recolhia o que havia de melhor em nós.
Nossos gritos, olhos e sons eram “Metal contra as nuvens” e Renato apregoava “Por Deus nunca me vi tão só / É a própria fé o que destrói / Estes são dias desleais.” Continuamos presos aos nossos ídolos, mais as suas ideias foram insucessos, eles “morreram de overdose“, desesperança e como Cazuza todos estamos assistindo os inimigos ascenderem ao poder em tristes plataformas de mentiras e cinismo. Só que na letra do poeta onde há dor há também insurgência e rebelião, por isto Renato também apregoou “Não sou escravo de ninguém / Sei o que devo defender / Sou raio, relâmpago e trovão / Quem sabe o sopro do dragão?”.
Na minha nostalgia estou presa aos olhos de Cobain, ao esplendor da juventude de Veder, a resistência consciente de Metállica, com a eloquência musical de James, recolhi a sensibilidade de Russo e a ácida inteligência do irreverente Cazuza. Aprisionei todos no imenso baú da minha nostalgia, também da minha fé, que volta e meia me recolhe, chacoalha e me liberta. Sei que eles não mudaram o Mundo, mas, conseguiram produzir outros rebeldes, até mesmo eu – covarde, mas com uma consciência que não adormeceu, com uma humanidade integra, que apesar de todas as dores estão prontas para o combate, mesmo que as armas sejam somente voz, guitarra, olhos de tigre, o rugido de um leão, ou simplesmente papel e caneta.

Rosamares da Maia – 23/01/2017.

Foto de Sonia Delsin

QUEM ÉS?

na intimidade de meus lençóis eu sonhava
ia a lugares inusitados
barcos afundados
encontrava seres naufragados
ia aos confins do mundo
a baías desconhecidas
a remotos mares
ia, ia
e me compadecia
dos seres que encontrava
das situações
questionava quais seriam as razões
que motivos poderiam existir para tanta desolação?
era tudo estranho
e me parecia tão familiar
dentro do sonho eu me perguntava
que é isto? onde fica esse lugar?
foi aí que surgiu alguém
vi uns pés descalços vindo em minha direção
ergui os olhos, firmei a visão
ele transparecia em luz
pensei: é Jesus!

Foto de Vinicius_Sasso

Historia Do Amor

Uma história vou te contar
Sobre o que é amar

Tinha esse garoto
Que por mais indeciso fosse
Sempre sabia o que queria
Queria amar
Mas não um amor passageiro
Ele queria um amor verdadeiro
Ele sabia que era difícil
E estava cansado de esperar
Não queria desistir
E foi quando ela apareceu
Foi como uma chama
Queimando por dentro
Um sentimento intenso
E fica turva sua visão
Lhe causando indecisão
São dois lados da mesma moeda
Um diz sim
O outro diz não
Não sabia o que fazer
Um amor era o que queria ter
Mas querer não é poder
Tem que fazer acontecer
Não pode ir pra trás
Desistir jamais
Seu futuro era incerto
Mas o que sentia era certo
Amava a garota
Mas e ela?
Ela ja cansada
Saiu de uma furada
Coração ferido
Coração partido
Precisava se curar
Foi quando ele veio conversar
Se sentiu bem de novo
Sentia algo novo
Algo que não tinha sentido antes
Como uma quebra de diamantes
Seu corpo flutuava
Toda vez que o encostava
Sabia que era o certo
Mas não sabia o que dizer
Quando seus olhos se encontravam
Muito mais que palavras soavam
E então a confirmação
Um beijo selou a relação
E assim nasceu uma nova paixão
Ambos se amavam
Ambos se adoravam
Eram felizes
Sem muito pra dizer
Só para sentir
Um sentimento que lhe fazia estremecer
Eles não iriam desistir
Mas então uma notícia nova chegou
Algo que o mundo deles abalou
Ela iria se mudar
Para longe iria morar
Ficaram sem chão
Dois jovens que vivem de paixão
E então a indecisão
O que fazer agora?
Dizer sim ou dizer não?
Sera que tem solução?
E para a surpresa deles
um anjo lhes falou
Se acalmem crianças
Seu sentimento é tão puro
Que seria um ato escuro
Separar vocês
Deram sorte dessa vez
E então a mudança foi cancelada
E para sempre foi selada
Uma paixão de almas amadas
Assim termina a história
Com um final feliz
Mas é o que sempre se diz
Se o seu não chegou
Aguarde com calma
Que a sua alma
Também será amada

Foto de carmenpoeta

Pobre manhã

Pobre e crédula manhã
sempre a surgir invicta,
convicta do bem a ofertar…
Esbanja luz candente
sobre um mundo displicente
no esforço vão de o elucidar,
clarear caminhos que se atropelam
e por vias dúbias se desencadeiam
absortos por desvios que não vão chegar.

Manhã promissora e persistente,
não se cansa de amanhecer,
de se oferecer majestosa e iluminada
a quem só caminha sem ver nada
esnobando a magnitude de sua beleza,
desprezando o convite de abraçar o dia,
nova esperança embrulhada no presente,
estrada nova onde a vida principia.

Bendita manhã que morre e nasce
no afã do recomeço do amanhã…
Nada de novo sob o sol
a incendiar candeias de brilhos e poeiras
desperdiçadas onde transita o arrebol,
onde o horizonte rastreia a imensidão,
onde o homem se perde ante a visão
de sua finitude, desvario e reverso,
e se apavora ante a grandeza do universo.

(Carmen Lúcia)

Foto de Mitchell Pinheiro

Rainha da Primavera

A rosa é a rainha das flores
Formosa que encanta o olhar
Valiosa que inspira amores
Serena como as ondas do mar

A rosa reflete cuidado
Simboliza a visão da pureza
Oferta seu néctar adocicado
E exala o perfume da natureza

Mas ao reclamar o trono das maiores qualidades
Muito grandemente se ilude a pobre rosa
Pois a mãe das mais belas virtudes da humanidade
És flor muito mais honrosa

A dona do néctar mais doce que acalma o mais indomável
De pétalas perenes que exalam perfume inigualável
És mãe! flor que floresce do céu e semeia o amar
Que renasce na gestação e vive pra cuidar

Minha mãe és a rainha do mais belo jardim mundano
Nao existe mais perfeita flor
Que quando erra, erra amando
E conserta seus erros com amor.

Não há vida sem essa flor graciosa
Quem tem mãe nunca está sozinho
Tem o néctar, o perfume e a pureza da rosa
E um abraço protetor que nunca ofertará espinhos.

Mitchell

Foto de Ednaschneider

JÁ PASSOU O CARNAVAL

Como já passou o carnaval
Onde tudo é permitido
Usar máscaras, ser legal
Num país de “fudidos” e exibidos.
Ainda usam as máscaras
Os corruptos bandidos
Os pseudo cristãos que se declaram
Acima do bem e do mal.
Não respeitam os de classe pobre
Os de outra religião
E os que têm preferências diferentes:
Por que se acham tão nobres
Tão cheios de razão
E se sentem tão conscientes;
Que o orgulho cobre-lhes a visão.
Usando as máscaras da santidade
Mascarados, descarados, sem moral
Respeitem a liberdade
Saiam do pedestal
E mostre a sua cara de verdade
Chega de máscaras!
Já passou o carnaval.
11/02/2016 *
Autora*
Edna Schneider Lemos

Foto de Arnault L. D.

Música ( Por onde a canção caminha )

Ainda bem que tenho você,
ou a noite seria mais escura
e emergir no breu total
é o mesmo que não existir.
Coisa alguma se vê,
ninguém enxerga a nossa figura,
não há cor, distância, nada afinal.
Se confunde mesmo o existir...

Mas, pequena estrela dalgum lugar,
me dá norte, um cerne, visão,
ponto de fuga, perspectiva
para imaginar uma linha...
Uma alusão para aonde navegar;
e não dissolvo em dispersão.
Por um sinal nesta deriva,
por onde a canção caminha...

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