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Hoje,
Não quero homenagear meus filhos,
Pois eles são crianças homenageadas todos os dias.
Têm um lar
Têm todas as refeições necessárias;
Têm pais que os amam e protegem
Eles não são de família rica,
Mas têm uma rica família.
Quero homenagear...
A menina que olha a boneca da vitrine
E em seus olhos não há esperança,
Há uma lágrima e uma triste neblina.
O menino que sonha com uma bicicleta
Caminhando descalço pela rua
E sabe que jamais terá a sua
Crianças esquecidas, marginalizadas;
Crianças negras, brancas; desamparadas.
Crianças que dormem nos viadutos e praças
Enfrentando os perigos da fria madrugada
Sem sonhos, sem amor, sem sua inocente graça.
Quero homenagear as crianças que a mãe faz adormecer
Para aliviar a dor da fome.
Crianças que foram lançadas no trafico
Sem escolha, sem opção.
Crianças que choram esquecidas
Não contabilizadas como cidadãos.
Crianças covardemente excluídas!
Quero lembrar das meninas por canalhas exploradas
Que seu corpo venderam em troca de algo comer
Quero lembrar dos meninos
Que talvez homens nunca cheguem a ser.
(Sirlei L. Passolongo)
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PARA AS CRIANÇAS EXCLUÍDAS.
Data de publicação:
Quarta-feira, 11 Outubro, 2006 - 17:10
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