De olhos fechados…
Colho-te com mãos de pecado
minha frágil pétala de flor,
de sol vestida, desabrochando
na simples forma de amor...
e com espinhos de pele te afago.
De olhos fechados…
Sinto o teu cheiro envolver-me,
encantando os meus sentidos
deliciando-me com teu sabor,
envolvo-me nos teus tecidos
e lentamente dou a conhecer-me.
De olhos fechados…
Estás-me no sangue escondida
bebendo-me interiormente,
no sentimento cativo em mim,
lenta e inexoravelmente
exaurindo a minha fonte da vida.
De olhos fechados…
Por poder ter-te conhecido
ainda que nunca mais te colha,
ainda que não te volte a ver
só para viver esta escolha
valeu a pena ter nascido.