Ao Som do Violino
O spalla com seu arco de madeira
Fricciona as cordas do violino
Amaciadas pelo breu da noite
Nas crinas do meu cavalo alazão.
Tira um som morno, aveludado,
Varrendo as cinzas do meu coração.
Misturam-se nossas almas...
Tudo é calma!
Seu timbre soprano
Retira-me o eu urbano
E incita-me a cavalgar pelos campos
Em delírios, voz, canto...
Desejos, arrepios, encantos...
Prantos evaporados...
Medos incinerados...
Sonhos perseguidos...
Na garupa do meu cavalo alazão
Ardendo em paixão...
Sem luneta, sem lupa,
Sonhos perseguidos a olhos nus
Em êxtase e luz!
Carmen Vervloet