Gotas escorrem na vidraça da janela
Outras se acumulam nela em relevo
Fica opaca minha translúcida tela
Já não vejo o que sempre vejo.
Meu céu azul hoje está chorando
Num beijo molhado toca a vidraça...
Do que será que está lembrando?
De como era linda a natureza casta?
Em dorido pranto revela sua dor
Gotas de desesperança absoluta
Fonte inesgotável de um intenso amor...
Do alto vê a terra muito destruída
Sempre atento na sua escuta
Faz em água a invocação à vida.