Por onde escapas?
Se lhe fecho o cerco,
Se lhe envolvo os braços,
Se lhe beijo a boca e lhe roubo o fôlego.
Por que se engana?
Reinventando a vida,
Distorcendo os fatos... se iludindo a toa.
Vá! Saia por minhas entradas... já não há hora marcada!
Divirta-se com minhas normas de conduta.
E se assim lhe aprouver...
...esqueça que minhas mágoas também são suas!
Se os sapatos já não lhe servem... fuja!
E brinde sua solidão, seus medos... desatinos!
Em meio a falsos pudores, beba das palavras soltas,
perdidas no céu da boca... tênue instante sonhado
entrelaçado em teus medos castos.
Vá! Já não lhe prendo em meu bolso... calabouço.
Brinque diante ninfas...
...iludindo-se entre seus “terços”.
Momento... rente à perfeição!
Mentira! Doce loucura que lhe afaga a alma...
...em meio falsas gentilezas.
Fuga... precipício... sensações!
E quando não mais suportar o mundo nas mãos...
...quando seu deus não mais lhe bastar...
...nada! Não haverá nada além de uma solidão barata.
Não!
Não se cale diante minhas interrogações... interjeições... vírgulas e reticências.
Não se perca em “meias pontuações”!
Não é essa sua oração principal. Não!
Não se curve ao meu monólogo... pois,
Seu silêncio já não diz nada.