VORTA SECA!
Sou borboleta gigante
colibrí, beija-flor,
Sou lembrança, esperança
dor do amor,
chama viva, aliança;
Sou filho desse chão
do solo a colheita,
vento forte, vorta sêca;
Sou canto de passarinho
nordestino do sertão;
Sou corrente, liberdade
no tempo sou espaço,
sou ruínas, olhos dágua,
sou a gota do orvalho
rancor e felicidade;
Sou cortiço em procissão
ave de arribação,
Sou a fonte que secou
o sol na primavera,
puro amor,
nordestino do sertão.
Alvaro Sertano,
Saga Poética.