Não abras os olhos agora!
Quero abraçar-te,
E que dure para sempre este minuto, esta hora...
Quero poder sonhar!
E pouco a pouco, devagarinho,
Entrar na tua realidade, de mansinho...
E ver que todo o sonho é verdade
Que sonhas com a minha saudade.
Levanta-te!
E com a tua mão na minha entrelaçada,
Atreve-te a guiar-me para a vida pela tua secreta estrada
Realidade perdida, abandonada!
E só encontrada
Quando por alguém como tu é sonhada
Pois a vida também tem de ser amada!
Amei (e amo)
Amei, deveras que te amei.
Está bem, confesso!
Confesso que também chorei!
Que ainda choro,
Que em ti ainda moro
Me demoro...
Amei
Amei assim.
Sem querer, sem saber o que ia acontecer
O que estava ao fundo da estrada
Por baixo da capa alada
Para além do cavaleiro, da espada
Do dragão, da lenda, da fábula sonhada...
Sem pensar que a estrada podia ser a errada
A capa rasgada....
Que podia não estar acordada!
Que a fábula era inventada, inacabada,
Para além da página arrancada...
Aos meus sonhos.
Andamos, buscamos,
Queremos, desejamos,
Mas nem sempre encontramos
O que está para além da vida.
Da alma sofrida
Do limiar da dor...
Amor.
Contra ele nada pode ninguém!
Mas pode realmente tê-lo alguém?!
Amar só pode quem pensa que o não tem!
Não amar,
Por seu lado...
Só pode quem é amado!
Só quem não ama pode dizer
Que amar não ama
E fazer sofrer...
Amarei até morrer!
Viollett
(Uma Estrela suspensa na Lua)