Fico olhando teus olhos
Teu rosto, por entre palavras
Tento medir distâncias, não consigo
Encontrar respostas nos teus lábios
Nesses cabelos que não cheiro
Nesses ombros que adivinho
Fico lendo do avesso
Invertendo o reverso do três por quatro
Querendo encontrar o que não tenho
O que não existe, o sonho passado
Uma alma que não te pertence
Uma, mais uma mentira, outro pecado
Não posso, não quero, só devo
Continuar duvidando da tua ausência
Dessa paz que me incutes mas não é tua
Dessa dor que alivias mas não és cura
Dessa essência que devolve a vida
Mas a que um corpo não se habitua
Não, porque és demais para mim
Para um peito humilde de um homem só
Porque teus beijos, os que supus
Os abraços com que sonhei
Todas as palavras que juntei e somei
Toda a luz que dispuseste e eu abraçei
Fazem á volta do meu pescoço um nó.