Prosas

Foto de betimartins

A cor da solidão!

A cor da solidão!

Dizem que a solidão tem cor
A cor da paixão mal correspondida
Outros dizem que é apenas dor
A dor de estar perdido e sozinho...

Dizem que o solitário é sonhador
Que apenas vê a vida com outro tom
O tom acinzentado do dissabor...

Outros são obrigados a sentir a solidão
Entre grades e entre o frio da sua cela
Matou por amor, ódio, roubo e estupro
Ai, a solidão tem cor negra, fantasmagórica...

Tem a solidão do pensador, do escritor
Que precisa estar sozinho para criar
A do pintor e escultor e até do trabalhador
Para dignificar a sua obra, apenas a solidão...

Eu quis ver a cor da minha solidão. Sem êxito.
A solidão apenas sorriu para mim em seus tons
Angélicos, suaves, com fragrâncias de jasmins
Entre a penumbra do meu quarto ali, sozinha...

Grata pela minha terna solidão, eu virei poema
Um simples poema de agradecimento a vida
Entre as paginas em brancas nunca escritas
Agora eu tenho agora cor da minha bela solidão!

Foto de Marilene Anacleto

Estática

*
*
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As ondas vêm,
As nuvens passam.
Fisicamente estou aqui, estática.

Mas minha energia
Investiga o interior, procura no universo
Um caminho de alegria.

Os pensamentos recordam pessoas,
Revêem leituras, antigas lições
Impressa nos corações.

Que me ensinem o que fazer
Que me mostrem como dizer
Que eu sempre te amei.

Marilene Anacleto

Foto de betimartins

Poema do amigo

Poema do amigo
Quis trazer todas as palavras do dicionário
Trajar de belas estrelas cintilantes, só para ti
Fazer um poema belo, delicado e imortal
Falar de ti. Meu amigo. Confesso que não é fácil...

Foi pedir aos anjos, a inspiração Divina
Para nas prosas, eu, estar à altura de ti
Tracejei belas palavras a ouro fino, chorando!
Chorando de emoção contida, por seres meu Amigo

Amigo das horas sombrias e vagas, da minha solidão
Da dor que tu, curaste em minha alma, pelo carinho
Pelas belas palavras ditas, amigas e reconfortantes
Da tua presença sempre incondicional e bondosa

Tu! Meu amigo! És puro balsamo para o meu Ser
Verdadeiro, caminho do amor e fraternidade
Vozes de anjos, ao meu ouvido e presentes
Que trazem o calor dentro do meu coração...

O meu poema! Jamais é completo e escrito
Porque ainda não sei como o escrever
Nem descrever a verdadeira palavra! Amigo
Deste meu simples poema. Amigo!!!

Betimartins

Foto de Carolvazzz

Lunática- A bola do capeta

Já era pra eu ter ultrapassado esse trauma. Mas eu ainda acho que tinha alguma coisa por trás daquela bola vermelha.
Há muito algum atrás, eu tinha uns sete anos quando fui para um parque com minha avó e meu primo. Do nada apareceu um cara vendendo bolas. Mas só tinha uma, eu e meu primo queríamos a mesma bola, brigamos até eu conseguir a bola.
Minha avó trabalhava à tarde, e eu passava as tarde em um apartamento, eu e a bola. No inicio foi legal, a bola me entendia. Eu falava com ela e tal. Mas ela começou a ficar estranha, não sei se foi por que eu tinha assistido a um filme que o capeta era vermelho, mas a bola tava muito estranha pro meu gosto.
Então eu comecei a ficar com medo da bola, ai eu passava a tarde toda no meu quarto sem me mexer com medo da bola correr atrás de mim. Até que um dia à noite minha tia e meu primo foram na casa da minha avó, então dei aquela bola pra assustar ele.

Foto de Wilson Numa

Palavras Leais

Embora estejamos a falar
Por favor peço teu silêncio
O que te quero dizer é que
Quando contigo estou sinto
Um enorme desejo de te beijar,
De acariciar teu pele, teu rosto
E tocar teus seios e coxas
Por favor não digas nada
Enquanto não terminar,
Porque o fogo que sinto em mim
É como um Vulcão em Ebulição,
O tremor do meu corpo parece um Terramoto
Mas daqueles bem fortes de magnitude 10
Espero que entendas essas palavras pois
O meu maior desejo é ter-te comigo
Para o que der e vier, caso não queiras
Nada sério vamos embarcar numa aventura
Como se estivéssemos a girar o mundo em 80 dias
E desfrutar de tudo o quanto a aventura nos proporciona
Pois o Verdadeiro Amor só se encontra 1 vez.

Peço-te uma chance de me amares, embora não tenha preço, tem um grande significado pra mim.

Foto de Jessik Vlinder

Vazio - O Branco da Alma

Vazio, é isso que tem me preenchido nas últimas semanas, na verdade, nos últimos meses. Não um vazio causado pela falta de alguém, pelo buraco que este suposto possa ter deixado ao ir embora. Não. Faz muito tempo que este tipo de vazio estagnou em meu coração e foi ocupado. Não é um vazio causado por uma partida, por uma despedida indesejada. É simplesmente um Nada... Sabe quando não estamos a fim de fazer, nem mesmo de pensar em nada? É como estar numa sala com proporções desconhecidas, onde tudo é branco, em todas as direções tudo o que se vê é um infinito vão branco. Não é como fechar os olhos, porque quando o fazemos ainda vemos pontinhos coloridos e formas estranhas oscilando. É um silêncio... Silêncio esmagador que não me permite ouvir minha própria voz. Muitas vezes nem meus pensamentos...
Eu pretendia escrever um poema ou qualquer coisa mais poética, mas somente palavras banais e carregadas de normalidade poderiam atingir você, caro leitor, com a mesma frieza que tal sensação me toca, me esvazia...
Preencha-me se for capaz.

Foto de Felipe Ricardo

Historia de um Palhaço

Era uma vez... Não, não, não! Nada de "era uma vez"! Ora! Ta sendo ate agora! Então nada de era uma vez isso, uma vez aquilo, vou logo começa, me chamam de Luneta, é claro porque eu não me chamo assim, eu vim de uma famila muito desigual, pois meu pai era astronomo, é esse pessoal que perde a noite de sono vendo esse pontinhos no ceu, e minha mãe era uma execelente bailarina que amava de paixão o belo som de uma clarineta, é aquele troçinho que aquela lula toca.
E em um belo dia eu nasci, só foi um belo dia ate eu nasce porque depois veio um toró de chuva dos grandes, chega que o ceu se pintou de cinza e começou, meu pai ja aperriado das ideias resolveu pedir a Lua que me ajuda-se, porque quando eu vim prá cá eu era magro demais, é como voce podem vé to emgordando depois passo a receita, mas voltando, num é que a reza do meu pai deu certo e parou de chuve e então eu disse meu filho vai ter o nome de Luan, em homenagen a grande lua que fez para de chuve...
Eita que foi ai q começou a confusão, pois num é que a minha mae quiz, porque quiz colocar meu nome de Clarinetesencio, ai lasco esse nome ate eu chorei na hora mas depois de muita briga e muito chororó decidiram colocar esse nome mesmo de Luneta, Lu de Luan e Neta de Clarineta e pronto assim começa a minha louca jornada desse mundão que so ta começando...
E logo eu herdo de minha mãe uma clarineta e de meu pai o gosto por estelas e foi que então eu descobri um segredo...
... As estrelas tem vida e podem conversa com nois...É serio não pensem que eu to zureta não é sim, mas elas só falam com quem sorrir, quem tem cara de raiva ela não brilham muito, mas isso é rpa outra hora hora agora vamos brinca!

Foto de betimartins

Hino de amor à natureza

Hino de amor à natureza

No verde que minha vista já não alcança, no espaço repleto de beleza eu vejo as rolinhas, felizes e contentes debicarem seus petiscos, os insetos soltos por ali...

Entre os vôos de marcar territórios, os bem-te-vis são agressivos por demais, disputa o pobre pica-pau de penas avermelhadas, fazendo mesmo assim as suas graças na árvore...

Olho o lago com suas imensas águas, espelhando Dourado do Sol, refletindo as nuvens e as árvores dali, e na beira do lago os canto agitados dos quero-queros, querendo eu longe dali...

Entre os pulares nas árvores gigantes, olho e não consigo entender vejo misturados no verde os belos periquitos a namorar, que algazarra eles fazem ali...

Observo as outras árvores e vejo os ninhos do joão-de-barro, quanta perfeição e observo ali e quanto trabalho árduo ele tiveram pelos seus amados filhinhos...

De repente escuto o barulho na água de um mergulhão quase azul e esverdeado a pescar, que belos vôos ele fazia na água, rumando para a enorme castanheira descansar...

Ruídos estranhos e estridentes me fazem olhar para as arvores vizinhas, qual é o meu espanto que vejo famílias de sagüis espreitarem-nos, alguns ainda muitos bebezinhos...

Perdemos em breves pensamentos, ao ver tanta união ali, os bebês seguirem suas mães e lembrar quantos de nós os humanos mataram e maltrataram as nossas crias...

Jamais são deixados ao esquecimento, nem deitados ao lixo, apenas são animais, mas que cuidam verdadeiramente das suas crias como as mães devem ser de verdade...

Olho para o relógio e vejo que são onze horas, vejo gente com seus lanches, para ficar a descansar do trabalho, ficando apreciar o que a natureza ali oferece...

Rasga o silencio da represa, o trem que esta chegando ali, sãos os mais variados vagões de mercadoria, onde outrora era o café que mais se transportava ali...

O Sol se esconde por breves momentos, ficando tudo no mais absoluto silêncio, a penumbra sobressai ali recolhendo os nossos pensamentos...

As nuvens são arrastadas pelo vento que suavemente se faz sentir, deixando o Sol, emergir trazendo o calor e iluminando tudo por ali...

Uma pequena serenata se escuta ali, como agradecimento á vida que corre ali, de novo o barulho das águas, são a belas famílias de capivaras, que vem descansar ali...
Na cor prata da água, vejo emergir os peixinhos, buscando os restos de comida, deixados para as famílias de patos que vivem espalhados ali...

Observo a vida em forma bruta, quanto ela é majestosa, recheada de coisas tão belas como o amor, partilha vivida por eles ali...

Imaginei um verdadeiro artista pintando aquele quadro visto ali, quais seriam as cores pintadas, até os detalhes das minúsculas borboletas e as belas libelinhas voando por ali...

Alegre e completamente feliz, quis dançar ali, esvoaçar como os pássaros, cantar como um canário, como se fosse uma oração e agradecimento a vida...

A paz que eu encontrei e senti ali, apenas é a melhor união com Deus, o mais belo hino de amor cantado pela natureza para mim...

Betimartins

www.betimartins.prosaeverso.net 25 de Março de 2011

Foto de SANDRA FUENTES

ÚLTIMO ANDAR

Maquiava os olhos às cinco da manhã e ficava em seu quarto olhando para o espelho. Não havia traços do tempo em seu rosto, mas o coração, com rugas profundas, se fazia de desentendido. Fumava um cigarro que deixava pela metade. Olhava o mar pela janela do apartamento minúsculo e pensava em seus sonhos-pesadelos. Nem sempre é possível distinguir um do outro quando se dorme. As cores se confundem e os personagens mudam de cena durante um sono profundo. Mas a mulher vestida de segredo, tirava suas meias transparentes e caminhava descalça em direção à porta. Gostava quando ia sentindo nos pés o frio daquele piso do corredor pintado de verde. Sentava na escada e acendia mais um sonho, que deixava pela metade.Ela quer descer. Passa pelos degraus como fumaça. Em silêncio caminha até o portão. Desconhece aquele lugar. Sem olhar para trás, faz o caminho de volta. Pega a chave que estava sob o tapete. Surda-muda. Sonho-pesadelo. É lá seu lugar, é onde ela mora: no último andar, na última porta.

Sandra Fuentes

Foto de SANDRA FUENTES

TRINTA SEGUNDOS

Vivendo num filme de trinta segundos esperando o apagar das luzes dou início a uma longa conversa comigo mesma percebendo uma aglutinação de poetas na minha mente prisioneira começo o monólogo e fagulhas de equívocos entram pelas frestas da janela quando tudo dorme e a madrugada faz silêncio eu tento uma poesia exorcista contundente-convincente-eloquente recomeço a busca procurando letras como se fossem cápsulas de analgésico de efeito instantâneo para um corpo bipolar e continuo a vigília enquanto o filme passa aguardo tentando não recordar o pretérito-mais-que-perfeito de um amor eterno e efêmero rogando para que depressa amanheça.

Sandra Fuentes

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