Poemas

Foto de Jorge Jacinto da Silva Junior

Súplicas

Súplicas

Todavia sempre supliquei sua atenção.
Pensei com isso um dia ter seu entendimento,
E não virasse em mim motivo dessa obrigação,
De forçar-te a compreender este meu jeito.

Mas um dia entenderá talvez me procurando,
Onde jamais tentou ousar-se me procurar.
Deixei-te sinais de quanto está me perdendo,
Mas continua nada fazendo para me recuperar.

Jorge Jacinto da Silva Jr.
jorge.jacinto@gmail.com

Foto de elcio josé de moraes

QUEM AMA NÃO TRAI

QUEM AMA NÃO TRAI

Primeiro um simples olhar,
Depois uma atração,
Que deve se controlar,
Para que não haja traição.

Nem é preciso ser forte,
Para sair dessa situação.
E nem considere isto como sorte,
Porque isto é uma maldição.

Considere quem te ama,
E respeite quem em você confia.
E fuja da estranha que lhe desafia.

Nunca apague esta chama,
Do amor que nela não esfria,
E que tanto lhe aquece, dia após dia.

Elciomoraes.

Foto de Amigo

Amor incontido

Amor incontido
que deixa aflito
um coração
partido

Não quis te ouvir
brigou com teu eu
fugindo de ti

Agora calado
não podes fugir
nem pode ficar

Esse amor
incontido
em seu peito
oprimido
é que te
faz chorar .

—Joaquim Gomes Alves

Foto de Arnault L. D.

As cruzes

Aderidos aos passos,
os problemas e as penas,
as aflições malditas.
Sem adiantar espaços,
veredas que mil trenas
mecem tal infinitas.

Estarão lá... comigo.
Junto a beleza das águas,
das luzes, das flores, tudo.
Nas rotas em que prossigo,
trôpego, pisando mágoas,
tentando ficar desnudo...

Mas, não do traje que conto.
É além dele... é da pele.
Porém, não há como despir ...
esta é como é, e pronto.
sem desligue, mude, sele.
E eles vão por onde eu ir.

No pensamento, no suor,
nas rugas e enxaquecas...
nos calos n’alma e dedo,
na estafa e no não sabor
que se liga as coisas secas
e refutam até o medo.

Foto de Arnault L. D.

Ainda

Todavia, o amor resiste.
No viés das coisas,
aos pontos finais,
a lógica.

E todavia o amor resiste
ao contrário dos fatos,
a ação do tempo,
a imersão no tempo...

E todavia o amor resiste,
ao que ama
e ao que é amado.

e todavai a amor resiste,

na dor,
no vácuo do impossível.
No inominável.

E todavai o amor resiste
onde nada mais existe.
Na sombra que passa
entre o mover dos ponteiros.

Todavia o amor resiste.

Para aquele que ama
resiste...
toda a via... o amor resiste.

Foto de Rosamares da Maia

POEMA DOS AMANTES

Poema dos Amantes

Insano é despertar
das horas nuas,
Apear dos lençóis,

Deixar teu aroma
com o raio da aurora,
Abdicar de tua pele,

Veludo profano,
Toque de absinto,
Favo de mel.

Fere-me a luz.
Nenhuma manhã
será o bastante.

Deixa-me voar
para as tuas noites
de puro pecado,

Perder em ti
o rumo abominável
desta realidade.

Quero consumir
teu fogo e consumar
desejos, derreter,

Para que recolhas
os mistérios do
meu ser em concha.

Num beijo úmido,
profundo, único,
sugando-me a vida.

Nenhuma manhã
será grandiosa.
O dia não vale a pena.

Eu vivo da noite,
da tua cama
onde a vida se esvai.

Ferida pela claridade.
escondo-me, espero,
para renascer contigo,

Emergir dos dias vazios,
das horas desertas,
da vida perdida,

Do desencontro de almas,
Queixume de bocas,
Do frio cortante.

Há pouca coragem
para mudar, buscar,
ralar-me em nova dor.

Se te deixo fugir,
toco a tua ausência.
É tarde demais.

És denso, ficaste no
perfume dos lençóis.
Grudado em mim.

Penetra-me o corpo,
Fertiliza-me a alma.
Espero na penumbra.

Nenhuma manhã
terá a beleza
das tuas noites.

Nenhum raio de sol
poderá traduzir-te como
o poente que te despe.

Teu enigma noturno é
livro da lua cheia
que a nova decodifica.

E se este amor de fases,
mais se multiplica,
sou tua lua crescente,

Lua de amor e fel.
Lua dos amantes.
Clara e nua lua de mel.

(Rosamares da Maia 26.06.2000)

Foto de Rosamares da Maia

Desconstrução

Desconstrução

Assim nasce o dia e passa num rodopio,
Ao arrepio da pele numa vontade cigana.
Desatino vislumbre inerte, destino torto,
Jeito imperfeito de gente abandonada,

Alguém que para estilo nenhum converge.
E nem por irreverencia se deixa governar.

Tem gente inteira, mas folha ao vento.
Sem paradeiro, rumo e sem assentamento,
Nem parâmetro de qualquer sentimento.
Se há muito a voar, vai e perde o assento!

Pergunto cansada sobre horas do nada.
Horas a fio, perdidas construindo ninguém.
Na vida estou longe de Ser alguém concreto.
Por coerência não quero, não sei se é correto.

O correto de gente não é a eterna construção?
Mesmo com obstrução do destino e desilusão?

Gente é obra sem patente, delírio da Criação.
O Criador mais que perfeição buscava o amor.
Permitiu-se deslumbrar e descuidou da criação.
Amou como criou e revestiu o erro de perdão.

Por incoerência, concedeu sem razão - a mão,
Dotada de régua torta e compasso invertido.

Interesse mínimo por uma consciência crítica.
Amou mais, dotou-a de pensamento e animação,
Atrevimento bastante para corrigir a construção.
E num fio de humildade tênue, reza pela cartilha:

Aquele a quem criou por nada de amar deixou.
Apoiado na prerrogativa a criatura rogou:
- Deus por meus erros perdão!

Rosamares da Maia – 03 de Nov. 2016.

Foto de Rosamares da Maia

SAFARI

Safári

Neste seu olhar habita um tigre,
Sempre prestes a saltar da alma.
Assombram a minha vida incertezas,
O medo é o meu fascínio.

Com a índole pérfida do felino se diverte,
Até o limite da resistência da sua presa.
Não tem prazer em devorá-la rapidamente.
Em seu julgo, sutileza são força e cenário.

Ensaia clemência fingida, pantomima.
E este é o jogo – seu jogo.
Uma sedução elegante mistifica o predador,
Articulado até o ato final, quando salta,
Do olhar quase mortal sai o animal.

A fera livre ama, envolve e encanta.
Serve-se do farto banquete – eu banquete.
Saboreia a presa cativa que se entrega,
Calmamente usufrui de cada parte.

Neste único momento faz concessões,
Mutuas satisfações, em proveito próprio.
E cautelosa a alma recolhe o tigre aos olhos,
Frio, volta à jaula fria e se protege.
Até a próxima caçada.

Quando a fome e a sede atiçarão seus instintos?
A presa abatida suspira, respira, recompõe-se,
Dorme e sonha com os dias de espreita, caçada.
Ansiosa prepara escaramuças para outro safári.

Rosamares da Maia / 21.03.2011.

Foto de Rosamares da Maia

Soneto da Minha Mágoa

Soneto da Minha Mágoa

Fugiu no meio da noite, na madrugada,
Partiu como reles ladrão.
O que roubou é patrimônio imaterial,
Nem por isto de riqueza inferior.

Talvez seja impossível medir o valor.
Deixou a casa deserta, paredes insipidas,
Meu coração devastado de mágoa e solidão

Partiu no meio da noite e eu o vi em fuga.
Chorei a dor, rasguei minhas entranhas.
O tempo como sempre cicatrizou as feridas.

Agora se degradam as paredes vazias.
Desapegam-se dos seus significados.
Minha alma chora quando encontra tempo.
No meu amor como nas paredes há buracos.

Rosamares da Maia
Março -2013

Foto de Paulo Gondim

Lembranças (cordel)

Eu me lembro que assim mamãe rezava
Se apegando com fervor à devoção
De joelhos, mãos postas em oração
Uma lágrima nos olhos lhe brotava
A pedir pela prole que criava
E que não fosse tão dura a caminhada
E cada um fosse feliz nessa jornada
Era assim que na reza ela pedia
Para nós, Deus na frente e paz na guia
Quem tem Deus não tem medo de mais nada

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