Poemas Inéditos para Colectâneas

Foto de David--Ávila

Amar você

É difícil de explicar
Fácil de entender
Meu coração grita
pois ama você!

Sentimento Lindo
Sentimento puro
Amor sublime
Sentimento seguro.

Nem o azul do céu
Nem o Verde do mar
É tão lindo como o brilho do seu olhar.

Cativou-me com um sorriso
Conquistou-me com seu amor
Beleza imcomparável
Do Jardim, a mais bela flor.

Linda Mulher
Excelente perfeição
És a mulher do meu coração.

Eu amo hoje
Eu amarei amanhã
Sentimento que vem de Deus
Portanto, eternamente irei amar!

Foto de Melquizedeque

Boemia de um vampiro

O céu anoitece e resplandece seu corpo
Vislumbres meticulosos em afagos infindáveis
Parado a olhar a escuridão daquela noite
Vejo-te a contemplar certas águas que lhe entorpecem

Seres míticos e aquáticos emergem no horizonte obscuro
Meus sorrisos tímidos entrelaçam o seu
Acredito ser fruto de paixões já vividas
Fica escrito na água, nos rastros do vento

Não há nada que mude um minuto desse tempo
Sinto meu corpo, de coração frio, se aquecer em beijos incandescentes
Na escuridão da madrugada percebo a constelação de seu olhar
Com maliciosos sorrisos, em transe me espera com o corpo já despido

O tempo parece correr competindo com velozes maratonistas
Em um momento a lua sorri, em outro já é engolida
Exautorado de meu posto, por seus beijos, por inúmeros corvos
E o canto da lua encanta meus contos... Na rua deserta me leva e guia

O calar da noite se quebra com as ondas de um rio-mar
E é em seu desejo que impera minha fome animalesca
Antropofagia incontrolável... É seu sangue que me sacia
Entrastes neste jogo, onde o prazer é o seu prêmio e o ritual a boemia.

(Melquizedeque de M. Alemão, 10 de maio de 2011)

Foto de Marilene Anacleto

Baleeira, Baleeira

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Cheiro de baleeira,
Tarde de chuva,
Vento, verão.

Lembrança das cabanas,
Dos cozinhados,
Em panelinhas de barro.
Arroz encruado
Feito na fogueira
Do quintal ao lado.

Da sobremesa,
De açúcar e farinha
Roubados da cozinha
Da mãe ocupada,
Coitadinha!

Tempos distantes,
Registrados na memória.
Um cheiro, uma cor,
Fazem-nos voltar no tempo,
Inserem-nos na antiga paisagem,
Num amontoado de imagens
Revivemos a história.
De medo ou de glória.

Baleeiras, já são poucas.
Como também as crianças
Que sentiram aquele cheiro,
Que conheceram o sabor
Que brincaram nas cabanas...

Vivem no computador
Lutando com coisas estranhas,
Brincadeiras enfadonhas
Sem aventura, sem cor,
Rindo sozinhas, sozinhas.
E tão carentes de amor!

Afastam-se de suas raízes,
Desconhecem tantos matizes,
De sua mãe e seu pai.
Crêem ser tudo importante:
O e-mail, o MSN, o Facebook e tal
Acreditam saber tudo
E vivem num mundo mudo
De tantas coisas virtuais.

Baleeiras, baleeiras,
Como é bom agradecer
Brincadeiras de criança,
E, enfim, reconhecer:
O bom jeito, o bem viver
Da juventude e da infância.

Quisera, meu Deus, quisera,
Que assim pudesse viver
A sentir e a aprender a vida,
Nosso jovem, nossa criança.

Marilene Anacleto

Foto de Marilene Anacleto

Aroeira

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AROEIRA

Os braços da memória
Pintam meu coração
Para reviver minha história.

Dos tempos de solidão
E uma alegria intensa
De viver minha emoção

A cada canto sonoro, corria,
Para ver qual era o pássaro
Que dançava a alegria.

A cada pingo de chuva,
Nas folhas, das madrugadas
Corria a abrir a janela
Para sentir o abraço
Das gotas diamantadas.

E o café da manhã
Na alegria do afã
E a dança da aroeira

Carregadinha de flor
Dançando a brincadeira
Dos pássaros ao seu redor

Despenteavam a cabeleira
E derrubavam os enfeites
Da minha rica aroeira.

A minha amada aroeira
Reserva toda a energia,
Agora podada e altaneira,

Vai atrair a passarada inteira
Vai pintar mais flores novas
E transformar-se em vermelha.

Marilene Anacleto

Foto de betimartins

Pensamento de amor

Pensamento de amor

Sinto, pena de ti e de mim, viaja a minha alma descontente e agreste, talvez tenha visto o descanso do guerreiro na tua, ficando atolada no nada, no vazio, talvez na imensidão abstrata no meio do absolutamente nada.

Por vezes construímos castelos lindos, onde o verdejante e o irreal era uma constante, onde os amantes encontravam em prazer de serem amados e jamais esquecidos.

Por vezes quando escutava a tua voz e promessas eram um novo mundo abrindo diante de mim, na alma abria um portão de amor, completamente inocente, dócil e que fazia de mim a mais bela sonhadora.

Quando me olhavas, todo o universo acendia as suas estrelas, piscando de alegria pulsando amor, de mim conseguias acender a chama da paixão, onde não existia nada que ferisse ou provocasse alguma mácula no meu sentir.

Quando as tuas mãos passavam em meu corpo, tudo deixava de fazer sentido e só tu existias, tu e eu... Eu deixava refrescar nesse teu lindo amor, nesse teu lindo existir, naquele momento que só por si valeu a pena.

Hoje os cabelos brancos, a pele já enrugada, os olhos bastante baços, os ossos completamente fracos, rejuvenescem quando me lembro de ti, como uma fonte de juventude.

Que importa o tempo, espaço, anos, são meras coincidências pois este amor, não e deste mundo, desta vida, desta passagem e sim escrito no céu e não uma miragem.

Amanha, estará escrito num livro envelhecido, a nossa bela história de amor, que descreve o mais belo sentimento que duas almas viveram aqui na terra, deixando as marcas e também o exemplo do amor que nunca devera ser esquecido.

Nem na lápide fria onde o mármore negro cobre os reais corpos, sem vida, o amor, ficou presente nas lágrimas que ainda correm das rosas vermelhas, que perpetuam o real amor.

Betimartins

Foto de betimartins

O triste Outono do meu sentir

O triste Outono do meu sentir

Nas ruas tomba as folhinhas
Leves, soltas e livres
Voando nos ventos que adivinham
Pego nas tintas e no meu pincel
Coloco a tela no cavalete
Dou uns traços de tinta
Sinto que não sou capaz
Retratar o belo Outono
Olhos perdidos sem destino
No tempo e no espaço
Ruas cobertas de folhas mortas
Como a minha alma se sente
Despida de sentimentos
Onde nada já toca e enternece
Na réstia de uma breve esperança
Que tudo morre e renasce
Tudo se renova com mais um dia
As flores florescem e morrem
As folhas caem e servem
De leve alimento a terra
Mas sempre dando força
A terra mãe e sua natureza
Nos amores que nascem e morrem
Nas águas que correm os cursos
Sempre na sua direção do destino
Por isso pobre pintor
Tingi a tela de belas tintas
Nos tons castanhos de vários tons
Deixei imortal a minha visão
Que tudo morre e tudo renasce
Neste Outono do meu existir...

Foto de João Victor Tavares Sampaio

Muito Além da Rede Globo - Capítulo 10

Sinto muito dizer estas palavras, mas vivemos em um mundo covarde e violento. Covarde, pois para cometer um ato violento basta ter disposição para tanto. Violento, pois para ser covarde basta colocar um pano na cara, ou um turbante na cabeça. Vivemos em um mundo de faca cega e fé amolada, não necessariamente nessa ordem. Ou melhor, sobrevivemos. Ou melhor, subsistimos.

Basta agrupar um punhado de insatisfeitos com a própria realidade para ser covarde e violento. Funciona assim no bullying, no fascismo, no arrastão, na chacina policial. De preferência, usa-se um argumento religioso, científico, nacionalista. Qualquer coisa pode ser desculpa para uma ditadura, um atentado terrorista. Basta insuflar os humanos em desgraça, e os direcionar ao caos.

O mundo é um lugar assim porque os seres viventes deste modo o fazem. Criam-se raças, separações, individualizações. Tudo de forma totalmente idealizada. Preferem complicar, ao invés de simplificar. O resultado é sempre um óbvio transtorno, que dificulta a conciliação da tão diversa humanidade, desunida, discordando do relativismo comprovado. Criam-se divisas, fronteiras, impedem a prosperidade da paz.

Respiramos o mesmo ar, e o compartilhamos. Não é uma plena novidade dizer isso, de todo jeito, mas há que se reconhecer. O mundo é um só, o universo, conforme sua descrição evidente, também. Por vezes conta mais a mudança de opinião à fidelidade equivocada. Não quantos orientes existem, mas em todos eles, e mesmo aqui ao baixo oeste, a verdade é a mesma, e o amor sua chancela.

Somos humanos, vivos em o ser.

Foto de jorge luis de oliveira

AMOR DE NETO

Jorge Oliveira
21-4-2011

O amor é um sentimento abstrato que todo mundo sabe que existe mas ninguém vê, porém, eu consigo transformar esta abstração num sentimento concreto, quando junto estou do João Victor, meu neto;

É um amor tão grande que um gesto, um olhar, um sorriso me traz tanta felicidade e emoção que as vezes até o coração bate fora do compasso, mas logo depois volta ao normal, afinal esse amor não tem limite e está em todo lugar: no ar, no vento ou até no espaço;

Para mim, meu neto brilha como o sol em dias de verão e clareia como a lua em noites de lua cheia, me traz tanta felicidade que as vezes eu esqueço da minha idade e com ele, apronto cada travessura, só para ver o brilho dos seus olhos a olhar-me com ternura;

Em fim isto é o que o meu neto significa para mim: amor total e felicidade sem igual.

Foto de Diario de uma bruxa

Reflita e não se esqueça

Pra onde quer que eu vá
O seu amor comigo eu vou levar
Não vou me desesperar
Serei paciente
Quem sabe um dia
Você resolve e vem me procurar

Sei que jamais se esquecerá de mim
Como eu jamais esquecerei você
Somos iguais
Em sonhos e coração

Estamos desperdiçando o tempo
Mas o tempo é cruel e corrói nosso coração
Não vou perder a esperança
Tudo tem sua hora e momento
E o nosso ainda chegará

Então reflita e não se esqueça
Eu te amo
E pra sempre vou te amar.

Poema as Bruxas

Foto de Arnault L. D.

Metafísica

O que é um apenas?
Se no mínimo, nada é sólido.
Pois, entre as células há espaços,
entre os milhões de zilhões de dezenas,
átomos flutuam, no inteiro inválido.
Orbitando por magia e não por laços.

O que nos mantém inteiros?
Se as partículas soltas giram
na atração de micro galáxias orbitam,
a compor o barro, vaso, flor e oleiros,
o sábio e os que deliram...
Sendo todos do mesmo, e diversos resultam.

Mas isto, não impede de dizermo-nos um.
O paradoxo, verdadeiro pode ser...
Se nada é inteiro, o todo é unido.
Então, o que nos difere do comum,
de elétrons gravitando no éter... ?
O pensar, etéreo, o querer puro e fluído.

Por isso, quando enlevados de amor
nos sentimos plenos; o querer move a balança.
És parte de mim, por você é: “Nós”.
E isto, é o mais próximo em teor
do inteiro. E há esperança
de dois formar um, e mais que sós.

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