7º Concurso (Fim de Ano 2010)

Foto de Bruneli

Retrato

Chego tarde no silêncio do meu quarto
Esperando com certeza encontrar
Na doce imagem do retrato
O seu lindo rosto contemplar.

Foto de Bruneli

Teus olhos

Assim como as trevas de uma noite escondem a luz do dia,
teus olhos negros assim também escondem algo que irradia,
me alucina,
e com este doce mistério,
me fascina.

Foto de Bruneli

Onde está o Sol hoje?

Olho lá fora, ainda está escuro...
Onde está o Sol hoje?
Em que parte do universo se esconde que eu não o vejo?
Ouço uma voz que vem de longe...
Ele hoje se escondeu.
Sentiu-se só e foi em busca da Lua.
Levou consigo a beleza do dia, e no mundo não o verás mais...
Levou também todo o amor que tínhamos, meu coração não pode mais ter paz!

Foto de Edson Milton Ribeiro Paes

7º CONCURSO LITERARIO "PINTANDO O AMOR"

“PINTANDO O AMOR”

Peguei um tantinho de tinta vermelha...
E na tela alva da eternidade ousei rabiscar...
Misturei com tinta amarela...
E numa inspiração da alma continuei a pintar!!!

Com o verde comecei a fazer um jardim...
Que abrigasse um continente de flores...
Sem me dar conta estava desenhando a mim...
Rodeado de todos os meus amores!!!

Aos poucos fui identificando...
Um a um fui acariciando...
E quando cheguei em você...
Percebi que estava chorando...
Não de tristeza...
Mas sim de emoção...
No meu jardim tanta beleza...
Guardadas em meu velho coração!!!

Usei todas as cores...
E preenchi toda minha tela...
No cavalete rodeado de flores...
Pendurei minha fiel aquarela!!!

Foto de MorumySawá

MINHAS VISITAS AO INFERNO

Já visitei o inferno em vida. Já entrei em suas câmaras horrendas diversas vezes. Em todas, padeci muito. Nada tem a ver com o "Hades" mencionado na bíblia e nos estudos teológicos que são dados por religiosos. Aquele que jaz embaixo da terra e começa depois da morte não me interessa aqui. O inferno que já conheci e que me machuca fica mesmo na terra dos viventes.
Já estive no inferno do engano. Há algum tempo debato com um cenário surreal e dantesco que aconteceu dentro de minha mente. Vomito e sujeira, mau cheiro e loucura atolava meu filho no submundo dos tóxicos. Ali não existem humanos, apenas carcaças ambulantes. Sempre que tenho este pesadelo desejo dormir profundamente só para fugir do que testemunhei imaginando no futuro um cenário tão real que aflige não só a minha mente, mas, também a minha alma. Vivo a me perguntar por que os jovens se revoltam contra o sistema a sua volta. Tentam ser livres e acabam criando uma masmorra para si mesmo. Constroem o inferno com suas próprias mãos.

Sempre que desperto deste pesadelo um Lago de Enxofre permeia o mundo em que existo. Cada um dos jovens perdidos neste mundo tem uma mãe e um pai. Pais que choram como eu. Choram por não saber como apagar as labaredas medonhas que teimam em alcança-los.
Já estive no inferno da culpa. Hoje sei que nenhum tormento provoca maior dor que a culpa. Qualquer mulher culpada sabe o tamanho de sua opressão. Qualquer homem culpado fala que os ossos derretem com uma consciência pesada. Culpa é ácido que corrói. A culpa avisa que o passado não pode ser revisitado. Assim as pessoas se submetem a carrascos internos e esperam redenção através de açoites. A dor da culpa lateja como um nervo exposto.

Os culpados procuram dissimular o sofrimento com ativismos, divertimentos e prazer, omissão e loucura. Mas a culpa não cede; persegue, persegue, até aniquilar a iniciativa, a criatividade e a esperança. Recordo quando no final de uma reunião, uma mulher me procurou pedindo ajuda. Seu marido se suicidara de forma violenta. Mas antes, ele procurou vingar-se. Deixou uma nota responsabilizando a mulher pelo gesto trágico. Diante da tragédia, aquela pobre mulher, desorientada e aflita, não sabia como sair do cárcere que o marido meticulosamente construíra.

Já estive no inferno da maldade. Conheci homens nefastos, mulheres perdidas em sentimentos da inveja. Sentei-me na roda de escarnecedores. Frequentei sessões onde o martelo inclemente da religião espicaçou inocentes. Vi pastores alçando o voo dos abutres. Semelhante às tragédias shakespearianas eu própria senti o punhal da traição rasgar as minhas vísceras. Fui golpeada por suspeitas e boatos. Com o nome jogado aos quatro cantos, minha vida foi chafurdada como lavagem de porco. Senti o ardor do inferno quando tomei conhecimento da trama que visava implodir o trabalho que consumiu meus melhores anos de ministério. E eu sem saber como reagir.

Portanto, quando me perguntam se acredito no inferno, respondo que não, não acredito, eu o conheço! Sei que existe. Eu o vejo ao meu redor. Inferno é a sorte de crianças que vivem nos lixões brasileiros em meio às drogas. Inferno é a negligencia de pessoas que se acomodam em seu mundo particular e que se danem os que estão lá fora. Inferno é o corredor do hospital público na periferia de Brasília e em outros estados brasileiros. Inferno é a vida de meninas que os pais venderam para a prostituição. Inferno é a luta que meu filho enfrenta todos os dias quando acorda dizendo que não vai mais ser escravo do vicio.

Um dia, aceitei lutar contra esses infernos que me rodeiam, assustam e afrontam. Ensinei e continuo a ensinar que Deus interpela homens e mulheres para que lutem contra suas labaredas. E passados tantos anos, a minha resposta continua a mesma: “Eis-me aqui, envia-me a mim”. Acordo todos os dias pensando em acabar com os infernos. Gasto a minha vida para devolver esperança aos culpados; oferecer o ombro aos que tentam se reconstruir; usar o dom da oratória para que os discriminados se considerem dignos. Luto para transformar a minha escrita em semente que germina bondade em pessoas gripadas de ódio. Dedico-me porque quero invocar o testemunho da história e mostrar aos mansos que só eles herdarão a terra onde paz e justiça um dia se beijará.

Cleusa de Souza Klein

Foto de MorumySawá

Minha História

Na Imensidão de meus pensamentos...
Estou a divagar fitando o horizonte
Rebusco minhas memórias...
Vou em busca do filme que contará minha historia
Num futuro não muito distante,
No desenrolar deste roteiro, principio meio e fim.
Quero eu mesma atuar como diretora, cinegrafista e produtora.
Dar a mim o papel principal...
Ser protagonista em meio a tantos coadjuvantes
E no final poder assinar como autora

Foto de ClariceFerrari

7º Concurso Literário - TEMPO

É tempo
De encontro sem pranto
De amor por viver
Viver e alvorecer

É tempo
De dividir e somar
De sorrir e sonhar
Sonhar e amar

É tempo
De abrir o coração
De guardar segredo
Segredo da paixão

É tempo
De viver o momento
Dar fim ao tormento
Tormento que se foi...
Ao vento...

Foto de vino silva

Os teus Olhos

Seus olhos é que eu sei pintar
O vício que os meus olhos adoram ver
Não tem luz mais sempre a brilhar,
São chamas que me queima;
E o fogo que me ateou o coração
Vivo, eterno, divino,
Como algo do Destino
São teus olhos,as faces do amor
Pois te procuro e não desisto
Sim confesso perco o tino

Divino, eterno, e belo
Ao mesmo tempo: o que é grave
É de tão fatal poder que me rendo
Que, num só momento que a vi,
Senti queimar toda a minha alma
Sem ti eu já não fico mais
E sem os teus olhos
Me vendo para o inferno
E se eu não te ter
Que as cinzas do meu corpo que ardeu
Se espalhe no mar como ultimo desejo meu..

Foto de Edson Milton Ribeiro Paes

7º CONCURSO LITERARIO "SÁBIAS PALAVRAS"

“SÁBIAS PALAVRAS”

Houve alguém...
Quem em sábias palavras...
Proferiu verdades...
Verdades declaradas!!!

Conquistar uma mulher é fácil...
Assim disse o velho pensador...
Se livrar dela é muito difícil...
Completa o sábio senhor!!!

E assim tem sido...
Embora o tempo e nem as razões de antes tenham colaborado...
Tuas atitudes liquidaram e avolumaram os escombros dos teus princípios mal escolhidos!!!

E neste vai e vem de intrigas...
Só o que me resta é calar...
Não tenho mais disposição para brigas...
O pouco que me resta prefiro ao amor me dedicar!!!

Foto de vino silva

Nada Sei

Nada sei
Sigo recitando em tua varanda camões
e nem sei se me inspirei do rio ou da foz,
ou nas canções
Levo flores na busca incenssante do teu amor
E me perco no emaralhado poema
Oh, coisa !
Se camões me foz
então fernando pessoa me acode
Durmo perdido no silêncio da madrugada
E nada sei..
Já fui um poema de amor
Mas teu amor é duro como pedra
vinicius ou vinicius me sustenta o ego
Será que me entrego ?
Já não sei mas nada
Vou abandonar o amor e os sentimentos
Vou procurar por machado de assis
Talvez desta vez ela seja a minha actriz
Oh ,meu deus que tristeza a minha,
ela não me escuta nem por um triz !
Entre o silêncio que nos separa da dor,
Semeiou suas mãos nas minhas com amor,
escrevendo numa folha de papel perfumado ,
meu poeta do amor, perdoa- me,
Por ser surda e não estares acostumado,
mais escuto com o coração..
A pureza dos verso,que recitas como canção.

Páginas

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