Essa minha calma é falsa,
é desassombro, é escombro,
o ar inerte das ruínas,
a marcar que houve batalha.
Chego a duvidar se há pausa,
a ave que pousa meu ombro,
inerte, ou voa ao que destina?
Ao inexistir que se espalha.
Sequer o sonho movimenta,
esvai a alma em abandono,
se queda, lânguido e lasso.
Mesmo desperto, se assemelha
na inércia amena, que sustenta
a passividade do sono.
Mas, mentirosa a sei, disfarço
a dor; tensão; a cor vermelha...
O ar, só o éter disforme
as minhas vísceras afaga,
envolve, tal morno azeite
mixando ao mundo que dorme.
Torna em si tudo o que traga,
me desarma e sopra, aceite...
Talvez, corpo o limiar nem forme,
seja só o nada que vaga...
Comentários
Arnault/Carmen
Lindo demais esse seu canto poético! Com certeza você apenas transcreveu o que a alma sussurrou ao seu ouvido. Ainda bem que estou aqui e tive a oportunidade de ler esse belo poema.Abraço!
Carmen Lúcia
Carmem / Arnault
Mas, não é que me plagiaram também... Que bom encontrar vc por aqui...
Ainda mais mantendo esta sua tradicional simpatia...
Nossa, parece que vc conseguiu um sócio de seus poemas...
que bom que vc percebeu, ou eu não teria descoberto que ele pegou um dos meus também... Obrigado. Um lindo dia para vc.
Para Arnault/Carmen
Quanto à simpatia, agradeço e faço minhas suas palavras. Que coisa, heimmm? Está querendo sociedade com você também. Talvez com outros. Nem sei mais quem administra esse site que guardo em meu coração, a quem reclamar.Você sabe, amigo?
Só sei que me doí muito vê-lo assim. Outro lindo e iluminado dia para você!
Carmen Lúcia