Vai poeta,
mendigo das estações perfeitas
dono do inverno gelado da alma
das torrenciais tempestades da vida
sob ventos de furacões dos sonhos que escaparam
entre as tantas existências da tua poesia
Vai poeta,
atropelando os versos em desassossego
transformando horas em instantes sem nexo
para que o espírito sobrevoe a fragilidade
do que vai na tua alma inquieta
Vagueia entre as madrugadas
enche a cara e entorna todas para que a noite
te desenhe estrelas e uma lua perfeita
que habita almas pueris que sonham ainda
apesar dos ardis de toda esta vida,
Delineia teus versos obesos de tristeza
alinhava tua percepção de mundo
embora imundo e falsamente real
tudo é ilusão, pensador!
Nem o que vês, tampouco o que não supões
é real,
abraça esse mundo de ilusões!
Chora tuas dores desencantadas
imagina flores para que teus pés agüentem
e colhe versos, poeta, colhe versos
nas bocas aflitas que nada mais dizem
e nas almas cansadas que, fingindo, mentem,
Faz dos teus versos o que bem quiser,
tolo sonhador
- pobre poeta – achando que tudo caberá num poema!
Escreve e sofre e lapida a tua arte
de fazer da vida decadente e fria
uns versos imperfeitos, vomitados na tua agonia.
(Carol)
Comentários
Carol
Gostei de seu português, de sua criatividade e desta alma tão cheia de poesia... Parabéns. Lindíssimo poema!
Fernanda
Fernanda
Fernanda
Obrigada pelas palavras moça....a alma poeta dirige o que os dedos despejam em palavras!
beijão pra ti!
P/Carol
Poesia de grande qualidade literária,cria de verdadeira poeta.
Tomo a liberdade de postar aqui,uma que é um tanto antagônica a sua.
"Não gosto do poeta"
Não, não gosto do poeta...
Ele vê beleza em todo lugar,
Beleza que meus olhos não conseguem enxergar.
Não, não gosto do poeta...
Suas atitudes certas de liberdade
São incoerentes com as incertezas de minha verdade.
Não, não gosto do poeta...
Que sabe fazer da dor uma prece, uma canção,
Enquanto morro todo dia de desafeto e solidão.
Não, não gosto do poeta...
Ele é um rico pedidor de esmolas
E eu, pobre de idéias, nada me consola.
Não, não gosto do poeta...
Ele pode voar por onde só os deuses conhecem,
Desvenda mistérios que céus e terras desconhecem
E eu, prisioneira de valores descabidos,
Construo para mim um cárcere de pedra.
Não, não gosto do poeta...
Como um louco, esbanja plena lucidez,
E eu, lúcida, sou fruto da insensatez.
Não, não gosto do poeta...
Que me faz sorrir, quando quero chorar
E me faz chorar ao sentir o desejo de amar.
Não, não gosto do poeta...
Sua alma é transparente...
E se a tenho, ela é impura e insolente.
Não, não gosto do poeta...
Ele e as estrelas caminham juntos,
E eu, perdida em meu mundo,
Preciso tanto de sua luz...
Ah...Como invejo o poeta!
_Carmen Lúcia_
Carmen Lúcia
Belíssima, Carmem
Sua poética é bela!
Sua alma poética é encantadora!
Faz versos, poeta, faz versos!
beijãooo