Túrgida lua que amamenta
Meu amor de homem em seus vagares;
No epicentro de calamares,
Nas calmarias me acalenta.
Nos pântanos no quais atraco,
Pobre Baco, bêbado e fraco
Pelas paredes fundas do céu
rosna, como o mármore ao cinzel.
Túrgida lua dessedenta
Essa sede isenta de apego;
Esse cego desassossego
De me verter aos solavancos,
Pelos sulcos que ao rocio apraz.
Luares liquefeitos, francos,
sobre peitos acesos de paz,
pacificam-me os versos brancos.
Túrgida lua que assim tenta
dentre estrelas minha alforria,
arrebata-me a noite e o dia
para que esse amor jamais cesse;
e então minha alma seja a messe
fulva, espalmada à tarde morna
e, à noite, à estrela que me adorna.
Ah, túrgida lua, vem... desce.
Comentários
Lou Poulit
Olá poeta
Com tanta iluminação na alma com certeza este amor
jamais cessara affffff embriagada estou com este teu
poema maravilhoso...
beijinhos iluminados
ângela lugo
angela lugo, poeta
Poderia lhe ministrar um engov. Ou passar especialmente para você um café-forte!... Mas pensando bem, não... Quero que continue embriagada! Porque se careta você já demonstra uma identidade poética tão clara e amadurecida, quero esperar por seus versos ébrios. Tenho lido você sempre. Adoro seu trabalho.
Muito obrigado, de coração.
Lou Poulit
Lou Poulit