No inicio era só brincadeira.
Era como se a vida, fosse nossa prisioneira.
Mas no silêncio da noite, nas garras do tempo,
As gárgulas do destino, tecem nossos caminhos,
Desenham nosso futuro, nossos descaminhos.
Tramam contra nós.
E nas veredas de nossos desatinos,
Revelam-se as traições, as emboscadas
As armadilhas de nossos corações.
Da cumplicidade terna, do sorriso doce
A alma se devassa. E nas entranhas de nosso ser
Tudo quanto era puro se transforma na chama
Em que faz nossos corpos arder e nossas almas perecer.
E o que era uma só alma em uma só alma
Em uma só alma, serão duas almas e,
Apenas no arder de nossos corpos
Fundem-se novamente nossas almas
Para sermos novamente uma só alma,
Em uma só alma.
O pecado e a virtude. Lado a lado.
Caminham entrecruzando nossos caminhos.
Não sabemos mais : Seguir o pecado
Ou se seguir a virtude!
Ambos opostos, contidos em si
Faces de uma mesma moeda
Prismas de uma mesma natureza.
Porque prisioneiros de nossos pensamentos,
De nossas aspirações, de nossa salvação?
Até quando seremos cativos
Desse algoz sem misericórdia e perdão?
A devassidão poder ser uma virtude
E a virtude pode ser uma devassidão
Devassidão é virtude
Virtude é devassidão.
Ambas são apenas uma verdade.
Uma só realidade, apenas opostos
Para a nossa percepção.
Em verdade compõe juntas
O todo perfeito, a divina criação.
Deixemos romper os vergalhões
As vetustas correntes da libertação
Deixe a verdade ser bússola
De nossos corações.
Que o amor seja uno
A felicidade completa
Seja puro e devasso
Sejam faces da mesma moeda.
A salvação e a perdição
Poder ser perdição em salvação
Poder ser salvação em perdição.
Que a brincadeira se perpetue
Que a pureza se devasse
Sejamos uma só alma
Na perfeição do criador.
Comentários
Oi Juliana
Seja Bem vinda, e parabéns pela espressividade e talento
Fernanda Queiroz
Grande abraço.
Fernanda Queiroz