Vulcões

Foto de Edson Cumbane

O BIG-BANG DAS PALAVRAS

São as forças das forças
Que regem o Universo
Que me inspiram estes versos.
É a loucura que empossa
Em mim, o delírio de despalavrear
Tudo que possa estar em mim!

Nunca me admiro porque tudo é giro
Apenas miro a miragem de passagem
Quando vagueio nas vésperas da amargura.
Falo sem censura! E se ninguém atura
As verdades de mim que eu espalho
Pouco me importo e de novo: sem censura!
Duvido haver dúvidas da sinceridade
Que eu prego quando retrato versos!

Se até Titãs se amaldiçoam
Sem trégua e atraiçoadamente
Quanto mais o Homem sem mente
Que sempre de mente demente
Vai acumulando maldições e inveja.
É aí que a Terra se zanga:
E planta tempestades e tsunamis
Tornados, vulcões, convulsões sociais
Cheias, secas e num ápice:
É tudo isso que o Homem colhe!

Foto de Carmen Lúcia

De um simples olhar...

De um simples olhar, a imensidão do amar...
E a vida se modifica.
Tudo se edifica.
Detalhes nunca vistos
passam a ser percebidos
em desmedida proporção
e se multiplicam em cores,
em flores, em esplendores,
em reluzentes fractais,
refletores de emoções,
sentimentos indescritíveis,
frágeis cristais,
e incandescentes vulcões.

De um simples olhar, a delirante paixão...
E o desejo sufocante de estar sempre perto,
o frenesi inquieto,
os tremores irrequietos,
arrepios, frêmitos, calafrios,
a química que impele,
o calor queimando a pele...
Olhar que atravessa os poros,
desnuda o corpo , invade a alma,
descompassa o coração,
que predomina e só se domina
quando não se dá por vencido
e se vê correspondido.

_Carmen Lúcia_

Foto de Deni Píàia

O dia em que Deus acordou inspirado

Houve sim um dia em que Deus acordou inspirado. Tudo bem que Deus está sempre inspirado; como seria se não fosse assim? Mas naquele dia foi diferente. Ele estava realmente muito inspirado. Sentiu uma vontade imensa de fazer algo novo, grandioso, sensacional. Até parecia que não havia sido assim o tempo todo. Mas Ele queria algo para não passar em branco pela terra, pelo universo, pelos homens. Afinal, estava num bom humor incontido. Discreto, mas incontido.
Pensou numa grande obra, talvez numa montanha maravilhosa que pudesse ser vista por todos, com flores e árvores exuberantes, com uma simetria perfeita, de forma que nenhum gênio da pintura encontrasse qualquer defeito, por menor que fosse, mas...
-Não... Certamente isso já foi feito em algum canto esquecido do tempo, antes de ser destruído em busca de minérios ou pela expansão imobiliária.
Quem sabe um mar quebrando calmamente numa ilha...
-Não, já fiz tanto disso por aí! –lembrou Ele.
E um céu todinho azul, passando para o carmim lá no horizonte, enquanto o sol...
– Besteira, isso acontece todos os dias e ninguém dá a menor atenção. Ô gente desatenta... –murmurou. – Pra reparar nos outros e nos “defeitos” do que eu faço todo mundo tem tempo.
Já sei! –animou-se. –Um ser humano perfeito, sem qualquer traço de egoísmo, sem... Peraí, pô! Isso eu to cansado de fazer! As pessoas já nascem todas, de certa forma, perfeitas, até mesmo aquelas que se julgam deficientes. A verdadeira imperfeição vem depois, com essa educação viciada, impensada, preguiçosa. E aí já não é comigo. Ainda bem que inventei o livre arbítrio pra ninguém reclamar.
Achou graça da situação e deu uma sonora gargalhada, logo abafada por alvas mãos.
Afinal, Deus não poderia sair gargalhando por aí. Já pensou como se sentiriam aqueles que acreditam num Deus severo e vingativo? Seria uma grande decepção para eles. Possivelmente até pensariam se tratar de um impostor. Onde já se viu um Deus que ri e se diverte –exclamariam. Não, não pode. Deus é perfeito. Como se demonstrar felicidade fosse um grande pecado. Talvez os artistas tenham a maior culpa por esse pensamento. Alguém aí já viu um santo, um Cristo ou até mesmo um Deus retratado com expressão alegre? Dá a impressão que todos eles apenas sofreram durante todos os seus dias, sem nenhum momento de alegria, de satisfação pela vida. Talvez seja por isso que muita gente tenha até um certo medo de ser bom. Parece que para ser boa a pessoa tem que sofrer, que é impossível ser bom sem sofrimento, sem dor, sem humilhação. Olhe para as expressões dos santos e veja se não é verdade.
Mas voltando ao Deus inspirado, lá estava ele pensando com seus botões, que não eram poucos naquele roupão alvo e longo. Sem conseguir se definir por algo que O contentasse, batia compassadamente com a régua sobre a escrivaninha, concentrando-se em pensamentos vagos, entrando num estado de semicochilo profundamente agradável. Talvez reflexo do cansaço. Afinal, com tanta gente querendo se retratar o trabalho era quase ininterrupto. –Ainda bem... –pensou.
Pouco tempo depois o cochilo de Deus virou um pesado sono. Roncando e babando sobre o braço, debruçado em sua escrivaninha, tirava o sono dos anjos. E com isso o mundo entrou em estado de graça. Por alguns instantes a natureza silenciou, os mares se acalmaram, tempestades deram pausa, vulcões, furacões, ciclones, tudo experimentou uma calma nunca vista. Só os homens, sua mais perfeita criação, não deram a menor importância ao momento, enquanto a vida celebrava a inspiração divina. E foi nesse clima celestial que Deus teve um sonho. Não um pesadelo, não um sonho desconexo, mas um sonho que respondeu aos seus anseios e, finalmente, num brado de alegria despertou.
-Agora sim! Gritou enquanto enxugava a baba nas longas e largas mangas do roupão. –Finalmente encontrei a resposta! Agora sim vou fazer algo grandioso para ficar na primeira página de meu portifólio.
Sem notar a natureza que voltava ao seu ritmo normal, empolgado pela inspiração que lhe foi concedida em sonho, o Criador colocou mãos à obra imediatamente, dando o melhor de Si na sua mais nova e perfeita criação. E assim Deus começou, inspirada e lentamente, a elaborar cada um dos meus amigos.

Foto de Carlos Magno

INSÂNO DELÍRIO

PROCUREI TUA MÃO, ENCONTREI TUA BOCA E ME PERDI...
NAQUELE INSTANTE TODO MEU CORPO FOI TOMADO EM EXTASE
E O QUE SE EMANAVA DE MEUS POROS SE TRADUZIA MUITO ALÉM QUE UM MERO GOZO TÊNUE E EFÊMERO.
E NO PAROXISMO DA LOUCURA, ABRACEI TEU ÂMAGO SEM ME ATREVER A PERGUNTAR TEU NOME...
AMAMO-NOS COMPLETAMENTE UNICAMENTE NUM INSTANTE,
NO ETERNO SEGUNDO EM QUE TEUS LÁBIOS EFERVECERAM NOS MEUS...
COMO SE FORA UM CATACLISMA PERSONIFICADO EM FÚRIA DE UM DEUS GREGO ULTRAJANDO QUALQUER INOCÊNCIA ATÉ ENTÃO ADORMECIDA.
NO LABIRINTO DE TEUS LÁBIOS ENCONTREI A PERDIÇÃO,
DEIXE-ME ENVOLVER NA DANÇA SERPENTINOSA DE TUA LÍNGUA...
NA CINTILAÇÃO NEGRA DE TEUS OLHOS,
FIQUEI CEGO PARA TUDO QUE NÃO ERA CONVERGÊNCIA DO PRAZER.
E NO TOQUE ERUPTIVO DE TUAS MÃOS,
COMPREENDI OS VULCÕES COMO MESTRES NA BELA ARTE DO AMOR.

Foto de Sonia Delsin

QUATROCENTOS ANOS DE SILÊNCIO

Ele esteve adormecido por quatro séculos.
Estava lá e o povo sabia que a qualquer hora podia despertar.
O povo todo sabia que ele podia a qualquer instante cuspir fogo.
A belíssima montanha escondia um segredo e o povo da ilha sabia que de repente o gigante podia acordar.
E ele acordou soltando gases tóxicos.
Pelas encostas da montanha um rio de fogo correu.
O gigante despertou com toda a sua fúria.
A belíssima paisagem ao redor foi destruída.
Tudo se transformou em cinzas.
É doloroso demais ver agora o que restou da beleza da ilha.
Mas o homem sabe que os vulcões despertam.
O homem sabe que eles são arrasadores.
O homem sabe...

Foto de Fernanda Queiroz

Amor e loucura

"Contam que uma vez se reuniram todos os sentimentos
e qualidades dos homens em um lugar da terra.
Quando o aborrecimento havia reclamado pela terceira vez,
a loucura, como sempre muito louca, propôs:
- Vamos brincar de esconde-esconde?
A intriga levantou a sobrancelha intrigada
e a curiosidade sem poder conter-se perguntou:
- Esconde-esconde? Como é isso?
- É um jogo, explicou a loucura, em que eu fecho os olhos
e começo a contar de um a um milhão enquanto vocês se escondem,
e quando eu tiver terminado de contar,
o primeiro de vocês que eu encontrar
ocupará o meu lugar para continuar o jogo.
O entusiasmo dançou seguido pela euforia.
A alegria deu tantos saltos
que acabou por convencer a duvida e até mesmo a apatia,
que nunca se interessava por nada.
Mas nem todos quiseram participar:
a verdade preferiu não esconder-se.
"Para que se no final todos me encontram?" - pensou.
A soberba opinou que era um jogo muito tonto
(no fundo o que a incomodava era que a idéia não tivesse sido dela)
e a covardia preferiu não se arriscar.
- Um, dois, três, quatro, ... - Começou a contar a loucura.
A primeira a esconder-se foi a pressa
que caiu atrás da primeira pedra no caminho.
A fe subiu ao céu e a inveja
se escondeu atrás da sombra do triunfo que,
com seu próprio esforço,
tinha conseguido subir na copa da árvore mais alta.
A generosidade quase não conseguiu esconder-se,
pois cada local que encontrava
parecia perfeito para algum de seus amigos:
se era um lago cristalino, ideal para a beleza;
se era a copa de uma árvore, perfeito para a timidez;
se era o vôo de uma borboleta, o melhor para volupia;
se era uma rajada de vento, magnífico para a liberdade.
E assim acabou escondendo-se num raio de sol.
O egoismo, ao contrário,
encontrou um local muito bom desde o início.
Ventilado, cômodo, mas apenas para ele.
A mentira escondeu-se no fundo do oceano
(mentira! ela se escondeu mesmo foi atrás do arco-íris)
e a paixao e o desejo, no centro dos vulcões.
O esquecimento... não me recordo onde se escondeu
mas isso não é o mais importante...
Quando a loucura já estava lá pelos 999.999,
o amor ainda não havia encontrado um local para esconder-se
pois todos já estavam ocupados, até que encontrou uma rosa e,
carinhosamente, decidiu esconder-se entre suas pétalas.
- Um milhão! - terminou de contar a loucura e começou a busca.
A primeira a aparecer foi a pressa,
apenas a três passos da pedra.
Depois, escutou-se a fe discutindo zoologia com Deus no céu.
Sentiu-se vibrar a paixao e o desejo nos vulcões.
Em um descuido, encontrou a inveja e claro,
pode-se deduzir onde estava o triunfo.
O egoismo, não teve nem que procurá-lo.
Ele sozinho saiu de seu esconderijo,
que na verdade era um ninho de vespas.
De tanto caminhar, a loucura sentiu sede
e ao se aproximar de um lago,
descobriu a beleza. A duvida foi mais fácil ainda,
pois estava sentada em uma cerca
sem saber de que lado esconder-se...
E assim foi encontrando todos:
o talento entre as ervas frescas,
a angustia numa cova escura, a mentira atrás do arco-íris
(mentira! na verdade estava no fundo do oceano)
e até o esquecimento, a quem já havia esquecido
que estava brincando de esconde-esconde.
Apenas o amor não aparecia em nenhum local...
A loucura procurou em baixo de cada rocha do planeta,
atrás de cada árvore, em cima de cada montanha...
Quando estava a ponto de dar-se por vencida, encontrou um roseiral.
Pegou uma forquilha e começou a remover os ramos, quando,
no mesmo instante, escutou um grito de dor.
Os espinhos haviam ferido o amor nos olhos.
A loucura não sabia o que fazer para desculpar-se.
Chorou, rezou, implorou, pediu desculpas e perdão
e prometeu ser seu guia eternamente...
Desde então, desde que pela primeira vez
se brincou de esconde-esconde na Terra:
O amor é cego e a loucura sempre o acompanha."

Sofia

Foto de Rozeli Mesquita - Sensualle

O destino brinca comigo





No silencio da noite fria você surge
Vagueia meus pensamentos fragmentados
Sentimentos fragilizados
Voo pra longe de mim.
Ninhos desfeitos, sonhos abortados.Lágrimas.
Caminhos interrompidos
E o destino brinca comigo!

No teu amor, me senti amada
Nos teus braços, protegida
Na tua vida, fui a esperança
Na minha vida, o recomeço
O último amor que me conduziu a alma
O único que aqui vive...eternamente
E o destino brinca comigo!

Perolas morrem ...colar desfeito
Do pouco, fiz muito. Do azedo, fiz mel
Das dores, o sorriso
Das cores opacas, a luz cintilante
Encontrei a saída do labirinto
Navegando em ti achei abrigo
E o destino brinca comigo

Tremores, abalos, vulcões e maremotos
Misturam às flores, doces e fragancias
Tropeço, levanto, perco a direção
Toma-me às inquietações, incertezas
Sonhos esvanecidos na madrugada
Nosso amor, nosso porto seguro
Mas o destino, teima em brincar comigo!

Foto de Hisalena

Amei-te... mas tu não

Amei-te com a força intempestiva do vento norte,
Com o fogo ardente que brota dos misteriosos vulcões,
amei-te com o estrondo iluminado de mil trovões,
Como lotaria onde se materializa o azar e a sorte.

Amei-te com a leveza cristalina do mais puro cristal,
Com o perfume das rosas que abrem os seus botões,
Amei-te com a doentia esperança que é fatal,
Com a coragem destemida dos mais ferozes leões.

Amei-te cada dia que passou desde que te conheci,
Amei-te cada hora que por ti esperei e te desejei,
Amei-te cada minuto desde que ansiei por ti,
Amei-te cada segundo que contigo eu passei.

Amei-te… mas afinal foi tudo tempo perdido…
Partiste com as mãos vazias com que chegaste,
Deixaste apenas o meu coração no chão caído
E a certeza de que afinal tu nunca me amaste…

Foto de Carmen Vervloet

Oceanos Profundos

Oceanos Profundos

Quanto mais sofro
Mais me fortaleço
E esta força não tem preço
Por ela a Deus agradeço!

Nasce no coração
Regada por lágrimas,
Fertilizada por dor...

É uma força que vem
De espaços fecundos
Dos oceanos profundos
Do meu ser...

Sobrevive a terremotos,
Vence maremotos,
Tsunamis e tufões...
Detém vulcões...

E quando surge a bonança
Estou forte, sou esperança,
Festejo o deleite da luz
Que produz
Uma energia cor-de-rosa
Que me faz generosa,
Batizada pelo orvalho,
Serva fiel do Senhor,
Mensageira do amor!

Carmen Vervloet

Foto de von buchman

NOITE DE AMOR E PAIXÃO... VON & Lob@ ( due )

Noite sem Luar...
Mágica do céu noturno
Fundo escuro como o fundo negro do oceano
Negrume que me apetece faz-me fugas solto alarde de minha pele
Sou antiga sou nova
Atormentada pelas visões
Que fotografo em minha memória
Guardo o fogo dos vulcões
O vento das tempestades
Não tenho tempo mas sou meu firmamento
Sou louca insana
Lúdica apimentada fêmea em pleno cio em meu quarto quente
Seus carinhos
A sua voz aveludada
Tão presente em meus ouvidos em pedidos libertinos
Ouvi-lo é minha sonata despertam-me sensações,
Alucinações perguntas perenes.
Teu peito rústico, mas macio como uma flor
Suas mãos são duas rochas que em meu corpo
Transforma-se em dois flocos de algodão
Nas trevas da noite,
Seus olhos são duas lanternas
A me guiar pela Escuridão nosso apetite voraz de nos amar
Fazendo-nos delirar gemer até gritar
Um furor nos envolve
Nossos corpos nus se transformam
Temos a força dos vendavais
Somos dois astros iluminados suados
Fazendo nosso pacto um verdadeiro ritual cósmico
Nos amando pela madrugada
Luxúria de dois corações emergidos
Em nossos sentimentos convictos guiados pela força sobrenatural
De estarmos atados até a exaustão de um homem
E uma mulher em plena combustão...
* Poetisa Lob@ sempre com uma flor na mão...

Noite de magia onde corpos ardentes e sedentos se encontram..
Palavras soltas em murmúrios de paixão,
que ecoam em nossas mentes...
Peles arrepiadas ao simples tocar de uma mão...
Beijos delicados se tornam ousados e desejantes,
A lua despeja seu brilho em teu corpo semi-nu,
deitada a beira mar...
O sopro dos ventos toca tua linda pele que é
um convite ao pecar...
Teu jeito de menina ingênua faz-me um sedutor
e envolvente amar...
Os teus lábios carnudos e sedutores fazem-me
um mui gostoso excitar...
O orvalho da primavera, este que vem
do vento que sopra da terra para o mar,
dá o clima de paixão..
Teus cabelos, revoltos e sedosos
enlaçam-me no pleno amar...
Troca de olhares imperativos, desejos carnais,
e vontades lícitas de corações expressadas em gestos
agônicos,..
Labirintos de fantasias, que levam-nos a um mui gostoso sonhar...
Nossas mãos desejosas expressam súplicas de ternura,
envolvendo-nos ao amar...
Teu corpo de deusa está resplandecente, no libido de tua carne visualizam-se teus pelos arrepiados no teu excitar...
Tua boca úmida de desejos, vai ao encontro dos meus lábios sedentos por um amar...
Mulher, menina, anjo do pecar, sapeca,
sedutora ou deusa do amar,
assim te qualifico minha rainha do altar...

O combustível que é a paixão, arde em nossos peitos levando-nos
ao êxtase do amar...
O império do amor de nossos corpos, lutam contra preconceitos e pudores de uma sociedade hipócrita, que se esconde em falsos conceitos e preceitos que se desfazem na escuridão de um quarto...
Minha carne te clama, teu corpo tremulo de espasmo de desejos
reluta a entregar-se...
Mas o amor é soberano...
Após loucos e ardentes beijos
a plenitude do amar satisfaz nossas fantasias
levando-nos a um mui tenso
e gostoso orgasmo ao luar...
* Von Buchman

Agradeço a poetisa Lob@ ,
pelo gostoso versejar...
O due ficou cheio de amor, desejos,
fantasia,paixão e muita tesão...
Tenhas meu carinho e meu admirar...
Beijos e mimos de paixão..
Von Buchman...

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