Vez

Foto de Rute Mesquita

Mea Luna

Mea Luna,
porque te ergues tão alto?
Quando a toda a tua pluma
gostaria de fazer um assalto.
Lua, lua…
a tua pele é de lutadora,
é o reflexo de uma tão antiga vida,
Só tu és a minha entendedora,
e se chegasse a hora da tua ida…
ai, como ficaria tão nua…

Levarás contigo,
os meus pensamentos tontos,
as minhas palavras de adolescente,
levarás a minha alma…
Levarás até este lindo zunido,
dos grelos que cantam.
Todos os anoitecerdes serão poucos,
para perder a calma…
pois aqui sentada à beira da nascente,
vou olhar atentamente a água
e esperar que esta reflicta a tua faísca.
Vou permanecer aqui numa postura,
de mágoa,
querendo ser a tua isca.

Espero que nunca deixes,
de iluminar o meu ser com a tua luz esbranquiçada,
a mim e a todos estes peixes,
que nadam nesta água por ti abençoada.

Dito isto, Lua,
já imaginaste uma noite sem ti?
Nem as estrelas teriam o prazer
de decorar aquele imenso manto azulado…
Lua, a minha noite será sempre tua,
estarei aqui a cada anoitecer,
para mais uma vez ver o teu rosto encantado.

Foto de Aparecida Maia

A medida do Amor

Eu te amo por que eu amo e não é necessário explicar o amor...
E se fosse possível?
A medida do amor pode ser um sorriso... Um dia... Um olhar... O amor pode ter o tamanho de umas poucas palavras ou caber num espaço imenso de anos...
Mas eu não quero medir o amor... Quero apenas senti-lo...
A medida do amor pode ser um encontro inesperado... Um beijo na chuva... Um andar de mãos dadas... A medida do amor pode estar na distância, na lembrança que se transforma em esperança de ver outra vez aquela pessoa povoa nossos sonhos...
Mas eu não quero sonhar o amor... Quero apenas vive-lo...
A medida do amor pode estar na sua intensidade e não no tempo em que permaneceu em nossas vidas... A medida do amor pode ser o desejo... O toque... O beijo... Depois de tanto tempo e você perceber que o tempo não passou...
Eu não quero que o tempo pare, nem que volte... Quero que ele passe... E que com o seu passar, possa sentir esse amor crescer cada vez em mim... Mas se pudesse voltar no tempo, não o faria para mudar nada, talvez para reviver um momento especial... Para ver novamente um sorriso... Olhar de novo nos olhos... Abraçar... Dizer eu te amo...
A medida do amor poderiam ser as palavras que aqui escrevo, o tempo pode passar, mas as palavras assim como o amor que sinto jamais se apagaram...
A medida do amor está no próprio amor... Só o amor sabe o que o amor faz, o que o amor diz e o que amor sente... Só aqueles que amam sabem até onde o amor leva uma pessoa...
Então se puder te desejar algo... Desejo o Amor...

Foto de Allan Dayvidson

DECLARAÇÕES

"Alguém disse alguma vez que o que é importante geralmente não é dito. eu concordo. Aqui estou eu reunindo em um poema declarações que perdi a chance de dizer em algum momento em minha vida. No entanto, não é um poema pesaroso, saudosista talvez, mas não pesaroso. Três declarações escritas como provavelmente teriam sido ditas: encabuladas e desordenadas..."

DECLARAÇÕES
-Allan Dayvidson-

“Sempre quis dizer a você que gostava de seus jotas
e dos textos que... nunca li, mas sei que escreveu sobre nós;
que seus olhos me fizeram melhor do que qualquer um que...
já tenha existido na Terra;
...que adorava a queda você tinha por mim,
e até os tombos que levei para chegar ali;
e... que eu gostava de você até os ossos...”

“Sempre quis contar a você que me apaixonei
pelo jeito que falava da sua música,
por... seus óculos, suas polos, sua gaita
e o modo como sua mão atravessava a mesa
enquanto cada requisito era preenchido
e sua simplicidade arranhava o céu da cidade.”

Espero que entendam que fiz o melhor que pude.
Espero um dia lhes dizer isso frente a frente...

“Confesso que só por você...
baixaria minha guarda e... passaria dos limites,
contaria todas minhas histórias constrangedoras
e deixaria você ficar mais um pouco,
e entraria em contato com nossa natureza mais íntima
e largaria as armas e munições...
despido de preocupações.”

Estou me declarando!
Detenha-me antes que eu fale!
Ou, então, apenas ouça-me!
Ouça-me antes que eu me cale!

Foto de Edigar Da Cruz

TECENDO AMOR DE OUTRA VIDA..

Começo com um lindo envolvente abraço...
Prendendo toda atenção com o brilho que tenho! e tem no olhos..
Tecendo o calor do amor da outra vida..
Com desejos que emana no corpo..
Do amor que exala toda euforia em magia de passe de
De mágica..
Do amor que tem e vem dentro da vida
Dentro de outra alma... linda e limpa
Toda purificada de afinidades..
Sem presas simplesmente pela beleza já se prende..
E envolve-se...
Não a características de imagem e suposições de escolhas
É amor tecido de outra vida ...
Despertado do calor do passado no presente constante..
Do tempo adormecido...
Se ainda não havia sentido tamanho de amor..anterior.
Tudo e explicável pelo calor exalado..
Não viveste anteriormente tudo antes só agora descobrimos o encontra de almas amantes
Na insignificância, não fiz nada
Simplesmente esperei o destino descrever o tempo certo @@PACIENTE@@
Que o tempo presente colocará novamente em caminho presente do amor do passado
Para terminamos o que tivemos oportunidades de começa na vida passada
Retornamos em corpos presentes essa historia, do exato ponto que começou..
Mais forte do que antes no encontro de almas...
Não somos dono da vida
Mais referenciamos a dono dele com muita paz e harmonia ao encontro de almas..
Vivendo a cada novo no seu ponto de origem divididos novamente..
Na outrora passada não foi de sorte
E a morte novamente separa
Saiba que amores de vidas passadas sempre existem,,..
Que sempre estará a espera da escolhida ou escolhido se achegar..
Em algum novo ponto de vida quaisquer ..
Até encontrar novamente desta vez frente a frente
Sem ninguém para impedir feito gladiadores ferozes cruéis
Para sempre viver esse amor livremente
Que pode ser !, Nessa vida ou a outra... Próxima
Sempre haverá um encontro de almas
Tecendo o amor de outra vida .
A única coisa que fizeste foi esperar a você em algumas vidas
Para reencontra
No tece de amor de outra vida passada

Autor: Ed.Cruz

Foto de Edigar Da Cruz

SEJA VOCÊ MESMO SEMPRE

SEJA VOCÊ MESMO SEMPRE

@@ Disse uma Vez o Grande Ayrton Senna

"Seja você quem for, seja qual for a posição social que você tenha na vida, a mais alta ou a mais baixa, tenha sempre como meta muita força, muita determinação e sempre faça tudo com muito amor e com muita fé em Deus, que um dia você chega lá. De alguma maneira você chega lá."

Por mais imbecil que seja, sempre haverá um imbecil se tornando um empecilho da superação; para achar que você não é! E capaz e sim um incapaz como quem mesmo o chamou já é! Seja qual for o tempo! Grau e termo sejam sempre você mesmo para você! Nuca perca o foco que tanto te faz sonhar e seguir sempre a frente não mude sua rotina pelos que os outros exigem simplesmente viva de acordo com modo simples e realista de viver
Nada como o tempo para te mostra o melhor ângulo da estação da vida e como o tempo vai aprendendo cada dia mais que todos os dias o céu vai ta lá azul! E mar com águas lindas claras e salgadas!e o melhor presente e você da vida que nunca vai mudar porque ele ou ela deseja que mude mais sim pelo que você é ! VOCÊ MESMO SEMPRE
Tudo vai depender de você! e de ninguém mais

Autor : Ed.Cruz

Foto de Arnault L. D.

Um copo de mar

O silêncio, por tantas as palavras,
é o que chega-me do que mingua,
no atropelo, que a todas trava
sem poder dizer de uma vez a língua.

A incapacidade, sólida e atroz,
da expressão ante a ideia cheia,
é a constatação de que no após,
era maior o fogo que a ateia...

Do que já existia em polifonia,
num soar de incontáveis vozes,
apenas expresso o solo, sem harmonia,
nas palavras, uma a uma, em doses.

Sei que minha poesia é tão pobre...
Um copo apenas de um largo rio,
como o troar de um sino de cobre
se esforçando a cantar no vazio.

Como posso então soar em coral
as múltiplas vozes dos sentimentos?
Não posso. Mas, posso um copo, uma nau.
Flutuar no mar que leva em seus ventos...

Foto de João Victor Tavares Sampaio

Setembro – Capítulo 1

Engolir. Esse é meu trabalho. Engolir. Essa é minha função no mundo e no sistema desgastado em que estou. Engolir. Minha garganta já não dá conta de receber mais do que pode. Engolir. Minhas entranhas estão a ponto de explodir e espalhar o que devo esconder dentro de mim. Engolir. Um engraçadinho me sugere que eu visite o banheiro. Engolir. Até que aceitaria numa boa, se não doesse. Engolir. Só me permitiram tanto e dizem ser essa minha vocação. Engolir. Dizem que é um bom destino obedecer, fazer o que os outros querem e ser servil, não objetar o que parece abjeto.

Mas eu não me conformo!

Eu devia me calar toda vez que aquele Luís Maurício me diz:

- Vai boi, pasta...

Sei lá, quero ficar quieto. Mas algo não me encaixa, um segredo que não descobri e não me deixa ser pacato, não me deixa me deixar ao léu, ao cargo de sumir ao primeiro sopro do tempo.
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A patroa finge que não existo. Finge que não me olha, isso mesmo, finge que não escuto e que não falo, finge que sou uma coisa inanimada, um objeto que se muito atrapalha a visão de uma prateleira mais importante. A patroa, e ela é um pouco bonita, quero dizer, é uma boa mulher ao patrão, se finge que não existo o faz visando o melhor, seja lá que melhor seja esse, um melhor mais calmo e mais confortável. Eu não ousaria questionar sua visão, quem sou eu pra isso.

- Vai boi, ou te castro de novo, vai, pasta...

E assim dona Clarisse me manda fazer o que quero de verdade, pelo que ela me disse.
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Assim foram os últimos anos, desde abril. Sim, pois abril para meu patrão se estende até setembro. E setembro até dezembro. Deve ser por causa das estações do ano. Ele me chama de boi, mas não sou boi. Sou homem. Um dia a patroa me chamou de capacho. Outro de escravo. Não me importo. Sou homem e assim acredito.

- Vai boi, pasta... – diz-me o Luís Maurício.

Um dia, estavam a patroa e o patrão. Fazendo o quê não sei, mas estavam. Mas aí o patrão me chamou.

- Dimas, venha. – Desta vez me chamou pelo nome. – Qual é...?

- Eu quem pergunto.

O patrão estranha minha liberdade.

- Dimas, eu vou te dizer uma vez só. Se encostar-se à minha mulher eu te mato. Se ousar passar perto, eu te mato. Se parar em frente a minha mulher eu vou te matar e se olhar para ela eu te busco no inferno e te mato de novo. Você entendeu? Devo ser mais claro?

Não entendi. Mas acatei.
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Outro dia o patrão saiu para a cidade e me deixou com a patroa. Ou melhor, me deixou preso para ficar de pajem da patroa. A patroa, em determinado momento decidiu observar sua mobília, o que não me incluía. Ela foi andando, foi andando... Parou de frente a minha jaula. Ou melhor, a sua esquerda. Ela baixou os olhos e me olhou, por sete milésimos de segundo. Parou, olhando para a esquerda da minha jaula à esquerda. Eu era um zero neste lado. Não pensou em mim naquele momento, afinal eu não existia. Eu era um mero engolidor, ou melhor, sou.

- Está fora de lugar... – A patroa era uma excelente dona de casa.

Então quase que eu olhei para ela. Lógico que quando estava de costas para não lhe incomodar. Ela pareceu perceber. Mas fingiu que não. Afinal, eu era um mero engolidor. Ou melhor, ainda sou e com muito orgulho. Ela decidiu sentar-se. Acostou a cadeira que se opunha ao seu corpo, ajeitou o móvel, me olhou por dois milésimos de segundo e sentou. E caiu!

- Dimas... – Silabou.

Fingi que não ouvi e que não queria incomodar. Fingi que não queria rir. Eu queria rir, rir muito, um riso descontrolado! Mas eu sou um simplório engolidor. E os engolidores devem apenas engolir. Mas eu queria mesmo rir daqueles olhos de abóbora, daquelas sardas puras e encantadoras e sua pele branca tão estranha de tão clara, daquela linda frieza que me faria até capturar a luz do sol e lhe dar, se eu fosse o patrão, enfim, eu não sou completamente apaixonado pela patroa, mas posso imaginar o que eu faria se assim estivesse sendo. Eu nunca me apaixonaria pela patroa, nunca a amaria, amor de homem e mulher, se estão bem me entendendo. Será que eu fui preciso...?

- Eu devia trocar esse engolidor, já deve estar velho...

De cima para baixo meu coração ficou partido.
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- Amor, você está bem, que alguma coisa?

- Não querido, é só que esse engolidor está velho e acho melhor trocar...

- Muito bem... Pois então eu troco.

Ela me olhou bem no fundo dos olhos e desta vez não parecia ter nojo, como se espera ao fitar um engolidor. E assim a patroa me deu cinco milésimos de ternura e felicidade. E assim determinou minha sina de vida e morte como ser inexistente.

Foto de Marilene Anacleto

Saí da Rotina

Doença na família
Há anos entristece
E desanima

O pai partiu
Cercado de anjos
Com a triste doença
O cunhado ainda luta
Mas todos sabemos
Que morre lentamente

Vez ou outra
O telefone
Uma mala
Uma viagem
Saio da rotina
É a crise
Internação
Em Santa Catarina

Noites de hospital
Horário de visitas
Tentamos animar-nos
Depois passa
Só fica o cansaço

Amados amigos,
Grata por permitirem
Este meu desabafo.
Que Deus os ilumine
E permita que vos chegue
Um buquê perfumado
Com flores e um abraço.

Foto de omena

O ultimo beijo!

Era tarde de domingo, mais ou menos umas três horas, sempre tínhamos planos, mas naquele dia ela estava diferente, parecia esconder algo, foi quando ela me beijou e me disse: Acaba aqui o nosso amor! Eu simplesmente não entendi, ou não quis acreditar, mal havia começado, como podia acabar, ela disse que me amava, e eu de fato não a entendia, se pois me amava, como aquilo me diria, ela então explicou: Meus pais mais uma vez brigaram, mas desta vez foi a ultima, meus pais já não se amam, e distantes querem um do outro ficar, meu pai continua aqui, mais eu e minha mãe, longe, muito longe iremos morar. Eu inconformado fiquei, um amor assim não podia acabar, porém foi-se ela, a menina mais bela, que meus olhos podiam avistar. passam-se anos, e eu sem a esquecer ouço uma noticia, seu pai morre e elas então decidem voltar, para a casa, eu feliz muito fiquei, ao pensar em revê-la e reatar com ela aquele amor, tudo voltaria a fluir. Então chegou o grande dia, o dia da sua volta, meu coração batia, minhas mãos suavam, eu nervoso estava, sabia que ela a qualquer momento poderia chegar, misturando ilusão com realidade o táxi que parecia esta passando, parou em sua porta, avistei de minha calçada, sua mãe, sua tia que a um tempo atrás tinha vindo visita-lá, com um seu filho nos braços.
E então sim, ela, um pouco triste, olhou pra mim, e chorou ainda mais, então veio a chuva, que parecia cair dos olhos dela, incessante, entrei então e a cada minuto eu ficava mais nervoso, foi quando pela janela a avistei indo em direção a padaria do velho Manoel, ainda chovia muito, mas nem em guarda chuva pensei, bastava o dela pra nós dois, corri e quando perto dela cheguei ela se assustou, parecia não me conhecer, e ainda mais em me perguntar: O que é?
Eu fiquei triste mais a entendia, ela haverá perdido o pai, e inconformada estaria, e falei a ela: olha, eu sei o que você esta sentindo, mais isso passa, ela disse: não você não sabe! Então eu insisti: tudo bem, eu ainda tenho meu pai, mais eu posso ao menos tentar te deixar feliz?
Então ela me respondeu: Então é isso, você acha que estou assim só pelo meu pai?
E eu simplesmente disse: E pelo que mais seria?
Ela me respondeu:Meu pai morreu, mas como se não fosse o bastante, meu marido me traiu e agora sou mãe solteira!
Eu fiquei pior do que quando ela foi embora, então ela disse: agora eu tenho que sustentar meu filho, aquele que você viu nos braços da minha tia!
Meus olhos pareciam ter vida própria, eu não conseguia acreditar, e nem imaginava, de um dia ver a pessoa que eu amei, mãe de um filho, que não era meu, então eu descobri, que o passado, foi o que passou, mas hoje, o passado parece não acabar para mim, se perpetua em minha vida, hoje eu não sei amar, vivo pensando no pouco tempo de amor que tive com ela, mas que únicos, tiveram fim, e que só me trazem dor, dor daquela que um dia amei, que pensei que haveria me amado!

Foto de Carmen Vervloet

No Dia Nacional de Combate ao Fumo

Como entender
se o maior bem da vida é viver?

Se você tem consciência
dessa sua dependência
e deixa seus sonhos mirrar...
Ah! Nem sei o que imaginar...
Estou visitando um hospital.
Meus olhos vislumbram um quadro fatal...
E neste momento mais importante do que compreender
é dizer pra você:
Grite... Peça socorro...
Plante em seus pulmões ar puro...
Vá à praia... suba morros... escale muros...
Vença sua fraqueza,
use de sua astúcia... realize esta difícil proeza...
Supere o vício que a absorve
e sua carência não resolve.
Não seja passiva,
abrace novas expectativas...
Faça-se locomotiva
e reboque outros vagões enfumaçados...
Não esconda atrás da fumaça
seus segredos e seus medos...
O cigarro é uma perigosa companhia,
aparentemente preenche sua alma vazia...
Mas cada baforada que sai da sua boca
vai asfixiando sua vontade,
cortando sua vida pela metade.
Sua voz cada vez mais rouca
dificilmente será ouvida
e sua escolha cada dia mais contundida!
O trago não alivia o peito,
isso é falsa conclusão,
o trago a levará fatalmente ao leito...
Leito da morte... por própria opção!
Se não se importa consigo
poupe quem está ao seu lado,
não os mate asfixiados
submetidos ao seu vício,
peça ao cigarro um armistício.
Hoje ainda há tempo...
Mas amanhã... seu corpo cobrará...
E alto será o preço...
Um féretro... flores...
E sobre suas frias mãos um terço!

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