Turbilhões

Foto de Enise

Poesia em desalinho

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Letras perambulam
em turbilhões
choram, gritam
clamam por rimas
por sensações...

Letras espetam
machucam
se moldam
florescem
entram no clima
nas criações...

Palavras fervem
seguidas
atrevidas
despertam versos
tão submersos
nas crivações ...

Poesia fora de forma
em desalinho
aporte
me recorte
em

p
e

d
a

c
i

n
h
o
s
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Enise

Foto de Bruno Miguel Resende

Sacrificações

Uma eternidade passou,
desde que bradei aos céus o teu nome,
dilacerado em tempestades e ciclones,
nunca a tua voz ecoou,
semeio a revolta e os turbilhões,
o caos e os tufões,
nada em mim se preserva,
o que nunca foi meu nunca o será,
a minha vida já não se conserva,
golpeio e lincho as emoções,
salpica sangue das minhas sacrificações.

Uma eternidade passou,
desde que clamei aos ventos o teu perfume,
as tuas fragrâncias nunca estiveram em mim,
lacrimejei e gritei no tormento que se instalou,
promovo genocídios e frustrações,
a demência das dilacerações,
não me sinto em vivência,
o que nunca foi meu nunca o será,
anseio a destruição da minha essência,
abafo e mortifico as minhas sensações,
esguicha sangue das minhas sacrificações.

Tormentos que chegaram,
e para sempre ficaram.

Aflições que corroem,
e para sempre me destroem.

Suicídio que finda o meu suplicio,
derrama sangue do meu sacrifício.

Foto de Henrique Fernandes

ECO DO LAMENTO

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Sigo a marcha fúnebre das ilusões
Tombadas pelo sopro de realidade
Por uma visão de novos tempos
Tempos adivinhados sem crédito
De estranhas aparições no céu triste
Poluindo o meu ar de tempestades
Esfumando a paisagem que me rodeia
E cinzento é promovido por suspiros
Apagando o mito da vontade que teme
Os turbilhões de raiva sob os meus pés
Encaminhando-me errante pela solidão
No rasto de uma viagem até nenhures
Sem relógio dilato-me pelo tempo
No efeito denso de nuvens sombrias
Que se perfilam no eco dos lamentos
Rachando as hipóteses das noites
Num triste relato de um espelho bárbaro
Marcando a alma com o símbolo das etapas
Já dilatadas num antes datado

Foto de Mentiroso Compulsivo

ESPÍRITO DO MAR

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Até longe vaguei a minha alma
Com o espírito pesado de mágoa,
O meu barco fustigado pela água
Fez dolorosa a vigília sobre a proa
Quando à noite ouvia rochedos falar
Meu corpo encrespado de frio gelado
A fome impiedosa, a comida se havia esgotado,
Sentia o sabor quente do mar glaciar
Defrontado e gasto pelas tempestades
Esmagando o meu coração com o peso da dor
Amargo destino condenado a esperar
Um amor de mulher ausente lá na cidade
Onde amantes podem viver seu amor
Consolo de amigos a festejar a agradável noite
Na mesa o vinho e o pão em risadas de alegria
Gozo e barulho na balbúrdia da cidade
Luzes na ribalta da noite em rebeldia
Não oiço nenhum som, apenas o rugido do mar
Não! Oiço um eco, um gritante gemido
Parecia vindo de um leito em voz de mulher
Mas que me trouxe de volta a realidade do mar
É o choro agudo da tempestade que se aproxima
O grito de uma criatura que é ave inocente
Tão pequena e ténue, de nítida voz de água transparente
Por entre o lamento do vento cruel e insensível
Trazido na noite branca escurecida de neve
Pelas sombras de granizo que caía no mastro
Ondas violentas a querer o seu grande ego
Da sua maior monstruosa grandiosidade
A caírem como turbilhões de lágrimas salgadas
Que o meu bartedouro não consegue vazar
E no meu barco sozinho andava perdido
Não havia gaivotas que me pudessem guiar
Ansiava só pela voz que me pudesse ouvir
Aprisionado naquele mar imenso, sem fim
Desejei lançar-me ao caminho do mar
Naquele instante vi portos distantes
Perto dos meus parentes aquém, para lá do além
Um romper de uma nova aurora de luz
Trazendo o rumor de uma nova terra
E vagueei com os amigos a caminho de casa
Esperando minha amada, ansiosa porque tardava
Livre do medo eu fiquei da longa viagem
Senti a voz que me dava a esperança terrena
E o meu coração ficou apaixonado pelo espírito do mar
Arvores verdes floresceram nas águas
A cidade bela que tanto ansiava, ergue-se no mar
Campos de flores, planícies verdejantes de amarelo
O meu espírito pairou sobre a extensão dos oceanos
Ansioso e desejoso de mergulhar em suas águas profundas.

© Jorge Oliveira

Foto de Ana Botelho

REVELAÇÃO

REVELAÇÃO

Como tudo na vida vale o tempo da dedicação,
E por conta das desmedidas e incontáveis paixões,
Companheiras fiéis dos frágeis e descuidados corações,
Que quase nunca sobrevivem aos reveses do amor,
As poesias brotam incessantemente desde os primórdios,
E provam que não existem palavras certas, bastante capazes
De evitarem que os seus turbilhões deixem de nos aniquilar.
Ainda que estejam esmaecidas pelo correr do tempo,
Revelam a dor da morte de um lindo encantamento,
Restos de projetos de vida desfeitos, os mais preciosos,
Ou belas verdades poéticas que não pertencem a ninguém,
São palavras buriladas e contextuadas sem destino certo
E a cada poeta cabe apenas a dor do seu nascimento.

Para quem não tem rima e gosta de encadear com arte,
Ou o que as entona em lindos sons numa marcha sem fim,
Escrevem como quem tropeçasse em vários traços mágicos,
Mostram logo, de cara, todo o bom compasso e enlaçam,
Repousam no papel a sua cria, que cuidaram noite e dia,
Gastam o seu tempo empenhado em dar-lhes belo trato,
Alimentam-lhe com fascínio e esmero mais que exatos.
Muitas são tecidas pelo criador por horas e horas a fio
Algumas ainda jovens, já florescem, formosas e plenas,
Outras chegam até a fase adulta para se perpetuarem.

O ser poeta é um mergulhador do âmago da vida,
Sem comprometer com isso a sua sobrevivência,
É o lançador destemido das máximas cartadas,
No criar, no sonhar e no se envolver nas essências.

Como que levado num redemoinho incandescente,
Com naturalidade, surge o tal clarão inesgotável,
Que ilumina a alma de cada pensamento mais íntimo,
Rasgando-lhe as vestes e deixando-a devassável.

Ele absorve a magia de todas as fases de luzes da lua,
Buscando em zonas abissais todo o mistério submerso,
Energiza-se no sol, sempre, como um amigo maior,
Pondo isso tudo o que lhe alimenta num só verso.

O poeta como ser é um mago inebriado que inebria,
Cantador de encantos, desencontros e da plenitude da vida,
Busca revelar, em palavras, o semblante do seu semelhante
Que ares demonstra e, logo, os descreve-lhe as desditas.

Como se fora um guru especializado em almas,
Segue a sua sina sem reclamar, porque ama,
Ama o outro como a si mesmo e sabe disso,
Porque perpassa as agonias e delas não reclama.

Especialista, é sábio conhecedor da dor alheia sem fim,
Seja esta colhida tenramente, ou até quando madurar.
Mestre em metáforas, em rimas e métricas, mas me vem à mente:
Nunca vi nesta vida, um poeta "expert" na própria arte de amar...

Foto de Edson Milton Ribeiro Paes

"MENTE ABERTA"

MENTE ABERTA

Houve um dia que acordei achando tudo muito novo
E isso muito me agradou,
A casa, as ruas, as pessoas se tornaram mais bonitas.
E isso também me agradou.

Quando a noite chegou percebi que havia algo de novo
E isso aguçou minha curiosidade
Parei, e escutei o som do silencio.
E ele me trouxe uma novidade.

Olhando para o infinito, senti que saia do chão.
O céu vinha a meu encontro
Milhões de imagens, e num imenso clarão.
Vi-me nascer de novo.

Turbilhões de sensações
Arrepios de alegria
Lagrimas de emoções
Reencontro com a família.

Foi ai que descobri o meu ponto de origem
Fiquei feliz com a descoberta
Visitei cada lugar nesta viajem
E regressei com a mente muito mais aberta.

Foto de Carmen Lúcia

Sem rumo

Oh, Deus! Será que enlouqueci?
Transgredi os limites da razão,
Fui além dos sonhos, das medidas da emoção,
E em meio a desequilíbrios e turbilhões
Nem sei quem sou, onde estou, pra onde vou...

Vesti e desvesti inúmeras fantasias...
Transvesti-me de sábia e aprendiz...
Na louca vida de encenação e ostentação,
Querendo ser eu mesma, fui atriz,
Onde ser verdadeira é mera ilusão.

Busquei no túnel escuro a flor do dia,
Para espantar meus medos, fiz poesia...
Subi ao pódio, sem ter vencido a luta,
Tentei me enganar e contornar os fatos,
Fui santa, fui puta...no decorrer dos atos.

Levanto o pano vermelho, me olho no espelho...
Frinéia ou Messalina, Pompadour ou Marie...?
E tenho a sensação de que nunca me vi...
Desconheço-me...Silêncio contemplativo...
E permaneço no gerúndio, perdendo-me no infinitivo.

Enfim, a quem recorrer, senão a Ti?
Quando tudo esmorece, ainda resta a prece...
E a esperança de um dia Te ouvir...
Santa, puta, demente...ou carente...
A verdadeira alma a Ti eu esculpi!

Foto de Osmar Fernandes

Pior que estar velho é sentir-se velho

Pior que estar velho é sentir-se velho

Será que vale mesmo apenas
Viver longos anos?... Ficar velho?
Será um presente ou um castigo de Deus?
Ao se olhar no espelho como fica o ego?
Viver num corpo envelhecido, mal-amado,
E perder a juventude do espírito,
É ficar desiludido, desalmado.
No tribunal da vida é declarar-se réu confesso.
No coração é rasgar o sonho e dizer: desisto!
Será que vale apenas assistir às rugas
E sentir a alma tão pequena?
Perceber nos olhos da solidão o dó, a pena?
Como envenena essa tal metamorfose!
Perder o direito de não ter mais fuga...
É como estar no meio do mar em seco à deriva.
Isso é pior que morrer algoz!
Desistir da cadeira da esperança cativa,
É sentença do fim, é atroz.
Os anos podiam passar com os seus turbilhões.
Mas, os vinte e cinco, os trinta, os quarenta, jamais.
É muito cruel deixar de viver as emoções
E vegetar no fel-mel de tantos ais.
Pior que estar velho é sentir-se velho.
É se entregar sem luta... esperar a morte chegar.
Ficar velho sem afeto, sem neto, sem porto,
E não ter mais o que comemorar,
Deve doer... É pior que estar morto.

Foto de Carmen Lúcia

Sem rumo

Oh, Deus! Será que enlouqueci?
Transgredi os limites da razão,
Fui além dos sonhos, das medidas da emoção,
E em meio a desequilíbrios e turbilhões
Nem sei quem sou, onde estou, pra onde vou...

Vesti e desvesti inúmeras fantasias...
Transvesti-me de sábia e aprendiz...
Na louca vida de encenação e ostentação,
Querendo ser eu mesma, fui atriz,
Onde ser verdadeira é mera ilusão.

Busquei no túnel escuro a flor do dia,
Para espantar meus medos, fiz poesia...
Subi ao pódio, sem ter vencido a luta,
Tentei me enganar e contornar os fatos,
Fui santa, fui puta...no decorrer dos atos.

Levanto o pano vermelho, me olho no espelho...
Frinéia ou Messalina, Pompadour ou Marie...?
E tenho a sensação de que nunca me vi...
Desconheço-me...Silêncio contemplativo...
E permaneço no gerúndio, perdendo-me no infinitivo.

Enfim, a quem recorrer, senão a Ti?
Quando tudo esmorece, ainda resta a prece...
E a esperança de um dia Te ouvir...
Santa, puta, demente...ou carente...
A verdadeira alma a Ti eu esculpi!

Foto de sergio luiz

SONHADOR

Eu estou só....e a tarde não demora a cair,e ao longe eu escuto uma melodia no radio que também fala de um amor não correspondido.
A tristeza invade a minha alma e a melancolia toma conta de mim,fazendo-me lembrar de você,do que fomos,do que sou e do que poderíamos ter sido,se não existisse esta lembrança deste passado distante que esta presente em todos momentos que estou com você.
Já é tarde da noite e o sono demora a chegar e turbilhões de pensamentos passam por minha cabeça relembrando o meu passado.
É como se eu quisesse me desligar de tudo isso,viro de lado e toco no teu corpo como se eu quisesse buscar tua proteção,mas a tua frieza me faz voltar a amarga realidade que tanto me apavora.
Já é madrugada e o dia não demora a raiar,e mais uma vez estou só,sim eu e essa maldita solidão que invade o meu coração,sempre sonhando que amanhã pode ser diferente e que talvez você se lembre que sou um homem que precisa ser amado....
ROLIM

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