Trem

Foto de Ivanifs

Muitas vezes

Muitas vezes sou eu mesma
Muitas não

Vezes sou alguem na multidão
perdida em meio aos carros
e avenidas

Muitas vezes quero sumir
Virar poeira

Pegar um trem para lugar nenhum
Depois voltar sem dor, sem razão

Tantas vezes quis ser você, que me lê agora
Outras, não quis ser nada
Nem ser ninguém

Hoje eu quis voar, e quis chorar...chorei
Até molhar a poltrona do ônibus
Olhando pela janela o caminho verde
Por qual passava

O vento me dizia ...vem
Mas eu não ia
Por não saber quem eu sou, ou quem fui

Por isso muitas vezes
não quero ser nada,

Não quero ver nada
Não quero ter nada
Não quero ...

Espero a paz
entrar no meu coração
E invadir minha alma tristonha

Por isso muitas vezes escrevo
Por que é isso que amo
E é onde sei que muitos lerão
e saberão entender,
O coração do poeta
que por muitas e tantas vezes clama...

Por amor....

Ivani 6ª feira
11 de março de 2010

Foto de AjAraujo poeta humanista

O passaporte de final de ano

O teu segredo é fraco!
É vago, é tolo.

O teu remédio é placebo!
É amargo, é puro engano.

O teu amigo é falso!
É agiota, é tombo certo.

O teu retrato é velado!
É apagado, é sombrio.

O teu extrato é negativo!
É sem crédito, é puro falso.

Todavia, repara: o mundo ainda não acabou!
nem a mulher dos teus idílios
nem a cidade-fantasma dos teus pesadelos
nem a taberna de teus porres homéricos
nem a livraria de tuas fugas intelectuais

Mas, é fato: O teu mundo mudou!
seria a roda gigante do circo da infância?
seria a dançarina ou o palhaço da alegria?
seria o trapezista ou o domador da fera?
seria o remendo da calça na festa junina?

Teu uísque é rótulo falso!
É cefaléia certa, é ouro de tolo.

Teu protesto é puro ócio!
É chuva de verão, chope no Amarelinho

O teu amor é passageiro!
É somente sexo ficante, por natureza vazio.

O teu motor é trem de subúrbio!
É sufoco certo, da Central à Deodoro.

O teu sorriso é puro ensaio
É fogo de palha, ator sem teatro

E agora? O que pensas fazer
Vais ficar ou partir?

Não penses em Minas!
pra minas se foi José, nada mais,

Não penses em Maria!
Maria foi pra Bahia, pro terreiro de mãe-meninha

Não penses em fugir!
As ruas alagadas, estradas tomadas, que fazer?

Não penses em ajuda!
Todos se foram para Arraial D'Ajuda

Fique aqui "curtindo" ou vá para Brasília!
Capital dos ratos do serrado central
Da farra geral dos "políticos" e lobbistas
Da barra pesada dos candangos e migrantes,
E dos esotéricos e anjos emudecidos em geral.

AjAraújo, o poeta humanista.

Foto de Arnoldo Pimentel Filho

SONHO COR DE PÉROLA

Eu sei que não represento nada
Que nos dias que as chuvas caem
Não existe nenhum olhar
Que venha ao encontro

Do trem fantasma que percorre
Os trilhos que foram arrancados
Da travessia que separa minha solidão
Do lugar onde existe a claridade do sol

Não tenho farol para iluminar
A moça que se escondeu no escuro
Do quarto com seus brincos novos

E que seria a esperança de dias melhores
Com sua delicada face de pérola
E coração à espera de quem a amará para sempre

Foto de almostpure

JACK ESCAPISM

acima de mim só o espelho embaçado.
eu digo que vou subir no próximo vagão de trem que surgir, rasgando o monótono céu azul-prateado.
ele me diz umas frases sem sentido, que talvez mais tarde, lá pela quinta cidade, eu entenderia.
eu queria ter ficado, jantado naquele dia insípido, o frango xadrez com a boa coca-cola - é claro que o fato de eu ter desejado o prato do dia seguinte tinha a ver com você, com sua sagacidade, com sua subversão aos meus dogmas e princípios infundáveis. por que eu adorava o jeito como você me cortava. como você conduzia minhas nóias de outubro á dezembro. de como você me deixava relaxada na poltrona azul-limão da mamãe. eu acendia todo-e quaisquer cigarro, só por que você gostava de me ver acender. só por que me dava uma graça divina. um poder sobrenatural. naquele momento eu era o quadro. eu era a criatura e você o criador. assim como nas nossas horas 'vagas' - doce ilusão do poder - que eu simplismente consentia á você. e você sabia. só por que era tão desejável quanto eu.
na sexta cidade meu peito doía, eu estava com fome, e os escapismos já não me faziam mais efeito...
eu queria ter dito: me pede pra ficar, me pede pra ficar...
eu acho meu orgulho mexe diretamente com meu estômago.
eu vejo pontos de você, picotados em cada cidade que eu passo.
você já teve barba, dread, cabelos avermelhados e mais musculoso.
nenhum tinha sua ira maternal.
ninguém era tão casual quanto você.
eu esperava te ver em cada taça de vinho barato, eu até te via.
imagine você...
você devia ter me impedido, devia ter me boicotado...
mas, talvez nós acabassemos ali.
você me impedindo, eu vazando ódio...
...foi melhor.
guardo você.
seu cigarro é sempre o último, é sempre o mais demorado.
me peça pra voltar, que eu volto.
me peça pra partir daqui, que eu parto...
'Onde eu possa plantar meus amigos
Meus discos e livros
E nada mais'

Foto de thiagothibes

Dor

A tempestade chegou
O vento horrivelmente soprou
Você foi levada ao vendo
Você estava aqui, nesse momento

O seu sorriso sumiu!
Então meu coração partiu
E esse tempo ruim não quer parar
O vento insiste em soprar

Chega, quero ver o sol novamente brilhar
Tire essa dor do meu peito, ela vai me matar
Me ajude tenho que pegar o primeiro trem
Me diga de onde ele vem?

Do inferno, do paraiso, ou de onde?
Lugar pior que este não tem
Eu era feliz e agora estou sem
Sem nada, minha vida?Eu tenho?

Agora vi seu sorriso
Mas o tempo passou
Em mim oque ficou?
Uma triste história que me marcou!

Cicatrizes não vou sumir
Mas agora tenho motivos para sorrir
EStou saindo dessa tempestade
Não lembro minha idade

Amor me ajude a lembrar
Onde tinhamos parado?
Estou todo molhado
A luta foi grande estou cansado

Não quero mais pensar
Só quero te abraçar
Nos seus braços é o meu lugar
Onde eu agora devo descançar

Onde eu devo descançar...

Foto de Arilton Bronze

ACORDO ORTAGRÁFICO

A quem faz bem?

Ao superaquecimento.

Ao jumento.

Alento.

Amém!!!!

Ao homem humano, subumano, mano, você...

Ao homem bilíngue

Eloquente

Quente

Elegante

Frequente

Potente...

Ao homem tranquilo:

Müller o mülleriano,

O mulherengo shakesperiano....

Ao homem que apoia a epopeia, que estreia Camões.

Ao homem heroico

Playboy da odisseia.

A paranóia, a jiboia, que engoliu a joia de alguém...

Ao homem da feiura, da loucura que mata no playground.

Ao homem do acento, avarento...

Que comeu tuiuiús no Piauí.

Cuidado playboy, olha o IBAMA aí.

Ao homem em seu assento e os acentos

Querendo te confundir, arguir...

O que fazer?

Ó deuses dos acentos!

Deem alentos ao homem infringidor.

Deem voos,

Enjoos,

Perdão...

Ó deuses dos polos! Rogo-te!

Bênçãos ao urso de pelos brancos.

O branco de alguém.

Ao homem forte...

Do norte, será que ele para o trem? Talvez!

Talvez ele coma a pera de alguém.

Esses homens do norte têm coragem.

Por isso, alguns mantêm e detêm o poder...

Ao homem.

Ao super-homem, sobre-humano, subumano, ultra-humano...

O romano de ninguém.

Ao homem que onteontem, amou não se sabe quem.

Ao homem estudado, letrado, talvez opaco. Semiopaco, semianalfabeto

Vai pôr o acento correto por mim.

Ao homem, ao herói que recebeu o troféu... Parabéns!

A quem faz bem?

Ao homem heroico,

Ao semideus concebido da traição.

Ao homem ultramoderno...

Vice-rei, rei, imperador quer ser!

O homem real, surreal, neorreal,

Ultrarresistente...

Sorridente, porreta.

Ao homem mudando, mudou o cosseno plurianual.

Ao homem moderno, pseudoprofessor, antissocial, fatal

Ele quer contra-atacar.

Ao homem

Ultramoderno

Anti-imperialista

Anti-inflacionário

Simplesmente hiper-requintado

Soldado do bem.

Ao homem

Romântico

Super-romântico

Autêntico

Nojento

Além...

O homem ultramoderno

Supereconômico

Anajá-mirim

Termino

Assim

O meu pasquim

Super-requintado

Moderno.

Foto de gilsanjes

TRABALHADOR OCIOSO

Desabafarei meus prantos
Meus lamentos pelos cantos
Minha algoz situação
Estou desempregado
Meu crédito esta fechado
No armazém do seu João
Vivo as broncas da patroa
Dizendo que sou atôa
Que não quero trabalhar
Consultei os classificados
Andei por todos os lados
Não consegui me empregar
Acordei de madrugada
Coloquei o pé na estrada
Fui direto pra estação
O trem chegou lotado
Todo mundo sufocado
Dentro de cada vagão
Dona Maria no aperto
Dizendo que não tem jeito
Que falta solução
Em casa a nega já acordou
Recordando o que sonhou
Que é morar numa mansão
Não tenho dinheiro
Nem pra pagar o peixeiro
Que de esperar já desistiu
O portuga da padaria
Me excluiu de sua freguesia
E se irritou com meu perfil
Acho que vou ao carteado
Com a sorte do meu lado
Arrumarei um trocado
Com fé em Deus vai melhorar
A quem devo, vou pagar,
Trabalhando ocioso.

Foto de Sonia Delsin

LÁ VAI O TREM

LÁ VAI O TREM

Lá vai o trem do destino.
Lá vai o trem.
No trem vai o menino.
Vai o menino...
Vai.
Vai cantando, vai deixando...

Para trás tudo que foi me encantando.
Para trás ele vai olhando...
Como quem se despede pra sempre da amiga que ficou.
Lá vai no trem do destino o “menino” que sempre me emocionou.

O tempo para ele nunca passou.
No coração ele conservou...
A pureza.
A beleza de uma alma criança.

Lá vai o menino cantor, o menino tocador.
De pandeiro, de bandolim, de violão.

Tocador de coração.

Choro ainda, mas sei que ele precisava partir.
Que era sua hora de ir.

Lá para onde ele foi deve existir um palco.
Um palco todo iluminado para recebê-lo.

Será que um dia ainda vou vê-lo?

Sentir seu abraço.
Dançar.
Escutar.
Ele dizendo.
Meu amor!

Era amor-amizade.

Zé, você deixou um caminhão de saudade.

Foto de CarmenCecilia

VIDEO POEMA LINDA DEMAIS

POESIA DUO:

CARMEN CECILIA & HILDEBRANDO MENEZES

EDIÇÃO E DIAGRAMAÇÃO:

CARMEN CECILIA

MÚSICA: VOCÊ É LINDA

HOMENAGEM: GABRIELA MENEZES

LINDA DEMAIS!

Você é algo assim
Transcende a tudo enfim
Sutilezas, belezas, certezas
Linda demais
Razão dos meus ais
É meu porto e o cais

Flor como jasmim
Divina loucura
Tremenda ternura
Que faz de mim
Esse amor sem fim
Quando você me olha

Tudo em volta melhora
Nenhum olho mais chora
Só o peito alegre implora
Quer você aqui já e agora
Navego e flutuo na hora
Ou vou seguindo errante

Espero teu jeito... Trejeito
Nem sei mais do que sou feito
Diante do teu ser tão perfeito
Apenas pleiteio o mar
Quero nadar e te amar
Já te vejo nas ondas

Venha e me sonda
Sereia que ronda
Contigo fico perdido
Meio que aturdido
Com tua imagem
Que é como miragem

Simulo sensações
Dedilho emoções
Na explosão das excitações
Vislumbro vibrações
Ah! Minha tentação
Meu pecado preferido

Perco-me... Sem rumo
Em vãs convicções
Sem razão ou explicações
Nessa viagem... De vai e vem
Mera e inútil visagem
Caída de um trem

Sol e nuvens... Raios que surgem
Desenham... Confabulam... Conspiram
Camuflam... Inflam a tua formosura
Princesa... Você é mais que certeza
Mas também uma cruel incerteza
Estar contigo é ser parte da realeza

Não nego que eu aqui vivo a te esperar
E você brinca comigo de vir a me amar
Ou talvez só dançar... Sonhar... Voar
Mas um dia... Quem sabe?! Irás aquietar
E juntos... Unidos! Iremos o amor desfrutar!

Dueto: Carmen Cecília & Hildebrando Menezes

Foto de Marcelo Henrique Zacarelli

BAIRRO DA PENHA

BAIRRO DA PENHA

O velho pontilhão onde o trem destoa
A velha catedral;
Quem quer ver que venha;
E o antigo botafogo da penha.

O shopping que furtou a tradição
Da romântica época das freiras
Júpiter, penharama e São Geraldo
Que saudades dos cinemas da penha.

Nas décadas de outrora
O bonde se fez presente
Aos falecidos deste cemitério
Eu vos rogo a deus que o tenha
Na avenida amador Bueno
Da Veiga e também da penha.

O mercadão da Gabriela mistral
O largo do rosário
Onde os pombos se alimentam
Nos dias de hoje
Podem ser vistos do metrô
Este bonito bairro da penha.

Homenagem a São Paulo 450 anos

Pelo autor Marcelo Henrique Zacarelli 26/março/2004

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