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Tinta

Foto de Mentiroso Compulsivo

Dia Branco

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Hoje senti
que queria o mundo branco,
branca a folha do jornal
escrita a tinta branca.
Um véu branco
em rosto encoberto.
Sentir a noiva de branco,
antes de ser desflorada.
O branco da primeira comunhão,
Com a hóstia de pão ázimo, consagrada .
Atirar pétalas de rosas brancas,
ao soldado que a bandeira branca ergue ao alto.
Ler em linhas brancas ódio e a ambição
e tornar livre o Homem dessa escravidão.
Queria ter a pomba branca a saltar
das minhas mãos e livre voar.
Um mar branco de águas,
para banhar meu corpo em anáguas.
Sentir o cheiro do branco dos lençóis lavados,
antes de uma noite de amor.
Ter numa folha branca este poema escrito
com palavras gravadas em branco de êxito.
Como eu queria ter um coração branco
e pintar uma lágrima branca numa tela cã.
O branco e só o branco e mais branco queria,
a reflectir todas as cores deste dia.

© Jorge Oliveira

Foto de Mentiroso Compulsivo

O Pequeno-Almoço de Hoje

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Joguei o jornal para o lado, pois fez-me mal,
As palavras da vida humana em tom tão formal.
Folhas moídas de tinta preta a saírem sem versos,
Alvoroço de vocábulos lacados em sons diversos.

Hoje quis a mesa limpa de papéis, sem Jornal.
Como me soube bem esta manhã mais serena!
Bebi e mastiguei ao pequeno-almoço o actual,
Sem notícia e sensacionismo atroz … só a paz plena.

Hoje expirei o começo do dia da insana loucura
E inspirei o mundo da harmonia com a existência.
Despido da vida que se lê curta, mas assim mais dura.

Hoje não senti as palavras a vencer a transcendência,
Foram só palavras vazias sem supremacia nem postura,
Sem nada incompleto ou excessivo de dita conveniência.

© Jorge Oliveira 6.MAR.08

Foto de Henrique Fernandes

MARULHAR PRESO NAS FLORES DO CAMPO

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Sei que poderias nadar na minha praia e percorrer a grandeza das suas ondas ou a profundidade do meu oceano, mas não...apenas ficas imerso na superficialidade dos teus pensamentos e na frieza dos sentimentos.
Talvez aches que o Universo não tem a interdependência causal que faz de cada ser, único e especial.
Renuncias à poesia e renegas a (tua) magia mas eu sei, que à noite, ouves o (meu) marulhar...doce, suave, ritmado e profundo que, lentamente, te vai enchendo a alma e o espírito, inquietando o teu corpo.
No contorno da madrugada, eu sou tua amada...lua, tua...aroma, sorriso e toque que te provoca, e seduz, na candura de um olhar que te leva a (me) amar...

(turtlemoon)

Na montanha que me acolhe o coração, o (teu) marulhar… perfumado de inquietações, é digno de um louvor por um passeio pelo profundo do horizonte, onde o (meu) sonho indefinido lê os mexericos dos meus pensamentos de quem mora numa rua sem saída e a grandeza da tua praia, é um segredo preso nas flores do meu campo.
O cume montanhoso é renunciado pela poesia que te escrevo lá do alto de onde olho para esta terra com um sorriso na mão pedindo boleia ao sol que ouvindo a nossa voz, aquela voz que nos busca no tempo de saudade que vive em cheio a paisagem que nos separa e provoca a cada instante, gestos de amor na geometria dos vales e montes pintados com a tinta da natureza e do profundo do teu oceano.
Contorno a madrugada fria com o cheiro da erva fresca, e tudo é tão verdadeiro ao cantar a minha solidão pelo vento que ás vezes me trás a brisa da tua praia fazendo bailar as flores á beira da estrada contemplando a direcção até a ti na interdependência causal que te faz um ser único e especial.
O teu amar-me brinda emoções que têm sido a minha luz longe do teu mar, coberto pela (tua) imensidão de mulher…

(Henrique Fernandes)

Turtlemoon & Henrique Fernandes

Foto de Bira Melo

ROSE NEGRA

Quero a pétala
Da rosa púrpura
Pra fazer o meu pergaminho,
Quero espinhos dela mesma
Pra furar meu dedo mindinho,
Escoar minha tinta escarlate
Que flui do tinteiro,
A minha vida
E bombeia a razão do meu viver...
Quero somente pétalas
De todas as rosas encarnadas
Em matizes caras e baratas
Pra escrever simplesmente :
Tu és a Rose Negra
Que adultera e alicia o meu ser!!!*

* Sugiro que ouçam Encostar na Tua de Ana Carolina como sonoplastia , pois foi com ela que houve a composição deste!

Foto de Raiblue

In mortal combate!

Noite
Embaçada
Retinas nubladas
Vago muda
Nos seus olhos
Sem fundo
A incomodar
Minha
Silenciosa mente
Partitura
Invocando
Bachianas nuvens
De sílabas densas
Re partidas
Infinitas idas...
Hiato...
Impresença
Espremida ausência
Da palavra inteira
Sugando
O sangue
Do vazio
Servido na taça
Sorvido até a última gota
Numa noite cálida
No hálito do vampiro
Que me atormentava...
Até extrair o sumo
Das presas afiadas
Amor ...
In mortal
Combate ...
In tensidade
Da carne
Arrancada
Não estancada
Re talhos
Abertos
Na alma
In color
Ex tinta...
Azul...

(Raiblue)

P.S.:Poema registrado na Biblioteca Nacional.

Foto de Jane Rossi

Triângulo

Triângulo

A caneta dá um toque
Na folha, pinga a tinta
Desenhando levemente
Palavras, triste e bonita

Na folha, a deslizar
Transmite o pensamento
E o peito vai se livrar
Da angústia, do tormento

Essa dor que dói no peito
Ao papel foi transferida
O sofrimento, sem jeito
Está na página da vida

Poeta, papel, caneta
Entendimento milagroso
Na escrita se projeta
Um triângulo amoroso

Jane Rossi

Foto de Raiblue

Na tenda azul de um soneto...

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Teço palavras que caibam
Na forma exata do teu corpo
Macias... leves ...provocantes...
Plumas vermelhas sobre a pele nua...

Metáforas decifradas apenas por nós
Sílabas impregnadas de sonhos e sóis
Em suas asas libertamos os sentidos
Em versos derramados num silêncio pervertido...

E a tinta transborda na eterna noite
Sol vermelho tocando a lua no firmamento
E as palavras se estendem em ecos de gemidos...

Que dissolvem a distância e o silêncio
E permitem o toque entre os corpos ansiosos
Na tenda azul de um verso livre ...sedento....

(Raiblue)

Foto de Swiftwind

Carta pra um novo Amor

Foi com o tento que cobri de tinta,
todas as ladeiras da minha existencia.
Com o dom da fala recitei sensibilidade,
Granfei muitos lances,
Suplicas de um Apaixonado
que no denso fundo, em tempo algum,
fui o derradeiro predilecto.

Hoje reconheci que o fui e com mais acerto
ao estar em teus braços.
Opino que tudo será melhor contigo,
que serei ditoso com tudo isto,
que o mundo,
mesmo inexacto, dissemelante,
mudado e diverso que seja,
sinto que tudo vai subsistir.

Intempéries.
Eu nao vou abonar que venham a exibir-se.
Nao vou permitir tal petulância
quando contemplo tal paixão vinda de nós.
Quero crer de quem anseio
e esse és tu.
Beijo

-Carta dedicada a J.-

Foto de Raiblue

Palavras Escarlates

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Havia algo de insano
Naqueles olhos
Um desejo avassalador
Que em cartas se derramava
E me possuía nas entrelinhas
Por onde os gemidos ecoavam...

Havia um lume mágico
Naquele olhar
Que transformava as palavras
Em toques, lambidas devassas
Pelo meu corpo todo...
A tinta, saliva em brasa...

Havia uma certa delinqüência
Naquele olhar
Que tornava todas as cartas
Uma aventura deliciosa
Um crime delicado...instigante...
Clausura,doce inferno de Dante...

Havia um desejo proibido
Naqueles olhos
Que se revelava só para mim
Em cartas molhadas do prazer imaginado
Transbordando e gotejando em minha pele...
Mar vermelho de segredos sonhados...

Havia naquela alma
Mais de Sade do que se imaginava
Que acabou por condená-la
À prisão perpétua do meu corpo
Enclausurados no amor
Que escorria de suas cartas...

Havia correntes
Naqueles olhos
E algemas nas palavras que escrevia
Prisioneiros nos tornamos
Da mais livre luxúria que acontecia
Na mais escarlate poesia!.

(Raiblue)

P.S: Poema inspirado na poesia “Cartas de Sade”, da querida poeta Salomé.

Texto registrado na Biblioteca Nacional.
Lembre-se de que plagiar é crime!

Foto de Salome

Cartas de Sade...

*
*
*

Cartas voando... viravoltando,
Respingando de desejos escondidos,
transbordando em seu pleno ardor...
ah!... cartas de lacerante ousadia,
em teu lume penetrante, assediador

Cartas transbordando... de agonia,
Palavras sussuradas no meu ouvido
Deslizando de atrevimento libertino,
Mais intensas que teu desejo carnal,
Embriagando o meu corpo de mortal

Cartas proíbidas... ferventes caricias
enfeitiçando cada fibra do meu corpo,
Teu atrevimento, desejos de ousadia
nessa tinta que corre de tua pluma,
Tinta carmim de tua angústia latente

Cartas de Sade, carnalmente libertinas...
Polêmica que te levou à prisão perpétua,
Visão e gozo insaciável, poder prazeroso
Cortando minha roupa, me deixando nua,
Possuíndo-me com teu desejo insaciável...

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Salomé
Copyrights 2008 - Direitos Autorais ENG/PRT MK

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(Dedic. a Donatien Alphonse-François de Sade)

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